Como tudo começou

31/05/08

Crianças da SIMECQ expõem em fim de semana do Dia da Criança


Contamos com o apoio e a visita de todos.
Poderá assistir ainda a vários jogos de Basquetebol.
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30/05/08

HABEAS PINHO

Este, é o nome dado a um famoso documento que figura hoje emoldurado em muitos escritórios de advogados e bares do Nordeste brasileiro.
Na Paraíba, em 1955, alguns elementos boémios faziam uma serenata e foram presos. Eles foram libertados no dia seguinte, mas o violão ficou retido. Tomando conhecimento do acontecido, o famoso poeta e senador Ronaldo Cunha Lima enviou uma petição ao Juiz da Comarca, em verso, solicitando a entrega do instrumento musical:

Senhor Juiz
Roberto Pessoa de Sousa:

O instrumento do “crime” que se arrola
Nesse processo de contravenção
Não é faca, revolver ou pistola,
Simplesmente Doutor, é um violão.

Um violão, Doutor, que em verdade…
Não feriu nem matou um cidadão
Feriu, sim, mas a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão.

O violão é sempre uma ternura,
Instrumento de amor e de saudade
O crime a ele nunca se mistura
Entre ambos inexiste afinidade

O violão é próprio dos cantores
Dos menestréis de alma enternecida
Que cantam mágoas que povoam a vida
E sufocam as suas próprias dores.

O violão é música e é canção
É sentimento, é vida, é alegria
É pureza e é néctar que extasia
É adorno espiritual do coração.

Seu viver, como o nosso, é transitório.
Mas seu destino, não, se perpetua.
Ele nasceu para cantar na rua
E não para ser arquivo de Cartório.

Ele, Doutor que suave lenitivo
Para a alma da noite em solidão,
Não se adapta, jamais, em um arquivo
Sem gemer sua prima e seu bordão

Mande entregá-lo, pelo amor da noite
Que se sente vazia em suas horas,
Para que volte a sentir o terno açoite
De suas cordas finas e sonoras.

Liberte o violão, Doutor Juiz,
Em nome da Justiça e do Direito.
É crime, porventura, o infeliz
Cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

Será crime, afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
Perambular na rua um desgraçado,
Derramando na praça suas dores?

Mande pois libertá-lo da agonia
(a consciência assim nos insinua)
Não sufoque o cantar que vem da rua,
Que vem da noite para saudar o dia.

É o apelo que lhe dirigimos,
Na certeza do seu acolhimento
Juntada desta aos autos, nós pedimos
E pedimos, enfim, deferimento.

O Juiz Roberto Pessoa de Sousa, por sua vez despachou utilizando a mesma linguagem do poeta Ronaldo Cunha Lima: o verso popular.

Recebo a petição escrita em verso
E, despachando-a sem autuação,
Verbero o acto vil, rude e perverso,
Que prende, no Cartório, um violão.

Emudecer a prima e o bordão,
Nos confins de um arquivo, em sombra imerso,
É desumana e vil destruição
De tudo o que há de belo no universo.

Que seja Sol, ainda que a desoras,
E volte à rua, em vida transviada,
Num esbanjar de lágrimas sonoras.

Se grato for, acaso ao que lhe fiz,
Noite de luz, plena madrugada,
Venha tocar à porta do Juiz.

Nota-Digam lá que não é um encanto isto que leram? Se clicarem aqui terão oportunidade de ouvir também um bonito solo de violão que acompanha este poético relato, ainda que não completo na parte que pertence à sentença do Juiz.

M.A.

29/05/08

Comboio histórico regressa sábado à Linha do Douro





Tire as lembranças do baú e volte atrás no tempo de Maio a Outubro, na Linha do Douro.

É hora de partir para a viagem e sentir as emoções do passado, a bordo do Comboio Histórico da CP, num passeio inesquecível…
Reserve já o seu lugar e visite esta Linha ímpar nos comboios da CP.


