Como tudo começou

29/10/12

Pôr-do-Sol

   
 foto fc

Muda a hora mas o pôr-do-sol nunca muda. Sempre diferente sempre igual!
Hoje
fc

26/10/12

Convite

 



Contamos consigo
fc

23/10/12

A uma amiga que hoje está de parabéns



Com a lente e a objectiva

apanhei esta linda flor

para a dar a uma amiga

que tem para mim muito valor

 

É uma amiga das grandes

compreensiva, paciente

lutadora e persistente

solidária, decidida

dá a mão a toda a gente

gosta de sentir calor

recebe e dá muito amor

quero ter sempre esta amiga

ao longo da minha vida!


Fotografia e poema meu

FC

Nota: Este post foi publicado aqui há, precisamente 1 ano,  cá fica de novo, porque nada do que está dito se alterou.

21/10/12

Exposição - Atelier de Artes - SIMECQ

No próximo Sábado dia 27 o Atelier de Artes  vai expor trabalhos realizados pelos seus alunos no último ano .

A partir das 15 horas, venha visitar-nos. Junte-se a nós!

fc

17/10/12

13/10/12

3 séculos, uma vida, uma obra SIMECQ - Teatro

Entrada gratuita



Em cena nos dias:

13 de Outubro
20 de Outubro
03 de Novembro

Salão Nobre da SIMECQ

11/10/12

132º aniversário SIMECQ - Programa das comemorações

Deixamos o convite a todos os amigos, para estarem presentes nas comemorações dos 132 anos da SIMECQ.

Apareçam e venham conhecer as nossas actividades!

fc

05/10/12

A SOCIEDADE INSTRUÇÃO MUSICAL E ESCOLAR CRUZ-QUEBRADENSE

AS VOLTAS QUE UMA PROPRIEDADE DÁ.... (Parte III)

A SOCIEDADE INSTRUÇÃO MUSICAL E ESCOLAR CRUZ-QUEBRADENSE



O concelho de Oeiras, pela sua proximidade de Lisboa, epicentro das ondas de mudança e modernidade, depressa se inseriu e acompanhou o surto de irradiação do nascente associativismo popular. No século XIX, nomeadamente na sua segunda metade, a realidade económica, social e cultural caminhava, progressivamente, no sentido da transformação e do corte com a pesada tradição, com a sua matriz rural, até então quase seu exclusivo pólo de actividade produtiva. A pacata e rotineira vivência, pautada pela exploração do agro e modeladora das mentalidades e dos ritmos e práticas sociais em consonância com os ciclos naturais, foi quebrada pela emergência de novas actividades económicas. O concelho, particularmente o seu litoral, mutara-se em estância de veraneio balnear, em zona de lazer, e, concomitantemente, em sentido inverso, em especial a partir dos anos 60, rendera-se à implantação de importantes unidades fabris. Assim, dois grupos dinamizadores da mudança destacaram-se: os banhistas estivais de extracção aristocrática ou burguesa e o operariado.

A população residente autóctone, que era atenta espectadora dos hábitos de vilegiatura dos banhistas, foi por estes influenciada e veio a reproduzir, noutros lugares, com as necessárias adaptações de dimensão e de meios, muitas das suas práticas de recreação, na pretensão do usufruto dos mesmos prazeres. Se os veraneantes fundaram clubes, onde, à noite, se divertiam, tocando e ouvindo música, dançando, representando, jogando e convivendo, por que não criar também sociedades que constituíssem o espaço de folguedo e confraternização da comunidade?

Os fiéis frequentadores estivais da praia da Cruz Quebrada, como abordámos em artigo anterior, fundaram o seu clube em data que desconhecemos, mas que pensamos poder situar-se na década de 80 do século XIX, instalando-o na antiga e desactivada fábrica de curtumes de António Joaquim de Carvalho/Fortunato Simões Carneiro. E também a população da localidade, a 9 de Outubro de 1880, materializou o projecto de constituição da Sociedade União Cruz-Quebradense, que, depois, veio a adoptar a designação Sociedade Instrução Musical e Escolar Cruz-Quebradense e a ocupar, em 1919, a sede do já então extinto clube de banhistas, onde se encontra ainda instalada.

