Como tudo começou

29/04/12

FREDDIE MERCURY E MONSERRAT CABALLE EM “HOW CAN I GO ON”





Neste  Domingo que talvez  esteja a ser passado,  pelos nossos leitores, num ambiente aconchegado, junto da família, se a algum deles ocorreu abrir o seu PC e vir espreitar o nosso blog acreditamos que irá gostar do que vai ouvir no post de hoje.
Uma das interpretações mais divulgadas do dueto Mercury / Caballe tem sido o “Barcelona” que foi sem dúvida o  cartão de visita de ambos, a nível mundial. Daí, eu ter ido buscar antes este trecho   “How can I go on” que é igualmente muito bonito e, penso eu, menos ouvido
Como sabem, este cantor já faleceu e só através das gravações que existem é que podemos ainda desfrutar da sua voz. É, claro, uma das vozes mais bonitas que tivemos o privilégio de conhecer mas que, infelizmente, teve uma bem curta duração. Quanto a Monserrat, voz também maravilhosa e límpida, ainda a temos entre nós e desejamos que assim aconteça por muitos mais anos.
Convido-vos portanto ao habitual clique aqui para ouvirdes estes breves minutos de boa música.
Entretanto, a foto que abre o post é a de uma estátua erguida em homenagem ao cantor, em Montreux, na Suiça, cidade que ele considerava o seu segundo lar.
Espero que tenham gostado da surpresa de hoje..
M.A.

27/04/12

PORTO - DE NOVO A NÃO PERDER





Caros leitores:

O meu amor a esta cidade continua, como acontece há muitos anos já. Quantas mais vezes a visito novas descobertas  vou fazendo e novos motivos surgem fazendo aumentar esta minha paixão. Desta vez irei partilhar convosco um vídeo de inegável qualidade enriquecido também por um fundo musical muito bem adequado às imagens.
Se duvidam do que eu estou dizendo, apressem-se a clicar aqui e avaliem por vós próprios estes  minutos de arte.
M.

25/04/12

PEDRA FILOSOFAL




De tempos em tempos  surgem poemas, ou canções, que nos ficam na ideia para o resto da vida.
Desta vez, foi um Ilustre professor de Físico-Química, de nome Rómulo de Carvalho, que sob o pseudónimo de António Gedeão ( para saber dados biográficos clique aqui) escreveu, certo dia o inspirado Pedra Filosofal.
O tema principal é o sonho que nasce com o homem, se vai renovando e acompanhando-o vida fora e que, o autor, associa à alquimia, fazendo comparações e associações, com a arte, com a técnica, com as nossas caravelas e descobrimentos, etc. etc., enfim com o constante desejo de uma ida  mais além, nos conhecimentos. Vai enumerando  nesta linguagem poética  e onírica uma imensidade de objectos nos quais, de repente, até  nós próprios  encontramos ligações.
A pedra filosofal está ligada a uma lenda em que se conta que  ela seria a substância usada para transformar  determinados metais em ouro e, na antiguidade, muitos alquimistas se debruçaram sobre tais experiências. Seguindo essa linha de pensamento, no poema,  “o sonho” será também a tal componente que levará o homem  a atingir os grandes feitos na vida e é curioso como ele termina com uma  humilde comparação “da bola colorida  que  pulando pela mão duma criança fará o mundo pular e avançar sempre um pouco mais” Isto é, também, um Hino à esperança que deve sempre existir em  cada ser humano.
Um dia. o Manuel Freire pegou neste poema e musicou-o, igualmente com enorme inspiração e, deste “casamento de letra e música” surgiu a maravilhosa canção que correu mundo sob o nome de Pedra Filosofal, que hoje podereis ouvir clicando aqui.
Já agora não resisto a contar-vos uma pequenina curiosidade ligada a esta canção:
Manuel Freire, sem intenção omitiu um verso ao poema. Quando o ouvimos cantar  ‘bichinho álacre e sedento  de focinho pontiagudo – no perpétuo movimento’  e comparamos com o que o autor do poema escreveu vemos que teria que ser  ‘bichinho álacre e sedento de focinho pontiagudo – que fura através de tudo – no perpétuo movimento’.
Manuel Freire contou que António Gedeão tendo assistido a alguns ensaios da canção jamais se referiu ao lapso. E, quando Manuel Freire, um dia, deu pela omissão, aborrecido pelo facto, apressou-se a ir junto do professor desculpar-se e  explicar-se, .foi recebido com a maior das simpatias pelo autor da letra que desvalorizou o assunto e lhe disse que mantivesse a gravação assim mesmo pois, aquele verso não seria, de todo, imprescindível para todo o resto do poema. Foi um gesto bem simpático, não estragar todo o anterior trabalho do cantor.
M.A.

