Como tudo começou

29/09/09

ADIVINHA


Cá estamos, leitores, para mais um momento de descontracção mas, em que será preciso puxar também um pouco pela cabeça. Propomos que escutem um diálogo entre animais. Mais propriamente, uma conversa entre um gavião e…umas quantas pombas!

Andava um gavião, fazendo o seu voo matinal quando se cruzou com um bando de pombas. Como entre os animais também as regras de boa educação existem, o gavião cumprimentou as pombas deste modo:
_Ora como vão e como passam as 100 pombas minhas amigas!
Acontece que uma das pombas entendeu, por bem, esclarecer as coisas e respondeu-lhe deste modo:
_100 pombas não somos, gavião! Mas, nós, outras tantas como nós, mais metade de nós, mais um quarto de nós, mais ainda tu, gavião, já 100 aves serão!
Agora, leitores, com estes dados, respondam-nos: _Quantas pombas voavam naquele bando?

Esta era uma adivinha popular quando eu era ainda uma garotinha pequena, portanto acredito que gente da minha geração vai, de imediato, saber responder. Se a trago agora ao blog, é na esperança de que, para os leitores mais jovens, possa ser novidade.
Apressem-se então a fazerem as contas e a responder. Prometo também que daqui a dias divulgarei a solução.
Com a amizade da M.A

27/09/09

CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO

(Clique para ampliar)


Na revista Ilustração Portuguesa, em “Figuras e Factos”, na página 624, de 1911 Encontramos a foto da Drª. Carolina Beatriz Ângelo com esta legenda:
«Esta distinta médica requereu para ser considerada eleitora, o que foi deferido pelo juiz da 1ª vara cível, annullando todavia o governo esta decisão.»

Na mesma revista, na página 714 em “ Estão Eleitas as Constituintes - A Eleição em Lisboa” diz-se às tantas:

«…Uma nota curiosa das eleições (a) foi a de votar uma senhora, a única eleitora portuguesa, a Médica D. Carolina Beatriz Ângelo, inscripta com o número 2:513 na freguezia de S.Jorge de Arroyos…»

(a) eleições de 28 de Maio de 1911
De notar que aparece o seu nome apenas antecedido do D. e não com o Drª. como seria natural.


A Drª Carolina Beatriz Ângelo, nasceu na Guarda, em 1877, onde fez os estudos primários e liceais. Mais tarde, veio para Lisboa frequentar as Escolas Politécnica e Médico-Cirúrgica de onde saiu em 1902 como médica /cirurgiã. Foi também a primeira portuguesa a obter a especialidade de cirurgia e a operar no Hospital de S. José. Veio ainda a especializar-se em ginecologia.
A sua militância cívica levou-a a pugnar sempre pela Paz, pela implantação da República e pelos direitos das mulheres. Esta ilustre cidadã veio a morrer, em 3 de Outubro de 1911, aos 34 anos de idade, de ataque cardíaco, cerca de 4 meses apenas depois de ter conseguido votar.

Hoje, dia em que iremos votar para as Eleições Legislativas pareceu-nos que seria de recordar, uma vez mais, o nome desta mulher de coragem que, no seu tempo, soube bater o pé perante a incompreensão, a injustiça e a prepotência. O episódio da sua luta pelo direito de ir votar, em 1911, contou-se, com mais pormenor, no post em que se falou do Direito do Voto para as Mulheres, em Portugal. Se o quiser recordar queira clicar aqui.
Gostaríamos de ver o nome desta mulher homenageado de formas mais relevantes. O principal e que esteve ao nosso alcance, ficou já dito neste blog.

(Foto retirada também da Ilustração Portuguesa

M.A.