A fundação

A sociedade foi fundada por João Marques, o elemento dinamizador, Augusto Albarraque, Francisco Ferreira Porquinha, Manuel Gonçalves, Joaquim Gonçalves e Sérvulo de Carvalho, com vista a proporcionar a recreação dos associados. De acordo com os objectivos, logo se constituiu um sol-e-dó que animava os bailes que a colectividade promovia. Este conjunto foi o embrião da reputada banda que pouco depois se viria a formar, da qual já temos notícia, pelo menos, desde 1889.

Inicialmente, a maioria dos sócios era constituída por operários da fábrica de curtumes de Francisco Ferreira Godinho (onde se instalou depois a Lusalite), industrial prestigiado que protegeu a colectividade, sem contudo, ao que parece, a ter instrumentalizado.

Em 1900, a sociedade tinha somente 30 associados (em 1981, mais de mil) que pagavam a quota semanal de 60 réis. A situação económica era próspera. As contas do ano transacto haviam fechado com o saldo positivo de 154$530 réis. Mas este desafogo financeiro devia-se, sobretudo, à gratificação que a banda recebia por participar na animação das corridas de touros que se efectuavam na antiga praça local, situada no perímetro da fábrica de Ferreira Godinho.

As sedes

A primeira sede da colectividade foi na Calçada do Salão. Gilberto Monteiro (“O Sítio da Cruz Quebrada - Nótulas de Micro-História”) admite que tenha sido no próprio edifício que ficou conhecido por “Salão”, hoje já demolido, mas onde estadiava o conde de Tomar, antes de adquirir a quinta de S. João das Praias e de mandar construir o palácio de S.ta Sofia.

Depois, para se situar mais próxima do coração da urbe que então crescia, passou para umas acanhadas instalações localizadas na estrada de Oeiras (actual Rua Sacadura Cabral) que não correspondiam às suas necessidades nem projectos. A desilusão era grande e procuravam-se soluções que originavam controvérsia entre os sócios. Então, com o influente apoio do barão de Sabroso (proprietário e residente no forte da Cruz Quebrada) e o tenaz empenho dos associados, a colectividade adquiriu um terreno no termo da Travessa da Praia (hoje, Travessa Pinto Correia), onde, com muito trabalho voluntário, ergueu a sua modesta terceira sede, ainda sem o espaço adequado às actividades que pretendia desenvolver.

Este edifício foi depois ocupado pela Cooperativa de Consumo 1 de Maio de 1898, numa estreita colaboração entre as duas associações, que era ditada em razão de vários membros da massa dirigente e associativa ser comum. Estas históricas instalações, testemunho da vitalidade do associativismo local, foram destruídas em consequência da construção da Estrada Marginal.

Mas a direcção não se dava por satisfeita com esta sede. A oportunidade de mudar para um imóvel condigno e espaçoso surgiu em 1919. Foi então alugado, pela vultosa quantia mensal de 120$00, o edifício onde estivera alojado o clube de banhistas (Gilberto Monteiro, “ O Sítio da Cruz Quebrada [...]”). A partir de então é este o imóvel, depois ampliado, que a SIMECQ ocupa e onde desenvolveu uma notável actividade.

A música

A motivação principal da constituição da colectividade encontrava-se na recreação. Assim, foi logo criado um agrupamento sol-e-dó, o que permitia já a realização de bailes. Paralelamente, abriu-se à instrução musical, com tanto êxito que não tardou que estivesse formada uma banda. Foi seu dedicado mentor o compositor e mestre Joaquim Vaz. Depois, em data que não conseguimos determinar, a batuta e a escola passou para a responsabilidade de Aureliano Soares - destacado dinamizador e organizador das festas da colectividade.

A banda filarmónica, com os seus 50 executantes, atingiu grande prestígio, sendo solicitado o seu concurso em frequentes festas e cerimónias, até em Lisboa e localidades da província. Por envelhecimento dos músicos e desinteresse das camadas jovens, extinguiu-se em 1948. E foi pena, pois perdeu-se um património árdua e laboriosamente construído.

Durante mais de 50 anos, a banda foi um alfobre de valores, como Joaquim Clemente que ingressou na banda da GNR.