O comboio a vapor volta a percorrer a Linha do Douro no sábado, numa viagem que visa fazer "regressar" os passageiros ao início do século XX e que se vai repetir todos os sábados até Outubro

28/05/08

A TORRE DE S. VICENTE DE BELÉM



Quem por mar aceda pela primeira vez à nossa capital é surpreendido, já à entrada de Lisboa, por uma construção, visível à sua esquerda que, por certo o encantará. Refiro-me à bonita “Torre de S. Vicente de Belém”, mais vulgarmente conhecida por “Torre de Belém”.
Também já foi designada por “Baluarte de S.Vicente a Par de Belém” e “Baluarte do Restelo”, no Sec XVI, aquando da sua edificação.

Pelo que escreveu Garcia de Resende, nas suas ”Crónicas de D.João II”, em 1545, já estaria projectada a sua construção no reinado de D. João II, mas, por morte deste, foi D. Manuel I que acabou por concretizar o projecto. Garcia de Resende diz, também, ser autor do seu risco inicial, porém, mais divulgado como seu arquitecto é Francisco Arruda. A obra esteve a cargo de Diogo Boitaca que trabalhava já, nessa altura, também no Mosteiro dos Jerónimos.

Esta Torre começou a ser construída em 1514 e terminou em 1520. Veio substituir uma nau que ali existiu ancorada, designada por “Grande Nau” de onde partiram as frotas para os descobrimentos. Era uma embarcação artilhada, que ao tempo, estaria integrada, conjuntamente com o Baluarte de Cascais e o da Caparica, no plano defensivo da barra do Tejo e da cidade de Lisboa.

Inicialmente a Torre estava toda dentro do Tejo. É de traça quadrangular com um baluarte poligonal avançado em direcção ao rio. Portais com arcos quebrados, claustro coberto e abóbadas assentes em torais são característicos da construção portuguesa. O seu estilo é o Manuelino, reconhecível por qualquer um, tantos são os elementos marítimos que a decoram. No seu exterior, domos, varandim e balcões fazem-nos lembrar algo de Veneza e Marrocos. Como curiosidade, esculpido no seu lado poente, há um rinoceronte que, dizem, ser uma das primeiras representações deste exótico animal africano.

Ao longo dos tempos a Torre sofreu várias reformas. Especialmente no Sec XVIII, foram-lhe adicionados o varandim do baluarte, as ameias, o claustrim e o nicho da Virgem voltado para o Tejo.

À medida que as funções defensivas da Torre iam perdendo importância, ela passou a ser usada como registo aduaneiro, depois posto de sinalização telegráfica e, mais tarde, farol. Nos reinados de Filipe I e D.João IV chegou também a albergar presos políticos.

Monumento Nacional e ex-libris da cidade de Lisboa foi, conjuntamente com o Mosteiro dos Jerónimos, classificada pela UNESCO, em 1983, como Património Cultural de Toda a Humanidade. E, neste mesmo ano integrou também a XVII Exposição Europeia de Arte Ciência e Cultura.

Para ilustrar este apontamento escolhi esta foto, publicada em 1909, na “Illustração Portugueza” que me chamou a atenção pela curiosa legenda que a acompanha: “A Seducção de Lisboa”. Esta, digamos, será a minha homenagem a alguém, que “viu a Torre talvez com um olhar mais romântico”...

Nota- Este tema foi-me sugerido pela Fátima Camilo que também me enviou alguns elementos já pesquisados por si. Bem haja.

M.A.

27/05/08

Museu do Douro:Exposição permanente "Memória da Terra do Vinho"

A exposição permanente do Museu do Douro "Memória da Terra do Vinho" inaugurada a 18/05/2008 na Régua, desvenda a história da mais antiga região demarcada do mundo - o Douro, das suas vinhas e do vinho.

"Memória da Terra do Vinho" fica patente ao público no Solar do Vinho do Porto, o antigo armazém 43.

Esta mostra assume-se precisamente como um espaço de representação da Região Demarcada do Douro (RDD) e da cultura da vinha e do vinho, elementos essenciais da identidade deste território.

A "viagem" pela memória desta região começa com uma referência ao espaço que acolhe a exposição, o antigo armazém 43, que foi propriedade de Dona Adelaide Ferreira, a lendária Ferreirinha, uma das principais defensoras do Douro.