25/09/09

PAULA REGO INAUGURA CASA DAS HISTÓRIAS EM CASCAIS

À Janela, 1997
Pastel s/ papel montado em alumínio
(clique para ampliar)


«Abriu ao público em Cascais a Casa das Histórias de Paula Rêgo, com uma exposição temporária de obras da pintora portuguesa.A Casa apresentará duas exposições temporárias por ano, a inaugurar na Primavera e no Outono.Esta primeira mostra inclui “obras icónicas”, como a sua primeira obra, intitulada ‘Life Painting’, de 1954, criada enquanto estudante da Slade School of Fine Art, em Londres.A abertura oficial da Casa contou com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, da pintora e da directora do novo museu, Dalila Rodrigues.A colecção do novo museu conta com a totalidade da obra gráfica da artista, num total de 257 exemplares».



Esta foi a transcrição de uma das várias notícias que divulgaram a inauguração de mais um local de cultura, desta vez situado em Cascais.
Num edifício da autoria do Arq. Eduardo Souto Moura, perto da Cidadela, estão, a partir de agora, obras de Paula Rego. Para quem tenha estado menos atento às reportagens dos meios de comunicação, aqui, poderá ver um excerto da dita inauguração. Se quiser mais informação e até ter uma panorâmica de algumas das obras clique aqui também e fará uma viagem virtual dentro da Casa.
Ao que parece a pintora terá preferido a designação de “Casa das Histórias” e não a de Museu, por entender que o que vai deixando nas suas telas é, justamente, a inspiração de histórias que foi ouvindo contar na sua infância e a que ela deu vida através dos pincéis, lápis de pastel, ou de qualquer dos outros meios por si escolhidos.
Evidentemente que não é a primeira vez que este blog dedica a sua atenção à pintora Paula Rego. Falamos dela em 29/09/2007, depois em 7/10/2008 e, mais tarde, em 21/03/2009. Um clique nestas datas levará o leitor a recordar aquilo que dissemos.
Ainda não tivemos oportunidade de ir visitar a Casa das Histórias mas, fazemos desde já, essa sugestão aos nossos leitores.

(Notícia da inauguração, retirada da Net)

M.A.


23/09/09

As galerias romanas da Rua da Prata, em Lisboa, vão abrir ao público nos dias 25, 26 e 27 de Setembro de 2009


Durante os três dias, as galerias estão abertas entre as 10h00 e as 18h00 e a entrada é gratuita. As visitas vão ser acompanhadas por técnicos do Museu da Cidade. A abertura das galerias surge no âmbito das comemorações das Jornadas Europeias do Património.

As galerias foram descobertas após o terramoto de 1755 em Lisboa e só em 1909 começaram a realizar-se visitas, mas apenas por motivos jornalísticos ou de investigação. A partir dos anos 80, a Câmara de Lisboa cria condições de acesso às galerias no subsolo da Rua da Prata.


fc

21/09/09

«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!


Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!

«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.

«Amigo» é a solidão derrotada!

«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'

Recebe este voto, amigo,
Que eu, fiel ao uso antigo,
Quis trazer-te neste dia
Em poucos versos singelos.
Qualquer os fará mais belos,
Ninguém tão d’alma os faria.

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'


fc

19/09/09

Exposição Colectiva de Escultura, Fotografia, Instalação e Pintura: Repensar – Las Meninas


Do dia 18 de Setembro até dia 3 de Outubro de 2009, estão convidados a visitar a exposição colectiva de escultura, fotografia, instalação e pintura, intitulada “Repensar – Las meninas”, no Fórum Municipal Romeu Correia (Almada).

A inauguração terá lugar no dia 18 de Setembro, pelas 17h.

“O projecto “Repensar – Las meninas” foi ideia e iniciativa de José Neto (filósofo e artista plástico). Este tema motivou um ciclo de conferências durante o qual, foram debatidas as mais diversas perspectivas relativas à célebre obra de Diego Velásquez. Tal criou uma oportunidade de diálogo entre pensadores, artistas e o público.
A exposição “Repensar – Las meninas” representa o corolário de um esforço cronológico conjunto, agora materializado pela apresentação pública das mais diversas interpretações artísticas contemporâneas.”

“Fotografia: Claudio Morães Sarmento.”