23/04/12

FRASES DE MILLÔR FERNANDES



Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.

O cara é só sinceramente ateu quando está muito bem de saúde.

De todas as taras sexuais, não existe nenhuma mais estranha do que a abstinência

Com muita sabedoria, estudando muito, pensando muito, procurando compreender tudo e todos, um homem consegue, depois de mais ou menos quarenta anos de vida, aprender a ficar calado.

Metade da vida é estragada pelos pais. A outra metade, pelos filhos.

Se todos os homens recebessem exactamente o que merecem iria sobrar muito dinheiro no mundo.

Um homem começa a ficar velho quando já prefere andar só do que mal acompanhado.

Erudito, é um sujeito que tem mais cultura do que cabe nele.

O homem é o macaco que não deu certo.

Todo o homem nasce original e morre plágio.

A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades.

Como são admiráveis todas as pessoas que nós não conhecemos bem.

As pessoas que falam muito mentem sempre, porque acabam esgotando o seu estoque de verdades.

Viver é desenhar sem borracha.

Esnobar, é exigir café fervendo e deixá-lo esfriar.

Não devemos resistir às tentações porque elas podem não voltar.

Chato: Indivíduo que tem mais interesse em nós do que nós temos nele.

Esta é a verdade, a vida começa quando a gente compreende que ela não dura muito.

O dinheiro não dá felicidade. Mas paga tudo o que ela gasta.

Jornalismo é oposição. O resto á armazém de secos e molhados.

Anatomia é uma coisa que os homens também têm, mas que, nas mulheres, fica muito melhor.

[ POEMEU EFEMÉRICO]
Viva o Brasil
Onde o ano inteiro
É primeiro de Abril

Nota da autora do post- Millôr Fernandes faleceu muito recentemente, no dia 27 de Março último. Para os leitores que queiram saber os seus dados biográficos queiram clicar aqui.
M.A.

20/04/12

“CONFIDÊNCIA” E… COINCIDÊNCIAS




Hoje, leitores, irei contar-lhes, ainda que resumidamente, uma história passada comigo a qual demonstra que nunca devemos desistir daquilo que pretendemos alcançar. Mesmo passados mais de vinte e cinco anos, como foi o caso de que falarei, pode surgir o bom resultado do nosso esforço.

Há muitos anos atrás, vendo eu, na tv, o programa “E o Resto são Cantigas”, ouvi o Maestro Belo Marques dizendo poemas seus. Foram dois sonetos e o excerto de um poema dedicado a sua mulher, pelos 50 anos de casamento. Porque gostei deles, consegui gravar, escrevê-los e guardá-los.
Procurei livro seu onde pudessem estar publicados, tentando várias vias sem resultado. Pouco tempo depois deu-se também o falecimento do Maestro.
O tal excerto, fui-o dizendo, algumas vezes, em Bodas de Ouro de amigos e, em 14/02/08, assinalando o Dia dos Namorados, resolvi incluí-lo no post deste blog .. Numa nota final, falei da minha pena de ter tentado, em vão, obter a versão completa do poema.
O tempo decorreu e, já este ano, pelo e-mail do blog, uma nossa leitora de Braga informou que tinha o poema completo e que, anos antes já nos contactara sem ter obtido resposta, mas insistia, de novo, na oferta do mesmo. Por qualquer razão, o primeiro mail nunca me chegou às mãos mas, perante este segundo, logo me apressei a responder à leitora de Braga, a qual, tempo depois, efectivamente, mo enviou mas, dizendo também já não possuir o livro onde o lera, nem recordar o nome.
Em nova busca, desta vez também pelo facebook, deparei com alguém que usava o mesmo apelido do Maestro e, pelo contacto depois estabelecido, confirmei ser uma sua Neta. A amabilidade desta senhora foi inexcedível, deu-me o nome do livro, “Post-Scriptum” e mandou-me igualmente fotocópia do poema, tal qual lá se encontra. Ao mesmo tempo dizia-me lamentar já não ter nenhum exemplar do livro para me oferecer.
Claro que o livro está esgotadíssimo, o que entretanto eu já verificara também.
Porém, logo a seguir, descobri que no facebook se criara uma página sobre o Maestro e nela fora publicado o tal poema “Confidência”. Deixei um comentário sobre o mesmo.
Então, no passado dia 25 de Março (faço questão de mencionar a data porque coincidia precisamente, com a da morte do Maestro, ocorrida vinte cinco anos antes ) eu tive a grata surpresa de a sua Neta me informar que o Pai, filho do Maestro, tendo lido o meu comentário, entendera que “eu merecia” um dos exemplares da reedição feita do Post- Scriptum e da qual ele tem ainda alguns exemplares. Cá para mim, de onde quer que o Maestro se encontre, deu um “empurrãozinho” em todo este processo!…
Termino pois, com a satisfação de vos dizer que o Post Scriptum já está em meu poder, guardado com a maior estima.
E agora, tem a palavra o Maestro Belo Marques em:


CONFIDÊNCIA
Sabem?
Tenho uma amante,
Uma loucura, um feitiço.
Uma aleluia de amor.
-Mas o que tenho eu com isso??
Dirá o leitor.
Tem razão, sim senhor.
É feia
esta mania de falar de mim;
Que triste ideia!
Desculpe, sim?!
Porém,
embora lhe faça espanto,
tenho de continuar.
Logo, portanto,
queira escutar:


Tenho uma amante
É tão bom ter uma amante!...
Ela olhou para mim,
seus olhos disseram sim
e eu, nem sei o que disse.
Talvez alguma tolice;
-Depois tudo foi verdade.
Duas verdades numa só vontade,
nós os dois
Ela e eu.
Depois
Aconteceu.
Um ai por outro trocado
um certo atrevimento envergonhado
e meio tonto,
Uma meiga travessura,
um beijo do tamanho da loucura
e pronto.
Foi há momentos? Há cem anos já?
eu sei lá?
Numa feliz partida,
Luminosa como aurora,
Dei uma volta em volta de outra vida
Que minha agora.


Nós temos casinha
de frutos de cheiro,
amoras primeiro,
morangos depois.
E cama feitinha
de rama pinheira,
fofinha, mimeira,
que dá para dois.
Às horas primeiras
do nosso noivado
que fora firmado
por todo o porvir,
lembravam fogueiras
que toda esta vida
foi feita à medida
do nosso sentir.
Que santas mentiras,
de doidos pecados
tão mal disfarçados,
que todos os viam!
Que cómicas iras
nos olhos bonitos,
que Deus dos aflitos,
de amor encobriam!
Por vezes ficava
sem voz pensativa,
fazia-se esquiva
mostrando arrelia.


Mas eu amuava
Também por defesa,
sentindo tristeza
por tanta alegria.


Fazíamos tudo
por estarmos sozinhos,
depois nos cantinhos,
pequenos pecados,
Diálogo mudo
de santo segredo
mas sempre com medo
de sermos culpados.
Tenho uma amante
Sonhos meus
Reprovam? Valha-me Deus!
O que é preciso é viver.
A minha amante é tudo a que me prendo
e querem saber?
Há cinquenta anos já. Fiquem sabendo.


Duas sombrinhas no rosto,
dois olhinhos de sol-posto.
Sabem lá como é lindo o meu amor?
Que importa que o tempo passe
pondo-lhe rugas na face?
Pois deixem pôr.
Eu tenho uma amante que os dias não conta,
O tempo amedronta
mas não atropela.
Os anos apagam-se. Por conseguinte,
eu tenho só vinte,
dezoito tem ela.


E é com este poema, composto com palavras tão simples quanto expressivas , que vos deixo, leitores. Perdoem ter este post saído um poucochinho mais extenso.
M.A.


18/04/12

VIDA DE DONA DE CASA NÃO É FÁCIL


Quando, nos tempos que correm se aborda o dia a dia das mulheres,  mães de família, constata-se que, para atenderem a todas as tarefas, com elas relacionadas, sejam as do emprego, as do governo de casa, as que dizem respeito ao núcleo familiar, ou quaisquer outras, todos seremos unânimes em achar que a "coisa não é fácil e as 24 h do dia são sempre escassas para tudo que há a fazer.

Portanto, concordarão que a frase que dá o título ao post e que se ouve a cada instante é efectivamente uma realidade incontestável, não é assim?

Como também entendemos que uma imagem vale mais que 100 palavras, nada melhor que ilustrar com o  exemplo deste vídeo a afirmação feita.


Não obstante termos ido buscar um assunto bastante sério, desta vez, a nossa intenção foi mesmo deixar-vos apenas com um sorriso nos lábios!... Um pouco de bom humor, nos tempos que correm, bem preciso é, caros leitores.
M.A.

