Fomos, levados por uma exposição de pintura até uma curiosa e antiga casa de espectáculos que, estávamos longe de imaginar, existisse mesmo aqui junto de nós, na Calçada da Ajuda. Tem o nome de Teatro Luís de Camões e, quem reparar na foto que abre este post) talvez reconheça a fachada mas, acredito, que a maioria não sonha sequer o que se encontra no interior.
Soubemos que o edifício foi construído por João da Cunha Açúcar, dono de uma drogaria na Rua da Junqueira, com a ideia de o explorar como teatro. Inaugurado em 10/06/1880, por altura do 3º. Centº. de Camões, parece que não teve grande futuro como tal e ficou, depois de um processo de herança, fechado por alguns anos, mais precisamente até ao dia 2/2/1924. É nesta data que se instala então aqui o Belém Club, uma Associação formada por dissidentes do antigo Belém Recreio.
Segundo me contaram quando ali me desloquei para colher mais informação, o Belém Club terá sido fundado na Rua de Belém, em 1899 e mudou-se na data já referida para este edifício de que agora falamos, onde se tem mantido até hoje. Como em tantas outras colectividades recreativas de bairro, era aqui que se reuniam as famílias para conviver, dançar, fazer teatro ou música, comemorar datas festivas, jogar, etc. Também seria mais um daqueles locais onde, à época, se proporcionaram os namoricos dos jovens, sob o olhar atento e respeitável dos papás e mamãs!
À medida que o tempo decorreu, com a evolução natural na vida , os hábitos de lazer das pessoas também se modificaram. Por outro lado, uma obrigatoriedade de obras na zona do palco e a habitual falta de meios e espera de subsídios, originou que, agora, a actividade no Club esteja bastante reduzida. Fazem-se, no entanto, aínda algumas exposições de arte e, por vezes ensaios e gravações musicais. Curiosamente, soubemos que foi ali feito aquele programa de grande sucesso na TV, o “Melodias de Sempre”, lembram-se?
Mas, passemos então a descrever o interior desta casa que tivemos o privilégio de visitar.
No átrio, no sítio onde existia o bengaleiro está agora um pequeno bar. Um pouco para a direita situa-se uma escadaria que leva ao andar superior. As paredes laterais estão cobertas com diversas placas que assinalam a passagem por aqui de grandes figuras do espectáculo já desaparecidas de entre nós: Procópio Ferreira, Alves da Cunha, Adelina Abranches, Tomás Alcaide, Mirita Casimiro, Luís Piçarra, João Villaret, e outros mais.
Soubemos que o edifício foi construído por João da Cunha Açúcar, dono de uma drogaria na Rua da Junqueira, com a ideia de o explorar como teatro. Inaugurado em 10/06/1880, por altura do 3º. Centº. de Camões, parece que não teve grande futuro como tal e ficou, depois de um processo de herança, fechado por alguns anos, mais precisamente até ao dia 2/2/1924. É nesta data que se instala então aqui o Belém Club, uma Associação formada por dissidentes do antigo Belém Recreio.
Segundo me contaram quando ali me desloquei para colher mais informação, o Belém Club terá sido fundado na Rua de Belém, em 1899 e mudou-se na data já referida para este edifício de que agora falamos, onde se tem mantido até hoje. Como em tantas outras colectividades recreativas de bairro, era aqui que se reuniam as famílias para conviver, dançar, fazer teatro ou música, comemorar datas festivas, jogar, etc. Também seria mais um daqueles locais onde, à época, se proporcionaram os namoricos dos jovens, sob o olhar atento e respeitável dos papás e mamãs!
À medida que o tempo decorreu, com a evolução natural na vida , os hábitos de lazer das pessoas também se modificaram. Por outro lado, uma obrigatoriedade de obras na zona do palco e a habitual falta de meios e espera de subsídios, originou que, agora, a actividade no Club esteja bastante reduzida. Fazem-se, no entanto, aínda algumas exposições de arte e, por vezes ensaios e gravações musicais. Curiosamente, soubemos que foi ali feito aquele programa de grande sucesso na TV, o “Melodias de Sempre”, lembram-se?
Mas, passemos então a descrever o interior desta casa que tivemos o privilégio de visitar.
No átrio, no sítio onde existia o bengaleiro está agora um pequeno bar. Um pouco para a direita situa-se uma escadaria que leva ao andar superior. As paredes laterais estão cobertas com diversas placas que assinalam a passagem por aqui de grandes figuras do espectáculo já desaparecidas de entre nós: Procópio Ferreira, Alves da Cunha, Adelina Abranches, Tomás Alcaide, Mirita Casimiro, Luís Piçarra, João Villaret, e outros mais.