Aberto de Terça-feira, ao Sábado, das 10h às 18h.

fc


17/09/09

UM POUCO DE BOM HUMOR


CEGONHA TAMBÉM SOFRE…
Toda a gente sabe de onde vêm os bebés, não é assim?
Já todos ouvimos, um dia, contar, que são as cegonhas que os trazem, suspensos no bico para entregar às respectivas mães!

Essa, não é, portanto, a novidade de hoje. Venho é acrescentar à história «algo mais» que eu própria desconhecia e, decerto, vós também, que nos mostra a todos que a missão da cegonha, pode, afinal, tornar-se bem mais espinhosa do que se imagina! Para saberem do que falo, queiram clicar aqui.

Reparem que bem humoradas são as expressões dos bonecos deste filme de animação e, como a música e, demais sons, completam tão bem a história que se dispensam quaisquer palavras.

Mais uma vez, atrevo-me a imaginar que vos deixarei com um sorrido nos lábios. E, já agora, deixo os votos de que esse sorriso se mantenha no decorrer de todo o vosso dia!

P.S.- Aproveitem e mostrem também este vídeo às crianças que tenham por perto!
Até breve.
M.A.

15/09/09

TROVOADA SOBRE LISBOA




Hoje venho mostrar-vos quatro fotos feitas no dia 09 / 09, na altura em que intensa trovoada se fazia sentir sobre Lisboa e arredores. A zona é a da Ponte Vasco da Gama.
Recebi-as de um querido amigo, morador no Norte e, por as ter achado tão bonitas pedi-lhe, de imediato, licença para as colocar aqui no blog. Dedicando-se ele também, há longos anos, às artes fotográficas, nada mais natural que poderem ter sido tiradas por si. Porém, na resposta recebida informou-me que, estas fotos, não eram efectivamente suas. Nestas coisas da Net, quem recebe, reenvia e assim se forma uma cadeia logo se perdendo o rasto de quem esteve na origem. Relativamente a isso até vou transcrever um parágrafo do seu e-mail:

«Como não estão assinadas, acho que podemos utilizá-las. Como em muitos outros casos, quem tira e envia aos amigos as fotografias, fá-lo pelo puro prazer de partilhar com eles as coisas bonitas. E os amigos dos amigos farão a mesma coisa. Embora não se saiba a quem, ao reenviá-las estamos a prestar homenagem ao autor.»

Partilho inteiramente da opinião deste amigo! Portanto, para este autor(a) desconhecido(a), os nossos agradecimentos e os votos de que não se perca nele(a) a sensibilidade e o engenho de continuar a captar momentos tão belos como estes e, se possível, que possam, como agora aconteceu, serem partilhados pelos olhos de todos nós. Não concordam?

M.A.

13/09/09

PATATIVA DE ASSARÉ


Hoje, virei falar de uma paixão que me surgiu recentemente ao descobrir a poesia de Patativa de Assaré. Nesta altura já alguém estará a perguntar de quem estarei a falar, portanto, de imediato, aqui deixo um resumo do que descobri:

_No ano de 1909, lá para os lados do Nordeste Brasileiro, a 18 Klm de Assaré, nasceu um garoto, que viria a chamar-se António. Filho de gente pobre, ao ser descoberto o seu jeito para versejar logo ficou traçado o destino que lhe haveria de dar fama, sob o pseudónimo de Patativa de Assaré.
A sua capacidade criadora, tanto no fazer da poesia como no dedilhar da viola com que se fazia acompanhar, deu-lhe uma projecção que o levou a lugar cimeiro no mundo da música nordestina brasileira. O facto de ter frequentado a escola menos de seis meses não o impediu de fazer poesia cheia de sabedoria, conceitos morais, algum humor, etc. O linguajar caboclo contribuiu também para dar mais graça aos seus versos e o levar à popularidade que alcançou.

Foram inúmeros os prémios e galardões a si atribuídos e, inclusivamente, foi cinco vezes, doutorado Honoris Causa por Universidades brasileiras. Tinha uma memória privilegiada e, quase até ao falecimento (morreu aos 93 anos) recitava de cor as suas poesias.