16/04/12

CURIOSIDADES DA NATUREZA



Nos Açores, mais propriamente na Ilha do Faial, em 1986, ocorreu uma tremenda tempestade. Na baia da Horta, um fotógrafo encontrava-se a fazer uma reportagem fotográfica de todo aquele espectáculo que o mar enfurecido proporcionava. Ondas de 15 e 20 metros galgavam a costa.

Dois anos mais tarde, esse mesmo fotógrafo verificou que, curiosamente, a onda que aparecia numa das imagens tinha certa semelhança com o perfil do Deus dos Mares, Neptuno. Divulgou então a sua foto pelo mundo e hoje estamos nós a divulgá-la junto dos nossos leitores.

Para melhor se avaliar o tamanho desta onda fiquem a saber que a falésia que se vê, tem uma altura de cerca de 70 metros.
M.A.


14/04/12

AS TRES PENEIRAS OU UMA QUESTÃO DE BOM SENSO


João, rapaz novo e ainda um pouco inconsciente, entrou num novo emprego e, no final do dia o seu chefe passando junto dele parou para colher dele algumas impressões. Depois de um curto tempo de conversa, João, para se “insinuar” junto do chefe saiu-se com esta:
- Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do Silva. Disseram-me que ele…
Nem chegou a terminar a frase porque, o chefe chefe, pessoa sensata e bem formada interrompeu-o dizendo::
-Espere um pouco, João. O que me vai me contar já passou pelo crivo das Três Peneiras?
- Peneiras? Que Peneiras, Chefe?
- A primeira, João, é a da VERDADE. Você tem a certeza de que esse facto é absolutamente verdadeiro?
Um certo embaraço do João que acabou por dizer:
- Não. Não tenho, não. O que sei foi o que me contaram, mas eu acho que…
E, novamente, João é interrompido pelo chefe:
- Então esta sua história já vazou a primeira peneira.Vamos então para a segunda peneira que é a da BONDADE.
_Gostaria que o que me vai contar, os outros também dissessem a seu respeito?
- Claro que não! Deus me livre, Chefe! Responde João apressadamente.
- Então, - continua o chefe – a sua história vazou já a segunda peneira. Vamos lá ver o que acontece com a terceira peneira, que é a da NECESSIDADE. Você acha mesmo necessário contar-me esse facto ou prefere agora passá-lo adiante?
- Bom… chefe. Pensando desta forma, vi que não sobrou nada do que eu tinha para contar respondeuo João um tanto encabulado..
-Pois é João ! Já pensou como as pessoas seriam mais felizes se todos usassem essas peneiras?- diz o chefe sorrindo. E continuou:
- Você é ainda muito novo e, portanto, sugiro-lhe que da próxima vez em que ouvir um novo boato por ai, o submeta ao crivo das Três Peneiras: VERDADE - BONDADE - NECESSIDADE antes de obedecer ao impulso de divulgá-lo a outrem. Ter bom senso ajuda sempre na vida.

PESSOAS MESQUINHAS FALAM SOBRE PESSOAS.

PESSOAS COMUNS FALAM SOBRE COISAS

PESSOAS INTELIGENTES FALAM SOBRE IDÉIAS


(Recebido num e-mail, sem indicação do autor )
M.A.

12/04/12

O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS – Mário de Andrade




Já há algum tempo que não trazia ao blog um texto tão rico mas ao mesmo tempo com um certo sabor poético, como o de hoje, escolhido entre os que escreveu o brasileiro Mário de Andrade. Para conhecerdes os seus dados biográficos apenas tereis que clicar aqui. Deixo-vos portanto com esta sua inspirada  prosa, intitulada:


O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!


Mario de Andrade (1893 - 1945)
M.A.

Caros leitores:
Esta coisa da informática possibilita que as distâncias físicas se anulem e, de repente, dois seres que não se conhecem, que vivem em locais diferentes, por via de um texto que expressa ideias com as quais se identifiquem criem  uma certa aproximação. Foi o que aconteceu com uma nossa leitora de Espanha, M.G. que tendo gostado de ler "O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS" o comentou e até resolveu traduzi-lo para espanhol e enviá-lo para nós. Ora digam lá que isto não é mesmo formidável! A forma melhor que encontramos para lhe agradecer foi mesmo incluír a dita versão no post, possibilitando, assim que, quem a ele aceda possa dispor do texto, tanto em português como em espanhol. Aqui a deixamos entâo:

EL VALIOSO TIEMPO DE LOS MADUROS

Conté mis años y descubrí que tendré menos tiempo para vivir de aquí en adelante del que ya viví hasta ahora.
Tengo mucho más pasado que futuro.
Me siento como aquel niño que recibió un cuenco de cerezas.
Las primeras, las chupó displicente pero al darse cuenta de que quedan pocas, roe el hueso.
Ya no tengo tempo para lidiar con mediocridades.
No quiero estar en reuniones donde desfilan egos inflamados.
Me inquieto con los envidiosos intentando destruir a quienes admiran,
Codiciando sus puestos, talentos y suerte.
Ya no tengo tiempo para conversaciones interminables, para discutir asuntos inútiles sobre vidas ajenas que no forman parte de la mía.
Ya no tengo tiempo para administrar remilgos de personas que, a pesar de su edad, son inmaduros.
Odio hacer careos de adversarios que lucharon por el majestuoso cargo de secretario-general de la coral.
Las personas no debaten contenidos, sólo los títulos.
Mi tiempo se tornó escaso para debatir títulos, quiero la esencia, mi alma tiene prisa…
Sin muchas cerezas en el cuenco, quiero vivir al lado de gente humana,
muy humana; que sabe reírse de sus tropiezos, no se maravilla con triunfos, no se considera elegida antes de tiempo, no huye de su mortalidad.
Caminar cerca de cosas y personas de verdad,
Lo esencial hace que la vida merezca la pena.
Y para mí, basta lo esencial!


Mario de Andrade (1893 - 1945)

Nota da autora do post-Situações como estas animam-nos a continuar o trabalho que fazemos. M.A.

08/04/12

PÁSCOA DE 2012



Deus, Páscoa de páscoas,

transforma a parte do nosso dia a dia

em festa iluminada!


UMA SANTA PÁSCOA PARA TODOS OS LEITORES

NESTE ANO DE 2012

F.C/M.A.

06/04/12

REGISTOS


 Quem, de entre os meus leitores, não reparou já, em casa de algum familiar de mais idade, de algum amigo, ou mesmo na sala de um museu, numa pequena moldura que vulgarmente se designa por Registo? Penso que me responderão afirmativamente, mesmo que a esse objecto, não tenham prestado, na altura, uma importância de maior. Para quem não saiba o que é, daremos uma breve explicação:


_Os registos são determinadas composições feitas à base de flores artificiais, missangas, bordados variados, tecidos, fios dourados ou prateados, penas, rendas, galões, etc. que, consoante o maior ou menor gosto e habilidade da pessoa que o fez, enquadram uma imagem religiosa, uma fotografia de alguém querido, uma oração, uma data, enfim, algo que se desejou assinalar. O resguardo desta obra é feito numa caixa de vidro, geralmente de formato facetado.


Pensa-se terem tido origem nos conventos, em que o tempo e a paciência convidavam as freiras e frades à minúcia destes e de outros delicados trabalhos. Em Portugal a maior parte destas pequenas maravilhas datam do Sec. XVIII e da primeira metade do seguinte. A predominância é de cariz religioso; estávamos na altura das peregrinações mais frequentes e, este era também um modo de perpetuar os objectos ou relíquias que as pessoas traziam consigo. As formas adoptadas em cada Registo determinam também nomes diferentes:_ Memórias, Lâminas, Estrelas, Saudades, etc.



Seria grande pretensão da minha parte, neste pequeno apontamento, alongar-me em grandes pormenores, mas gostaria de destacar a continuidade que, nos Açores, se deu a esta arte tão bonita. Ali podemos encontrar ainda hoje quem, utilizando até a simples escama de peixe, com ela faça flores das mais variadas formas que, depois, em conjunto, embelezam os Registos do Senhor Santo Cristo, por exemplo. Da mesma forma empregam o miolo da figueira e até mesmo as cascas de cebolas e alhos, que, da humildade da sua matéria sobem à categoria de obras-primas, pelas mãos de quem as manipula.

Nas várias feiras de velharias que proliferam em quase todas as localidades podem ter a sorte de ainda deparar com algum destes Registos, talvez já meio desfeito. Então, vou revelar um segredo e, ao mesmo tempo, convidar quem me lê a reparar na face posterior do objecto, que, geralmente, é feita em cartão almofadado. Nele vai encontrar quase de certeza restos de papel de jornal colados ou não. Se a sorte continuar do seu lado pode então descobrir a “Certidão de Idade” da peça que tem nas mãos. É que, era uso, estes artistas, escolherem partes de jornal onde estivesse impressa a sua data. Terá sido esta, portanto, a testemunha mais fiel que acompanhou este Registo até às suas mãos!
Quase juro que, numa próxima oportunidade, vai pôr em prática o que lhe contei….