O vinho ocupa o maior espaço da exposição, que mostra as diversas técnicas de cultivo da vinha, alguns utensílios utilizados nos trabalhos, a vindima, a pisa das uvas, o transporte do vinho, como os barcos rabelos construídos de propósito para transportas as pipas de vinho pelo sinuoso e difícil rio Douro.

26/05/08

A ZARA VEIO "CONVERSAR" CONSIGO



Meus amigos:
Nós já fomos apresentados há uns tempos atrás e, para quem não se recorde disso eu peço que clique aqui para a sua memória se avivar.
Eu sou a Zara e apareço à direita na fotografia, com uma coleira encarnada toda modernaça. Ao meu lado está o Sting, meu irmão gémeo. Se sou eu a falar é porque ele é um pouco mais tímido. Nós, do sexo feminino, somos sempre mais desinibidas! Longe vai o tempo em que se passava o contrário…
Pois quero contar-vos que depois de sairmos do Alentejo, onde nascemos, viemos para uma casa onde encontramos uns donos cinco estrelas e pasmem… também um avô cheio de paciência para aturar as nossas traquinices. Acreditem que nós, por vezes, abusamos um pouco e mesmo assim o “cota” nunca chegou a vias de facto. Deixo também uma foto onde eu apareço toda aconchegadinha a ele.



Para que não pensem que tudo tem corrido sem problemas e, porque estou numa, de nada vos esconder, saibam que viemos com sarna. Depois, eu tive também uma gastro-enterite. Mas a nossa dona lá foi connosco ao Sr. Dr. dos canitos e, quer num caso, quer no outro, tudo entrou de novo nos eixos.
Problema mais complicado tem sido o dos xixis… Não sei bem o que se passa mas, mal entramos na sala onde os humanos vêem televisão, assim que as nossas patas tocam na carpete fofinha…lá vem a vontade incontrolável…Será que isto tem a ver com matéria de que a mesma carpete é feita? Claro que logo a seguir temos um dedo indicador apontado à porta do terraço e, também uma tapona no rabiosque. Eu sei que eles nos querem ensinar bons hábitos higiénicos…

Enfim, podemos dizer que somos uns cães sortudos! Mas que dizer de tantos outros quatro patas que, em se aproximando as férias dos donos, são abandonados a um destino incerto, sem compaixão alguma? Duvidam?Cliquem agora aqui e conheçam o que passou com o Egas! Todos os humanos que me estão a ler, façam campanha no sentido de impedir essa desumanidade…
Até sempre. Vossa amiga Zara

P.S - Reparem bem nas minhas orelhas. Não acham que estão mesmo a pedir que lhes coloquem uns laçarotes encarnados a condizerem com a coleira?

24/05/08

A AMIZADE


Amizade é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo. Provavelmente o interesse dos amigos são parecidos, e demonstram, entre si, um senso de cooperação. Muitas vezes é baseada em comportamentos como:

A tendência de desejar o melhor para o outro;
Simpatia e empatia;
Honestidade;
Lealdade.

Geralmente a amizade leva a um sentimento de lealdade entre si, ao ponto de colocarem os interesses do outro à frente de seu próprio interesse. Amizade resume-se em lealdade, confiança e amor, seja fraterno ou mais profundo e como Carl Rogers diz: "é a aceitação de cada um como realmente ele é".
Os amigos evitam ser sufocantes ao outro, para que haja respeito pelos seus direitos. Ao sufocá-lo com exigências corre-se o risco de perdê-lo. Nada tem a ver, por exemplo, com a idade; podemos encontrar grandes amigos com idades bastante diferenciadas entre si. É um sentimento que pode durar uma vida inteira e, atrevo-me mesmo a acreditar que perdura para além da morte. Um bom amigo continua na nossa memória mesmo que já tenha deixado de se encontrar entre os vivos. A amizade pode ter como origem, um instinto de sobrevivência da espécie, e uma necessidade de proteger e ser protegido por outros seres da espécie. Faz parte da amizade, não exacerbar os defeitos do outro e dividir os bons e maus momentos.