Outra faceta dele foi ter mantido sempre a sua simplicidade de vida, nunca abdicando de ser agricultor. Fazia mesmo questão de salientar que nunca tinha procurado a fama nem feito profissão dos seus versos.
Achei que esta seria mais uma figura que merecia ser divulgada aqui neste nosso blog e, para vos despertar a apetência de irem procurar mais rimas suas aqui fica, como amostra, este curto mas significativo poema:

EGOÍSMO

Sem ver as grandes cegueiras
Da sua própria pessoa
Vive o homem sempre às carreiras
Atrás de uma coisa boa.
Quando a coisa boa alcança
Ele ainda não descansa,
Sente um desejo maior,
Esquece aquela ventura,
E corre logo à procura
De outra coisa bem melhor.

Se a segunda ele alcançar,
Aumenta mais a cegueira,
Fica sem se conformar
Correndo atrás de terceira,
Vem a quarta, a quinta, a sexta
E ele sendo o mesmo besta
Correndo atrás de ventura,
Assim esta vida passa
E desgraçado fracassa
No fundo da sepultura.

(Este poema está no seu livro “Ispinho e Fulô”. Alguns outros livros seus: “Inspiração Nordestina, Cantos do Patativa, Patativa de Assaré, Cante lá que eu canto cá, Aqui tem coisa e Cordéis e outros poemas”. Elementos recolhidos na Net)

M.A.

11/09/09

NOVA-IORQUE, 11 DE SETEMBRO DE 2001


Foi justamente neste dia, mas há oito anos atrás que assistimos, horrorizados, aos atentados em Nova Iorque. Só em World Trade Center pereceram 3234 pessoas e ficaram desaparecidas 24.

Penso que todos nós repudiamos procedimentos semelhantes mas, nunca é demais reflectir sobre os mesmos e, sempre fazer o que estiver ao nosso alcance no sentido de combater qualquer género de terrorismo no mundo.

Repetindo a velha frase de que a imagem sempre vale mais que as palavras, clicando aqui ireis recordar, num vídeo, esse fatídico dia 11 de Setembro de 2001.
Fiquem em paz, leitores.
M.A.

10/09/09

ESTAÇÃO DO ROSSIO, NUM FIM DE TARDE


Num fim de tarde, no terraço superior da Estação Ferroviária do Rossio, demos connosco com o pensamento a divagar sobre o que o nosso olhar ia captando em redor. É, então, disso que falaremos no apontamento de hoje:

Defronte de nós, um pouco afastado, o Castelo de S. Jorge, antigamente denominado Castelo dos Mouros, cuja construção primitiva, de tão remota, se perde nos tempos, chama desde logo a nossa atenção, pela posição que ocupa, sobranceira à cidade. Três episódios que a história a ele associa acorreram à nossa memória.
Verdade ou lenda, por exemplo, diz-se que, durante o cerco de Lx., (1147) Martim Moniz morreu entalado numa das portas do castelo, permitindo, com o sacrifício da sua vida, franquear a entrada dos restantes cavaleiros e peões sitiantes para o interior da fortaleza. Foi com a tomada do castelo que terminou o domínio muçulmano na cidade de Lisboa e que o Castelo ficou então sob a invocação que tem até hoje, a de S. Jorge.
Mais tarde, em Agosto de 1499, foi ali também que D. Manuel I, com pompa e honras, terá recebido Vasco da Gama, após o seu regresso da viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia.
E , já no Sec. XVI, ali também, se estreou a 1ª peça de teatro português, comemorativa do nascimento de D. João III, o “Monólogo do Vaqueiro”, de Gil Vicente. Diz a História que a representação se fez na presença de toda a Corte, na câmara da Rainha, ainda parturiente… Roque Gameiro inspirou-se e imaginou numa tela este sarau de teatro.



Enquanto a ideia ainda viajava por tempos idos, o nosso olhar deixou-se prender a um pormenor da cantaria de um dos muros da Estação.