O teatro

Se a banda deixou inscritas a ouro páginas da história da SIMECQ, também ao teatro que aqui se praticou se deve igual honra. De facto, depois de 1919, com a nova sede, já com salão e palco, foi a vez de a colectividade experimentar também a actividade teatral. Durante anos, manteve vivo o incentivo ao gosto pela arte de Talma. O seu grupo cénico deu a apreciar um repertório vasto e ecléctico que abarcou desde o drama à comédia, passando pela revista. Lugar também encontrou a revista de carácter local, como o sucesso que logrou alcançar “Melodias da Cruz Quebrada”.

A escola

Mas se houve actividade em que a SIMECQ se destacou foi, sem dúvida, na área do ensino, com a escola primária que, por sua iniciativa, começou a funcionar em 1927. Quantos milhares de jovens não devem à colectividade o soletrar das primeira letras e os quatro primeiros anos de escolaridade?!

Neste capítulo, temos o testemunho da determinação inquebrantável de uma colectividade que, bem implantada na terra, resolve os prementes problemas da população. Não havia escola primária na Cruz Quebrada. As crianças tinham de se deslocar ao Dafundo ou a Caxias. Reclamações, reivindicações... e nada. Até que a instituição decidiu substituir o Estado do cumprimento de um dever. O arranque da meritória iniciativa foi dado por António da Cunha Flores e, depois, durante muitos anos, a escola foi dirigida pela professora D. Ilda Nazaré Laje. Outros professores, com a sua dedicação, mantiveram viva e operante a escola primária da SIMECQ - justo orgulho da colectividade.

Ligada à instrução, nas vertentes da informação e formação, dentro das preocupações culturais da colectividade, surgiu também a iniciativa jornalística. Assim, em Outubro de 1959, publicou-se a edição única de “O Cruz-Quebradense”, que, posteriormente, entre Fevereiro de 1967 e Fevereiro de 1972, voltou a editar-se, com a periodicidade mensal, assumindo-se de carácter local.

Por toda esta polifacetada e rica actividade, para além da desportiva que aqui não destacámos por falta de espaço, a SIMECQ foi considerada “Instituição de Utilidade Pública”, a 22 de Maio de 1926, e, posteriormente, honrada com a concessão do grau de cavaleiro da Ordem da Benemerência.

Pelo secular trabalho que desenvolveu, a Sociedade Instrução Musical e Escolar Cruz-Quebradense ocupa um lugar cimeiro no contexto das colectividades concelhias. Olhando para trás, perante tão rica história, não resistimos a exclamar: valeu a pena ter sido fundada! Honra lhe seja feita.


Jorge Miranda

SimecqCultura agradece ao Professor Dr Jorge Miranda a cedência deste artigo da sua autoria, já publicado no Jornal da Região, para publicação no nosso blog.


Bem Haja Professor!


Como nota, refiro que o Professor Jorge Miranda, é um profundo conhecedor e estudioso da história dos concelhos de Oeiras e Cascais


Fátima Camilo



03/10/12

Oeiras - Casa da Pesca

foto minha

A Casa da Pesca situa-se na Quinta do Marquês de Pombal, em Oeirase e está classificada como monumento nacional há 70 anos.

Saiba mais sobre este património, que parece estar prestes a desaparecer.

Conheça um pouco da sua história aqui

e ainda aqui

fc

01/10/12

O CLUBE DA CRUZ QUEBRADA

imagem retirada daqui

AS VOLTAS QUE UMA PROPRIEDADE DÁ.... (Parte II)

O CLUBE DA CRUZ QUEBRADA

Em artigo anterior debruçámo-nos sobre a antiga fábrica de curtumes de António Joaquim de Carvalho/Fortunato Simões Carneiro, situada na Cruz Quebrada, numa propriedade localizada entre a estrada de Oeiras (actual Rua Sacadura Cabral) e o Tejo. Agora, seguindo a cronologia das sucessivas ocupações da propriedade, deter-nos-emos no Clube da Cruz Quebrada.


O afluxo de veraneantes ao litoral oeirense cresceu na segunda metade do século XIX. A evasão da capital, quando começava o estio, significava não só uma prática de bom gosto como a fruição de elevado estatuto social. Demonstrava também estar-se na moda e ser-se moderno. Mas já não era só a nobreza tradicional que estadiava nas velhas quintas dos arredores, carregadas de história e de pergaminhos aristocráticos. Igualmente, a nova nobreza endinheirada e a burguesia em vertiginosa ascensão social, mercê do enriquecimento que lograra nas actividades comercial, industrial ou financeira ou no exercício de profissões livres (como hoje, particularmente a advocacia e a medicina) ou ainda nas prestigiantes carreiras política ou do funcionalismo público.