Alguns amigos denominam-se "melhores amigos". Os melhores amigos, muitas vezes, conhecem-se mais que os próprios familiares e cónjuges. ". Quem comigo convive várias vezes já me terá ouvido dizer “que temos uma família por obrigação, a nossa, a de sangue, dentro da qual nascemos e uma outra, por devoção, os nossos amigos!” Aqui entre nós, um ou outro familiar até teremos que nos será menos caro que um amigo… Oa amigos funcionam quase que como um "confessionário". Para atingir esse grau de amizade, muita confiança e fidelidade são depositadas mutuamente.
Por vezes, a amizade, atinge também uma maior intensidade quando a adversidade atinge um dos elementos. O verdadeiro amigo mais se aproxima do outro, se se apercebe que as coisas lhe estão a correr menos bem. Igualmente, pela inversa, temos também a possibilidade de conhecer “os falsos amigos”.

Sem desejar cair em exageros eu não quero igualmente esquecer de falar na amizade que um humano pode receber também de um animal irracional. Não são poucos os exemplos que podemos encontrar que nos demonstram isso.

Os amigos sentem-se atraídos pelos outros pela forma como eles são e não pelo que eles possuem. As verdadeiras amizades tudo suportam, tudo esperam, tudo crêem e tudo perdoam, pelo simples facto de existir entre eles o verdadeiro amor, também conhecido como amor philéo = amor de amigos.
Por muito que se possa explicar psicologicamente sobre a amizade e por muito que falem dela como um objecto científico e a estudem, a amizade é um sentimento que se deve preservar a todo o custo.

Esta minha dissertação sobre a amizade (onde incluí também algumas considerações e afirmações retiradas da Wikipédia) foi-me sugerida, imaginem, pela bonita imagem que recebi por mail e com a qual decidi abrir este post. Por certo já identificaram o bordado do Minho, (disseram-me ele ser mais característico de Ponte do Lima ) de um lenço dos namorados. Reparem como a ingenuidade e simplicidade desta frase bordada num retalho de linho nos levou, a mim e a vós, leitores que me lêem, a este encontro de alguns minutos, para falar sobre um sentimento tão importante…
E é pois, com AMIZADE que, de vós, hoje me despeço!
M.A.

O AQUÁRIO VASCO DA GAMA EM 1909


Como complemento do post comemorativo dos 110 anos deste Aquário aqui apresentado pela Fátima Camilo em 19 p.p. trago hoje algumas fotos datadas de 1909, que encontrei numa antiga “Illustração Portugueza”. Será interessante verificar as alterações que foram feitas na fachada. Aquele "torreão" à esqª. por exemplo,já não existe hoje. Há também um novo andar com tres janelões.
E quem sabe se algum dos meus leitores vai reconhecer nestas fotos de antigos funcionários, algum familiar, seu antepassado? Caso isso aconteça gostaríamos de o saber.
















Foto 2-António Leal o mais antigo empregado do Aquário
Foto 3-Manuel Joachim o intelligente machinista do Aquário
Foto 4-Na casa das máchinas: Os motores e as bombas. Vêem-se na foto o machinista e o seu
ajudante João Augusto da Silva.
Foto 5-Colheita de exemplares de espécies inferiores, à mão, na praia e rochedos de Caxias

Fizemos questão de conservar nas legendas das fotos a grafia da época.

M.A.

22/05/08

O Dia da criança


No âmbito das comemorações do dia da criança, teremos várias iniciativas a decorrer, nomeadamente uma exposição com os trabalhos realizados no nosso atelier, pelos nossos jovens artistas.

Decorrerá também o 24 horas de Basquetebol de SIMECQ (para todas as idades), que envolve muitas crianças.

Temos ainda bastantes crianças na nossa Banda e na escola de música.

Neste dia, uma lembrança não calhava nada mal!