_Estes dois fusos espiralados imitam a forma daqueles pequenos búzios que encontramos nos passeios à beira mar, pensamos nós. Lógico, pois não é sabido que, foi nos motivos marítimos que o estilo manuelino (neste edifício já não na sua forma mais pura) se foi inspirar? Reparando depois no friso que se lhes segue vislumbramos, desta vez, semelhanças, com as bonitas rendas de bilros. E, assim, a nossa imaginação lá foi voando livremente…
Agora, é o ruído do trânsito da cidade que nos desvia a atenção para a encosta mais à direita onde, o casario, acentuadamente pombalino, com pormenores que a incidência do sol mais fazia destacar, nos prendeu, por alguns momentos.


Que bonitas são as varandas em ferro trabalhado! Cada uma delas merecia mesmo uma foto com zoom!
E as águas furtadas, de onde, já alguém disse que, na cidade, se consegue ver o sol nascer mais cedo!


E que dizer, daquela original sacada, cujas três portas se destacam das demais pelo formato triangular dos vidros superiores? Junto ao telhado, até tem aquele remate com os recortes em zinco pintado, tão em voga nos chalets do Sec. XIX .

Foi com pena que, demos então conta, serem já horas de voltar para casa…
(Fotos da autora do post excepto a do quadro de Veloso Salgado que foi tirada da Net)
M.A.

08/09/09

MARIO VIEGAS


António Mário Lopes Pereira Viegas, de seu nome completo, nasceu em Santarém em 10/11/1948 e morreu em Lisboa em 1/4/1996.

Foi um reconhecido e importante actor e encenador da sua geração, contribuindo também bastante, na área da poesia, para a divulgação da mesma. Tanto em recitais, como pela rádio ou televisão, a sua voz deu-nos a conhecer textos e rimas que nunca mais esqueceremos. Na TV chegou mesmo a ter duas séries de programas, sob este tema, que ainda hoje são recordados com saudade:
”Palavras Ditas”, em 1984 e”Palavras Vivas, em 1991.
Penso que terá sido, justamente, de um desses programas que foi retirado o vídeo que hoje mostro. As poesias que Mário Viegas declama são de «O Guardador de Rebanhos» de Fernando Pessoa, aqui escrevendo sob o heterónimo de Alberto Caeiro.
Uma vez mais, eu convido os leitores a clicarem aqui e, recostando-se na cadeira, ouvirem, acredito que deliciados, a poesia de Fernando Pessoa na voz do actor a quem dedicamos o post de hoje.
Quem sabe até se, depois de ouvir estes poemas, alguém recordará também, com alguma pontinha de saudade, “a sua aldeia” e “o rio da sua aldeia.

...« Pelo Tejo vai-se para o mundo. Para além do Tejo há a América e a fortuna daqueles que a encontram. Ninguém nunca pensou no que há para além do rio da minha aldeia!»

Fiquem bem, leitores
M.A.

07/09/09

QUEBRA-CABEÇAS (SOLUÇÃO)

Caros leitores:
Ora vamos lá cumprir a nossa palavra, explicando o quebra-cabeças de há dias. Pode relembrar clicando aqui.
_Façam o favor de pegar num pequeno rectângulo de papel, com face e verso de cor igual e, nele, façam três golpes, até metade da sua altura, tal como se vêem na imagem. Depois, com o papel, seguro apenas pelas duas mãos, (não apoiado numa superfície) sobreponha a zona listada de encarnado, 1 sobre 2, dobrando-a pelo meio e deixando que o lado direito do papel se volte, naturalmente, do avesso. Claro que a zona assinalada a encarnado aparece aqui apenas para ajudar à explicação. As letras postas nos cantos também têm esse fim. Nesta última foto, o C e D estarão na parte posterior do papel, uma vez que o lado direito estava voltado.
Deste modo se cria a ilusão das fotos que mostramos no primeiro post onde se vê uma parte do papel sobreposta.


