Creio que já todos nós vimos na televisão o programa “O
Encantador de Cães” onde, resumidamente falando, vemos donos de cães com problemas, chamarem César
Millan para que este avalie os animais e os modifique, em tudo quanto esteja mal no seu
comportamento.
César Millan é um mexicano
que um dia partiu para a Califórnia e tem feito nome, demonstrando a sua enorme
aptidão e vastos conhecimentos para comunicar com os cães. Os métodos que ele
utiliza são bastante curiosos porque não
usa o castigos corporais e baseia-se, sobretudo, na psicologia dos cães e,
também, na que detecta nos humanos.
Ora, é sobre um desses
programas, que vi há dias, que vos desejo
falar:
O programa começou com alguém
explicando que, só no Condado de
Ventura, na Califórnia, existem mais de 1 800 "sem abrigo" e, um dos pontos onde se concentram, num acampamento, sob tendas,
é em determinada mata junto ao rio. Foi ali, junto de uma velha tenda e algum
lixo, que conhecemos Lenie Pictou, uma jovem de 21 anos, que contou que o seu namorado
John, um toxicodependente, quando soube que ela estava grávida, resolveu ir-se
embora deixando-a, como se imagina, numa situação bem difícil.
Aquele local, pelos hábitos marginais
de alguns dos que ali se encontram, torna-se muito problemático. Assim, como medida
de defesa (e também como fonte de aquecimento durante as noites frias), é
vulgar, quem lá vive, ter consigo um, ou mais cães. No caso de Lenie era
Pucker, um cão de 3 anos, arraçado de pitbull que, segundo a sua dona dizia, de
cão dócil que fora , anteriormente, depois
de mudarem para ali, tornou muito agressivo não deixando que
ninguém se aproximasse da dona.
Entretanto, ali em Ventura,
o Pastor Sam Gollouchi , que fazia assistência social na The Harbor Missionary
Church, agora na intenção de prestar auxílio
aos "sem abrigo", estava a criar um Centro
de Dia, integrado no movimento "Operation Embrasse", onde quem precisasse, iria ter
um local para poder descansar, tomar
refeições quentes, ter banhos, etc. E, curiosamente, este dito Pastor fazia questão de receber, igualmente, os cães
que estes sem abrigo tivessem, contanto, que o seu comportamento não se
tornasse problemático. Neste local seria suposto haver muita gente
e também crianças, claro está.
Ora Leni, que vivia já o drama do parto que se aproximava, se ficou
contente quando soube que se poderia inscrever neste Centro, teve também, desde
logo, a consciência de que o seu Pucker,
agressivo como era, não podia ser aceite. Ponderou dá-lo
e fora mesmo a eventos
onde se entregavam cães para adopção mas, a amizade que tinha ao animal ,pesou sempre mais forte.
Foi nesta altura que entrou em cena César Millan.
Chegou, decidiu levar o cão consigo para o treinar
segundo a estratégia que delineou e tudo
decorreu como ele previu. O Pucker, quando se viu a primeira noite longe da sua dona, gania que fazia dó, mas, a pouco
e pouco foi-se transformando e já regressado, junto da dona, agora instalada no dito Centro, era um cão bem diferente, calmo, obediente, convivendo,
sem problema, com adultos e crianças.
Entretanto, o namorado John que fizera uma recuperação da toxicodependência, voltou
para a Leni que
transparecia felicidade anunciando irem casar em breve.
Nascido o bebé, que se
chamou John, tal como o pai, as imagens mostram,
agora, uma a família em completa
harmonia e felicidade, com o Pucker também presente, fazendo parte dela.
O filme terminava com
algumas considerações do César Millan explicando porque tivera, este caso, prioridade
sobre outros e, as suas palavras, foram mais ou menos estas:
_Comoveu-me a amizade que Lenie tinha ao Pucker e o facto de a ver tão
decidida a mantê-lo consigo, a pesar de
todas as dificuldades porque estava a passar.Ela é mesmo amiga do Pucker. Eu, também, não me esqueço que já fui
igualmente um sem abrigo pois, quando
vim do México para S. Diego, andei nas ruas e dormi, durante dois meses, debaixo
de uma ponte…
Gostei de ouvir este homem,
defronte da TV, expôr, tão abertamente, o seu passado menos risonho. Depois,
pensei que nada melhor para avaliar a situação do ser humano que esteja, em
apuros, ao nosso lado, e ter vontade de o ajudar, do que haver já sentido, na própria pele, problema idêntico.
Neste episódio de vida encontramos, portanto, vários seres humanos que conjugando bons sentimentos e acções concretas, levam a bom termo uma bonita história, dando-lhe um fim feliz.
E tudo começou porque havia
um cão agressivo que era importante ser acalmado e torná-lo civilizado…
E já que falamos de cães…
nesta época de férias, quantos deles, sem culpa formada, foram condenados ao abandono apenas por crueldade
dos donos que tinham?
PS-As imagens mostram as personagens da história. Fui buscá-las à net.
M.A.
1 comentário:
Para quem gosto de animais, é muito penoso ter de abandoná-los por falta de meios.
Esta história teve um final feliz, para o animal e para a família.
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