Contamos com os vossos gentis patrocínios, pode ser?
(materiais, animações, brindes, etc)

Diga o que nos pode oferecer. simecq.cultura@gmail.com
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FIESA 2008 o maior evento mundial de figuras esculpidas em areia

6º Festival Internacional de Esculturas de Areia - FIESA 2008
22 de Maio a 22 Outubro

o FIESA - situado entre a EN-125 e a A-22 (Via do Infante), entre Pêra e Algoz - pode ser visitado entre as 10:00 e as 24:00.
Sugestão:
Ao anoitecer o FIESA tem um encanto muito especial. O pôr do sol aliado à cor predominante do espaço, dá uma tonalidade única às escultras.
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21/05/08

CARTÕES DE CELULOIDE

Nos finais do Sec.XIX era de bom-tom enviar nas datas festivas, especialmente nos aniversários e no Natal, cartões de celulóide decorados com motivos florais
em baixo relevo e complementados por ornamentos de seda ou de veludo.
O primeiro material plástico foi patenteado em 1855 pelo químico britânico Alexander Parkes (1813-1890). Alguns anos depois, os americanos Jonh Wesley Hyatt e Short Hills criaram o celulóide, uma classe de compostos obtido a partir da nitrocelulose e de cânfora. Como é um material flexível, transarente e resistente à humidade começou por ter múltiplas aplicações, embora seja conhecido sobretudo por ser utilizado na produção de películas para fotografia e cinema. Mas sendo altamente inflamável, foi progressivamente substituído por outros materiais.
O celulóide é fácil de moldar, bastando para isso ser aquecido com água ou ar quentes e aceita muito bem a estampagem por pressão. Como também pode ser cortado, laminado, dobrado e furado, depressa foi adoptado para a produção de cartões de boas festas e felicitações por ocasiões festivas. Actualmente são uma raridade. Nesta colecção de dezenas de cartões de celulóide, fica evidente o gosto dominante no final do Sec. XIX e primeiras décadas do Sec. XX pelos ornatos com anjos rechonchudos por entre motivos florais de cores suaves em que predominam os azuis e os rosas. Hoje, tempo de mensagens electrónicas estas estampas são pequenas obras de arte que quase só se encontram em alfarrabistas.
Texto e fotos do "Club do Coleccionador"
M.A.

20/05/08

Literatura de cordel

Imagem de João Pinto Vieira Costa

Literatura de cordel - poesia popular impressa em folhetos e vendida em feiras ou praças -, tal como é cultivada no Brasil até hoje (vésperas do Terceiro Milénio), teve origem em Portugal, onde por volta do séc. XVII se popularizaram as folhas volantes (ou folhas soltas) que eram vendidas por cegos nas feiras, ruas, praças ou em romarias, presas a um cordel ou barbante, para facilitar a sua exposição aos interessados. Nessas folhas volantes, de impressão rudimentar, registavam-se factos históricos, poesia, cenas de teatro (como o de Gil Vicente), anedotas ou novelas tradicionais, como A Imperatriz Porcina, Princesa Magalona ou Carlos Magno, textos que eram memorizados e cantados pelos cegos que os vendiam. Essas folhas volantes lusitanas, por sua vez, tiveram origem no grande caudal da Literatura Oral, tal como se arraigou na Península Ibérica, onde se formou o velho Romanceiro peninsular. Desta fonte primeva, sairam inicialmente os pliegos volantes que circularam na Espanha desde fins do séc. XVI e, destes, as folhas volantes portuguesas. Ambas as formas tiveram, como antecessora, a littérature de colportage, pequenos libretos surgidos na França no início do séc. XVI, com popularização da imprensa. Eram folhetos impressos em papel de baixa qualidade, em cor cinza ou azul (daí o nome genérico de “Biblioteca Azul”). Os seus textos eram velhos romances, cantigas, vidas edificantes, factos históricos ... recolhidos da tradição oral e bastante simplificados na sua redacção.

Difundidos por toda a Europa, essa forma popular de literatura, chamada “cordel”, foi transportada para o continente Americano pela acção de seus descobridores Espanhóis e Portugueses, à medida em que se instalavam nas terras por eles conquistadas.

19/05/08

O Aquário Vasco da Gama faz 110 anos !!!