Apresentado aqui até nem será muito difícil, pois, quem é posto à prova, mexe no papel e , não tarda a chegar à solução. Se repetirem isto junto dos amigos, sugiro que espalmem bem a dobragem e peçam que eles descubram, sem mexer, apenas olhando. Verão que assim não lhes é muito fácil descobrir!
Oxalá se tenham divertido com esta brincadeira.
M.A.

06/09/09

EXPOSIÇÃO NAÏF NO ESTORIL


Fui, um dia destes, ao Casino do Estoril para visitar o «XXX Salão Internacional de Pintura Naïf». Este ano são 40 os artistas, nacionais e estrangeiros, que ali se apresentam e, acreditem, é sempre uma satisfação para mim ver todo aquele intenso colorido revestindo as paredes da galeria.
Foi no ano de 1980 que se realizou a primeira exposição colectiva dedicada à Arte Naïf, apenas com 17 artistas representados.


Comenta-se, no catálogo, que há quem pense serem, estes artistas, aqueles que não sabem pintar, refutando, logo de seguida, essa maneira de ver, como eu igualmente faço. Esta é, apenas, uma, entre várias outras formas de expressão artística em que a falta de escola do artista é compensada pela pureza das cores e a ingenuidade do desenho. Que importa se a perspectiva não está lá e se os temas, pela sua simplicidade, nos despertam, por vezes, um sorriso? Por mim, olhando estes quadros, eu vejo sempre neles, arte da mais genuína! E, repito, é sempre com muito gosto que lá vou.




Acho curioso também observar a diversidade de profissões de onde surgem os chamados “artistas de domingo”nome com que também se designam os artistas naives. Este ano estão ali reformados, professores, um engenheiro, um pastor de caprinos e um agricultor, entre vários outras. São autodidactas e o que importa é terem descoberto dentro de si alguma sensibilidade artística e haverem ido um dia comprar telas, tintas e pincéis para darem o primeiro passo.



Para esta exposição houve dois prémios:
Um, instituído pela Câmara Municipal de Guimarães para o melhor trabalho apresentado e outro denominado “Câmara Municipal de Cascais”para a melhor obra sobre a Costa do Estoril. Foi também de 12 o total das Menções Honrosas atribuídas este ano.
Leitores, esta exposição encerrará no próximo dia 14 de Setembro, portanto, apressem-se a ir lá.
As fotos que são apresentadas têm a seguinte ordem:
- Prémio C. M. Guimarães – Arménio Ferreira
- Prémio C. M. Cascais – Cecília
- 3 Menções Honrosas – Elza Filipa – Manuel Castro e J. B. Durão

M.A.

04/09/09

DIREITO DE VOTO PARA AS MULHERES, EM PORTUGAL

Foto de Ana de Castro Osório, Presidente da Liga das Sufragistas Portuguesas e de Carolina Beatriz Ângelo, primeira eleitora portuguesa. Esta foto foi feita justamente no dia 28 de Maio de 1911, dia da votação.
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Foi durante a Revolução Francesa em 1798, que se fez ouvir pela primeira vez a reivindicação do voto feminino. Porém a mulher Portuguesa só teve direito a votar a partir de 1931, há 78 anos. E foi apenas há 33 anos – pela Constituição de 1976 – que viu consagrados os seus direitos em pé de igualdade com o homem.

Em Março de 1911, após a revolução republicana de 5 de Outubro, é promulgada a Lei Eleitoral, mas o sufrágio universal, uma das principais bandeiras do Partido republicano, não é instituído. O direito de voto era reconhecido apenas a “cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família”.

