Como tudo começou

30/04/08

DISSERTANDO SOBRE OS LIVROS


Actualmente, ouve-se entoar em muitos lados o de profundis pelos livros e pela leitura. A electrónica e as formas de comunicação que lhe estão associadas vão tragando cada vez mais espaços; parece quase impossível que daqui a dez ou vinte anos alguém faça um gesto tão arcaico como abrir um livro. Eu não acredito que isto venha a suceder, porque os livros são indispensáveis. Os livros servem para compreendermos e para nos compreendermos, criam um universo comum a pessoas que vivem muito longe umas das outras. Se eu e tu lemos, por exemplo, Moby Dick, há mil e um assuntos que podemos discutir: as personagens, a intriga, as antipatias e as simpatias, os aspectos emocionantes e os aspectos enfadonhos.

Pensando bem, ler não é mais do que criar um pequeno jardim no interior da nossa memória. Cada livro vai trazendo alguns elementos, um canteiro, um carreiro, um banco onde podemos descansar quando estamos cansados. Ano após ano, leitura após leitura, o jardim vai-se transformando em parque e, nesse parque podemos vir a encontrar mais alguém. Pode descobrir-se uma amizade, pode, ­- porque não? - encontrar-se o amor, ou mesmo apenas um pouco de alívio num dia particularmente sombrio e tristonho. Ler não é um dever, nem um cálice amargo que tem de ser bebido até ao fundo, esperando receber-se sabe-se lá que benefícios. Ler é criar um pequeno tesouro pessoal de recordações e emoções, um tesouro que não será igual ao de ninguém mais, mas que poderemos partilhar com outras pessoas.

Susana Tamaro escreveu estas frases no seu livro “QUERIDA MATHILDA”. Achei curioso trazê-las a este blog.

M.A.

5 comentários:

Anónimo disse...

Como é bom ler, sonhar e viajar através das letras

António Inglês disse...

Bom dia Fátima

Confesso que tenho lido pouco ultimamente, e quem confessa não merece castigo.
De qualquer forma, acho que a Internet e o fácil acesso pode vir a causar, se é que já não causa, esta falta de interesse pela leitura.
Gostaria que não acontecesse mas este é o preço do progresso, dizem...
Se puder passe pelo meu sítio pois tem lá um desafio se entender aceitá-lo.
Um abraço
António

Isabel Magalhães disse...

O que importa é LER, seja em que suporte for...

No entanto, a leitura de um livro tem outra magia, - até o cheiro do papel e da impressão ajudam - e além disso uma casa sem livros é um jardim sem flores'.

:)

M.A.R. disse...

Estamos de acordo, Isabel. Para mim entrar numa livraria, pegar neste e naquele livro e encontrar em algum deles algo que me interesse e me fará trazê-lo comigo para o ler por inteiro é um rictual que me dá imenso gosto. Não tem comparação com qualquer outro suporte de leitura. Não me imagino a ler na net qualquer obra de fio a pavio.

Gi disse...

Eu fslri sobre isso no Dia do Livro.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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