Nota da autora do post – As imagens apresentadas são de registos bastante antigos pertença de amigos meus
M.A.

05/04/12

LES LUTHIERS, O HUMOR ALIADO AO TALENTO MUSICAL


Privilegiando uma vez mais o bom humor, ele vem hoje, associado à música. Melhor dizendo, quem irá explicar como funciona esta dupla, humor e música, serão dois dos componentes do grupo argentino denominado “Les Luthiers”.
Especialmente nos vários países de expressão espanhola, é um grupo com muita popularidade.

Numa breve apresentação diremos que ele foi formado, com cinco elementos, em 1967, por Gerardo Masana. De princípio apresentavam-se com música coral barroca, mas, depois, ao longo dos anos entraram na quase totalidade dos outros géneros musicais, incluindo mesmo os ligados à chamada música ligeira.

O termo “luthier” significa no francês, fabricante de instrumentos musicais de corda e, no caso presente, estes cinco músicos resolveram inventar para os seus espectáculos os mais incríveis instrumentos, construídos por eles próprios, sendo os objectos empregues para tal, também os mais inesperados. Os nomes que escolhem para os referidos instrumentos são igualmente pouco convencionais. E um dos compositores das suas músicas dizem ser um certo… Johann Sebastian Mastropiero!

Para que os nossos leitores avaliem por si próprios da qualidade do grupo “Les Luthiers” vamos fazê-los ouvir uma rapsódia em que entram dois dos seus elementos, Carlos Núnez Cortés, no piano e Daniel Rabinovich numa das “tais invenções”. Queiram então fazer o habitual clique aqui e divirtam-se com o espectáculo.
M.A.

03/04/12

FENOMENALMENTE PORTUGUÊS, O DESENRASCANÇO!


Conto, aliás, uma história que ouvi recentemente. Um cidadão português, que sempre desejou ter uma casa com vista para o Tejo, descobriu finalmente umas águas-furtadas algures numa das colinas de Lisboa que cumpria essa condição. No entanto, uma das assoalhadas não tinha janela.


Falou então com um arquitecto amigo para que ele fizesse o projecto e o entregasse à câmara de Lisboa, para obter a respectiva autorização para a obra. O amigo dissuadiu-o logo: que demoraria bastantes meses ou mesmo anos a obter uma resposta e que, no final, ela seria negativa. No entanto, acrescentou, ele resolveria o problema.

Assim, numa sexta-feira ao fim da tarde, uma equipa de pedreiros entrou na referida casa, abriu a janela, colocou os vidros e pintou a fachada. O arquitecto tirou então fotos do exterior, onde se via a nova janela e endereçou um pedido à CML, solicitando que fosse permitido ao proprietário fechar a dita cuja janela.

Passado alguns meses, a resposta chegou e era avassaladora: invocando um extenso número de artigos dos mais diversos códigos, os serviços da câmara davam um rotundo não à pretensão do proprietário de fechar a dita cuja janela.


E assim, o dono da casa não só ganhou uma janela nova, como ficou com toda a argumentação jurídica para rebater alguém que, algum dia, se atreva a vir dizer-lhe que tem de fechar a janela! [....]
Nicolau Santos, in "Expresso online" [...]




Nota da autora do post – Caros leitores, achei este relato uma delícia. Penso que nenhum outro povo, como o português, consegue realmente ter este engenho e arte para “dar a volta” a uma situação. Rendo as minhas homenagens a quem teve esta brilhante ideia. Quem sabe se mais alguém a irá aproveitar…
M.A.

01/04/12

SER SEU AMIGO – Vinícius de Moraes


Se eu morrer antes de você, faça-me um favor. Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe. Se tiver vontade de rir, ria. Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me. Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. Se me quiserem fazer um demónio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demónio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles. Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase : ' Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus !' Aí, então derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxuga-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu. Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direcção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele. Você acredita nessas coisas ? Sim??? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito. Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. Eu não vou estranhar o céu . . . Sabe porquê? Porque... Ser seu amigo já é um pedaço d’Ele !



Nota da autora deste post: _Acrescentar alguma palavra ao que acabou de ler, para quê? Isto é simplesmente Vinicius! Está tudo dito! No entanto, se pretender ouvir o mesmo texto dito por Rolando Boldrin, fica também o vídeo à sua disposição.

M.A.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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