Em 28 de Maio realizam-se as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte. Valendo-se da omissão sobre o sexo do chefe de família, a médica e primeira cirurgiã portuguesa Carolina Beatriz Ângelo (1877-1911) reivindicou o seu direito de votar, invocando a sua qualidade de chefe de família, pois era viúva e mãe de uma filha. A lei não previa que o chefe de família fosse entendido como uma mulher. O tribunal constitucional entendeu que a forma gramatical “cidadãos portugueses” abrangia também as mulheres e deferiu a sua pretensão. Para evitar que tal precedente se repetisse, a lei foi alterada no ano seguinte, com a especificação de que apenas os chefes de família do “sexo masculino” poderiam votar. ( Caros leitores, com toda a minha indignação de mulher apetece-me rotular quem ditou esta alteração à lei, com "determinada expressão" que, muito embora atingindo também as suas mães e, ferindo talvez ouvidos mais sensíveis, é a que, no meu entendimento, melhor classificará aqueles que, usaram o poder que lhes estava conferido, deste modo tão pouco digno. Perdoem-me, mas tinha que deixar aqui este meu desabafo!... )

Historicamente, o movimento feminista iniciou-se com o Sec. XIX e visava o estabelecimento de direitos e deveres iguais para a mulher e para o homem nos domínios social, político, jurídico e económico. Não me irei alongar na descrição do que se passou ao longo dos anos. Destacarei apenas a criação, em 1909, da Liga Republicana das mulheres Portuguesas, dirigida por Maria Veleda (1871-1955), Adelaide Cabete (1867-1935 e Ana de Castro Osório (1872-1935). Esta, que foi personagem de relevo, altamente empenhada nas suas causas, publicou em 1905, “As Mulheres Portuguesas”, que se pode considerar um manifesto feminista. Depois de 1910 é promulgada a primeira Lei do Divórcio estipulando que seja dado o mesmo tratamento ao marido e à mulher tanto em relação aos motivos do desquitamento como aos direitos sobre os filhos. A mulher deixa de dever obediência ao marido e o crime de adultério tem o mesmo tratamento quando cometido por qualquer dos cônjuges. O dever de submissão das esposas aos maridos é suprimido e o acesso ao trabalho na administração pública é autorizado às mulheres. A escola torna-se obrigatória para crianças, meninas e meninos dos 7 aos 11 anos.

Alguns direitos foram, a pouco e pouco, sendo conquistados mas com algumas aberrações. Vejam por exemplo:_ Em 1931, há 78 anos o direito de voto foi facultado às mulheres, desde que tivessem um curso universitário ou estudos secundários completos. Aos homens continuou a exigir-se somente que soubessem ler e escrever!
Com esta legislação, o Estado Novo visava alcançar maior participação no plebiscito e uma expressiva concordância de eleitorado com a Constituição de 1933, que consagrava a igualdade dos cidadãos perante a lei, excepção feita às mulheres, tendo em conta “as diferenças inerentes à natureza e também aos interesses da família”.
Foi unicamente em 1974, na sequência da Revolução de Abril, que foram abolidas todas as restrições baseadas no sexo quanto à capacidade eleitoral dos cidadãos.

Aqui ficaram alguns dos passos da luta das mulheres pelo direito de voto. A minha humilde mas sincera homenagem e agradecimento a todas aquelas mulheres (e também alguns homens) que contribuíram, ao longo dos tempos, para que a desigualdade de direitos entre os sexos fosse deixando de existir. Entendi ser oportuno, neste aproximar de eleições legislativas, trazer este assunto ao blog.

(Excerto de um texto e foto, publicados na revista do Club do Coleccionador).
M.A.

03/09/09

Exposição de pintura - Paço D'Arcos


Inserida nas festas de Paço D'arcos, aqui fica a sugestão para um dia diferente.

As minhas desculpas pela demora na publicação do evento.
fc

02/09/09

QUEBRA-CABEÇAS COM PAPEL E TESOURA


( Clique para ampliar)


Caros leitores:
Pensando na descontracção das férias, hoje trago-vos um quebra-cabeças feito apenas com um papel e uns cortes de tesoura. Como decerto já olharam as fotos, (é o mesmo papel em posições diferentes) a pergunta que vos faço é:
_De que modo poderemos nós chegar a esta imagem, partindo de um papel liso e sem utilização de cola alguma? Reparem, por favor, que sendo uma única folha, há uma parte do papel que aparece sobreposta à face inferior do mesmo.

Daremos a resposta dentro de dias.
Estejam atentos porque viremos explicar a solução.
M.A.
Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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