Entrados na sala principal reparamos que pela sua configuração, é o que vulgarmente se designa por “um teatro à italiana”. Na plateia, algumas das cadeiras, dizem-nos, são ainda as primitivas. Os camarotes que rodeiam a sala, num plano superior, estão assentes em colunas de madeira e, são delimitados por um varandim em ferro forjado, bastante bonito. Mesmo com visíveis sinais de alguma degradação é possível sentirmos ainda neste ambiente a magia de um regresso ao passado e imaginarmos que no palco se vai representar, por exemplo, umas das peças de Pirandello, “Il piacere dell’ ’onestà” ou “Cosí è, se vi pare”…
Continuando a divagar, gostaríamos de acreditar ser possível uma recuperação deste teatro e, depois, ao ocuparmos uma daquelas velhinhas cadeiras irmos reviver sons e luzes de alguma das noites de espectáculo que aquela sala terá tido outrora!...
Melhor do que estas palavras falam as fotos que fizemos e algumas outras que a Gi nos facultou também, as quais, uma vez mais, lhe agradecemos.
M.A.
Continuando a divagar, gostaríamos de acreditar ser possível uma recuperação deste teatro e, depois, ao ocuparmos uma daquelas velhinhas cadeiras irmos reviver sons e luzes de alguma das noites de espectáculo que aquela sala terá tido outrora!...
Melhor do que estas palavras falam as fotos que fizemos e algumas outras que a Gi nos facultou também, as quais, uma vez mais, lhe agradecemos.
M.A.
13 comentários:
Estive lá mas, só agora, graças à M.A. fiquei a saber a história.
Mas que, ao entrarmos no Teatro, fazemos uma viagem ao passado que vemos nos filmes, ai isso fazemos!
É lindo!
Lindo este espaço Amélia. Um verdadeiro tesouro no coração de Lisboa. Oxalá fosse recuperado e utilizado como sala de espectáculo!
Julgo que assistir a uma peça de teatro naquela sala, deve ser emocionante.
Olá,
Fiquei deslumbrada com este texto e estas fotografias. Alguns nomes do teatro que referes e outros que consegui ler nas placas como Irene Izidro e João Villaret são nomes grandes que ainda acompanharam a minha juventude.
É pena realmente que essa sala não se recupere.
Aproveito para agradecer a dedicação da Fátima que já não é a primeira vez que me visita, espero poder estar mais presente, pois com muita pena minha motivos urgentes e vários nem sempre me têm deixado grande disponibilidade para estar aqui.
Gostei muito desta vossa partilha.
Deixo beijinhos.
Branca
Faltou-me dizer que a Amélia fez um excelente trabalho de pesquisa para publicar este post.
Parabéns. Temos reporter!
Brancamar:
Penso que é a primeira vez que a vejo por este blog da Simecq Cultura e desejo portanto saudá-la com amizade, agradecendo também as bonitas palavras que nos deixou. O agrado de quem nos visita é, afinal, o fim que, geralmente
temos em mente. Fui até ao seu blog e identifico-me também com algumas das coisas de que diz gostar. Uma vez que referiu o filme "Africa Minha" deixe-me dizer-lhe uma coisa que ao vê-lo talvez não tenha dado conta:_Mozart está lá presente com o "adágio" do seu maravilhoso concerto para clarinete e orquestra KV 622.
Gosto muito e ouço-o frequentemente.Ficamos à espera que nos visite de novo. Bem haja.
Fátima:
Ora veja lá se eu me convenço que o que diz é mesmo verdade e passo a sair à rua com....penas de pavão!
Tire lá esses óculos cor-de-rosa...
Maria Amélia,
Gostei de saber mas deixou-me um amargo de alma. Tanta memória esquecida e a degradar-se. Não será possível "roubar" um banco para um fim cultural?
Clotilde
Clotilde
Partilho do seu sentimento. Naquele espaço que visitei acredite que senti tudo aquilo que depois, escrevi no post. E penso também que qualquer dia apenas restarão, como memórias, as fotos que foram feitas. O que se rouba nos bancos geralmente tem outros destinos...
Que belo teatro!
Com algumas arrumações, poderia brilhar novamente... Essas construções antigas deveriam ser muito bem cuidadas, pois guardam a nossa história!
Obrigada por me dar a conhece-lo!
Beijos de luz e o meu carinho...
... e tantos à procura de um cantinho para poder trabalhar e mostrar teatro...
A sala deve ser de facto linda, não fazia ideia que esta fachada que conheço bem seria um tesouro pelo lado de dentro!
Há contactos? pode-se visitar? requisitar?
Raquel, julgo que se pode requisitar, sim.Experimenta contactar:
Clube Belém
Calçada da Ajuda, 76 - 80 (próximo Museu Coches) Lisboa
Horário :
15 - 19 , 21 - 23h Segunda a Sábado
21 363 69 06
Como presidente da direcção do Belém Clube, é assim que se chama a colectividade desde 3/3/1899, fico admirado pelas incorrecções cometidas no texto. Para qualquer esclarecimento terei todo o gosto em fornecer os dados correctos. Aproveito para informar que o teatro não se aluga pois está ocupado pelo Grupo Cénico do nosso clube
Exmo Senhor Presidente (não sei se é a mesma pessoa que conheci em 2008)
Na altura não tínhamos muitos mais dados sobre a colectividade e foi com a melhor das intenções que falámos de tão belo espaço.
Mas há sempre um mas....
Caso pretenda contactar-nos e fornecer mais dados, o email é: simecq.cultura@gmail.com
Cumprimentos
FC
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