Quando se verificou o crescimento da moda do veraneio balnear, poucas eram as famílias que já possuíam casa própria em consonância com o seu “status”, no litoral. Na sua ausência, algumas mandaram construir opulentas mansões ou graciosas vivendas, de acordo com o volume e o peso dos seus cabedais. Mas a maioria limitou-se a arrendar, todos os anos, as pequenas e modestas casas dos autóctones, onde ficava alojada em más condições. Contudo, a imposição social e o prazer de ir a banhos justificavam o sacrifício... Que raio, não se ia para a praia para ficar encerrado ou demoradamente em casa! De manhã, a praia era o “salão” de convívio; de tarde, voltava-se à praia, passeava-se no campo ou convivia-se no jardim ou parque públicos (quando passaram a existir). De noite, sim, fazia falta um espaço com capacidade para a realização dos tradicionais serões de cavaqueira, jogo, música ou baile. Como as jovens casadoiras poderiam encantar os eventuais pretendentes, com os gorjeios harmoniosos do seu canto ou com o hábil dedilhar das teclas do piano ou das cordas do violino ou violoncelo? Enfim, vilegiatura sem serão, sem convívio palrador, não era de... bom tom. Não era nada! Havia, pois, que ocupar o ócio nocturno. Mas como e onde? Este o problema, a lacuna que era necessário colmatar. Os mais poderosos - os que já possuíam palácios nas chamadas quintas de recreio ou os que mandaram edificar mansões ou moradias - tinham este óbice resolvido e, assim, mantinham a animada coesão do seu restrito e fechado círculo de relações. Aos outros, os “aspirantes”, que ansiavam entrar na alta roda (no “jet set”, como diríamos hoje), estes espaços estavam frequentemente vedados. É que havia estratos que dividiam os privilegiados entre si. Mas também as casas não teriam capacidade para acolher, simultaneamente, tanta gente. No entanto, impunha-se, para que a vilegiatura valesse mais a pena, que as noites pudessem ser aproveitadas num espaço que propiciasse a desejada interpenetração social, com base no convívio e no desenvolvimento de actividades lúdicas de entretenimento colectivo que a todos motivasse. É assim que surge a ideia, entre os banhistas, da criação de uma associação, a que chamavam clube - um espaço suficientemente amplo e de admissão restrita, onde os que estanciavam coubessem: um espaço colectivo seu.
O clube de banhistas
Na área do concelho de Oeiras, o primeiro clube deste tipo a nascer deve ter sido o de Paço de Arcos, em Setembro de 1863, decerto sob o impulso do marquês de Fronteira e d’Alorna. Talvez mesmo tenha sido a mais antiga associação constituída no concelho. Nele a admissão era rigorosamente reservada a sócios, que pagavam quota, e a convidados. Tinha carácter elitista e, consequentemente, era fechado à população local.


Possivelmente, seguindo este modelo, a colónia de veraneantes da Cruz Quebrada fundou também o seu clube - “o clube chic da gente fina, dos banhistas” (Gilberto Monteiro, “O Sítio da Cruz Quebrada - Nótulas de Micro-História”).


A mais recuada notícia que conhecemos em que explicitamente é referido reporta-se ao ano de 1891 (“Jornal do Comércio”, 3/10/1891) e a derradeira é de 1907 (“O Mundo”, 4/9/1907). No entanto, a sua fundação deve ser de data anterior.


O clube ocupou as instalações da antiga fábrica de curtumes de Fortunato Simões Carneiro, com certeza depois de estas terem ido à praça, cerca de 1883. Por esta via, devem ter passado à posse do conhecido e rico negociante e proprietário Policarpo Pecquet Ferreira Anjos. Este requereu autorização para as “reedificar”, em 1887. As pretensões do novo proprietário parecem ajustar-se aos fins do clube, pois sabemos, através do interessante e valioso trabalho que o Dr. Gilberto Monteiro legou, que este dispensou à associação, de que era também frequentador, as instalações da ex-fábrica “já com [a] disposição arquitectónica para salão de festas e recreio”. Isto é, o edifício já comportaria o grande salão e o palco que subsistem na actual sede da SIMECQ. Parece, pois, claro que a execução das obras requeridas tinham já o propósito de adequar o edifício à actividade do clube. Assim, se este, porventura, não existia já, a sua fundação poderá situar-se em cerca de 1887.
O parque Mira Torres
Policarpo Anjos não só adaptou o edifício como também criou o parque Mira Torres, na extensa propriedade que se estendia desde a estrada de Oeiras até ao areal. Na parte superior do terreno, desfrutando de uma espectacular vista, localizava-se o clube.


A arborização do recinto, nomeadamente pinheiros, convidava ao gozo da sombra, nas cálidas tardes de Verão. Aqui as crianças dispunham de espaço para, em segurança, brincar e os adultos para passear, conviver, praticar alguns jogos e organizar as quermesses tão na moda.


O parque e o clube depressa se transformaram em pólo de atracção e de valorização da povoação. E do confinante empreendimento de casas de habitação para banhistas que Policarpo Anjos promoveu nos terrenos que possuía a Poente da antiga unidade fabril, conjuntos que, como assinala Gilberto Monteiro, ficaram conhecidos por “Colmeias” e “Correnteza do Parque”...
 sócios e os frequentadores
O Clube da Cruz Quebrada não servia apenas os banhistas desta povoação. Os que estanciavam em Linda-a-Pastora e na Boa Viagem tinham aqui também o seu pouso. Igualmente de Dafundo, Algés, Pedrouços e até de Paço de Arcos afluíam frequentadores, expressamente convidados, seguindo o princípio do estabelecimento de relações de próxima cordialidade com as comunidades vizinhas. Era costume até o clube dedicar a realização de festas às colónias balneares de outras localidades.


Por aqui passaram “nomes célebres de políticos, ministros, fidalgos, escritores, artistas e ‘tutti quanti’ brilhava na época” (Gilberto Monteiro, “O Sítio da Cruz Quebrada - Nótulas de Micro-História”). Entre estes sócios e frequentadores do clube, destacam-se, pela sua participação activa, algumas personalidades que deixaram assinalável presença nas letras, como Henrique Lopes de Mendonça, Manuel Pinheiro Chagas, Ramalho Ortigão, D. Alberto Bramão, etc.


Em 1896, pertenciam à direcção José Culmieiro Silveira (Chaves), Jordão de Almeida e Carlos Sequeira (“O Liberal”, 27/9/1896).

As festas
Fundado com o objectivo de constituir um espaço de convívio e recreação da população estival da Cruz Quebrada, o clube, a avaliar pelas frequentes e relevantes notícias que a imprensa da capital inseria, cumpriu a sua função. Parece até ter desenvolvido uma actividade modelar.


Para além do entretenimento no jogo (manilha e voltarete), havia lugar ao convívio e à conversa sobre temas políticos, literários, artísticos e sociais. Aqui, “na Cruz Quebrada, como disse [...] Lopes de Mendonça, têm-se feito brilhar todas as artes, a poesia, a música, o canto, o teatro, a pintura, a dança e agora [...] brilhou com todo o esplendor de acepipes a arte culinária” (“Correio da Manhã”, cit. Gilberto Monteiro, “O Sítio da Cruz Quebrada [...]”).


Não surpreende que Lopes de Mendonça se tenha assim referido às iniciativas do clube. Se, por um lado, promovia serões culturais apoiados em variados e atraentes programas, que integravam a actuação de conjuntos ou instrumentistas a solo, recitação de poesia (muitas vezes pelo próprio autor) e canto, também realizava, por outro, bailes, muito concorridos, com ceia, que chegavam a terminar às 6 ou 7 horas da manhã! Temos notícia de se ter atingido a participação de 66 pares, “no meio do maior entusiasmo e animação”. A imprensa referia-se-lhes encomiasticamente: “magnífico”, “deslumbrante”, “brilhante”, “esplendido”, etc. - um esplendor de outros tempos, que não volta! Nem já praia há...

 

Jorge Miranda


SimecqCultura agradece ao Professor Dr Jorge Miranda a cedência deste artigo da sua autoria, já publicado no Jornal da Região, para publicação no nosso blog.

Bem Haja Professor!

Como nota, refiro que o Professor Jorge Miranda, é um profundo conhecedor e estudioso da história dos concelhos de Oeiras e Cascais

Fátima Camilo

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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