No dia 20 de Maio de 2008 o Aquário Vasco da Gama completa 110 anos de existência. Nesse dia celebra-se também o Dia da Marinha, entidade que tutela o Aquário desde 1901. Para assinalar esta efeméride é oferecida entrada gratuita a todos os visitantes nesse dia.

O Aquário Vasco da Gama foi inaugurado em 1898, numa cerimónia integrada nas Comemorações do IV Centenário da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia. A Comissão Executiva destas celebrações, desejando perpetuar a memória de tão importante acontecimento, decidiu mandar construir um Aquário com objectivos de recreio e instrução popular. A construção do edifício, da responsabilidade da Comissão Executiva do IV Centenário, teve a orientação do Engenheiro Albert Girard , um naturalista notável e o principal colaborador científico do Rei D. Carlos I.

Na altura da inauguração o Rei D.Carlos, cuja influência havia sido determinante para a edificação do Aquário, realizou numa das suas salas uma exposição com o material zoológico por ele recolhido nas campanhas oceanográficas de 1896 e 1897.

Os custos da obra orçaram em cerca de 60 contos de réis e o edifício encontrava-se dividido em dois corpos solidários: um onde funcionavam os serviços de apoio e o outro destinado à exposição ao público. Este último compreendia uma sala de entrada (átrio), uma sala de exposição de espécies de água doce (com 29 aquários), uma galeria com aquários de água salgada (21) e uma sala destinada a exposições. As espécies expostas pertenciam, na sua totalidade, à fauna indígena do nosso país.

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18/05/08

MORREU ZÉLIA GATAI

Ontem, dia 17, morreu em Salvador, Brasil, com 91 anos Zélia Gatai, viúva de Jorge Amado. Dela falamos já neste blog, em 31/3 ao contar a história do “sapo cururu”, lembram-se? Nesse relato eu salientava a sua sensibilidade em ter gravado o som do “cantar” do dito sapo, para fazer feliz um amigo.
Em tudo o que fui conhecendo a seu respeito sempre senti muito forte essa forma de estar, tão ligada ao coração. Hoje, ao ouvir a notícia da sua morte, de novo me veio isso ao pensamento, quando ouvi referir que seria cremada e queria as suas cinzas espalhadas no jardim (penso que o mesmo referido na história, da casa onde habitaram, ela e Jorge Amado) lugar onde, pelo que disseram, as cinzas dele foram igualmente colocadas. Aqui fica a sua foto e alguns dados biográficos retirados da Net.


Filha de imigrantes italianos, a escritora Zélia Gattai (Zélia Gattai Amado) nasceu em 2 de julho de 1916, na capital de São Paulo, onde viveu toda a sua infância e adolescência. Zélia participava, com a família, do movimento político-operário que tinha lugar entre os imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, no início do século XX
Leitora entusiasta de Jorge Amado, Zélia Gattai conheceu-o em 1945, quando trabalharam juntos no movimento pela anistia dos presos políticos. A união do casal deu-se poucos meses depois. Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, Jorge Amado perdeu o mandato, e a família teve que se exilar.
Viveram em Paris por três anos, período em que Zélia Gattai fez os cursos de Civilização Francesa, Fonética e Língua Francesa , na Sorbonne. De 1950 a 1952, a família viveu na Tchecoslováquia, onde nasceu a filha Paloma. Foi neste tempo de exílio que Zélia Gattai começou a fazer fotografias, tornando-se responsável pelo registro, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano.
Em 1963, mudou-se com a família para a casa do Rio Vermelho, em Salvador na Bahia, onde tinha um laboratório e se dedicava à fotografia, tendo lançado a fotobiografia de Jorge Amado intitulada Reportagem incompleta.
Aos 63 anos de idade, começou a escrever suas memórias. O livro de estreia, “Anarquistas, graças a Deus “, ao completar 20 anos da primeira edição, já contava mais de duzentos mil exemplares vendidos no Brasil. Sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, o italiano, o espanhol, o alemão e o russo.
Baiana por merecimento, Zélia Gattai, em 1984, recebeu o título de Cidadã da Cidade do Salvador.
Na França, recebeu o título de Cidadã de Honra da Comuna de Mirabeau (1985) e a Comenda des Arts et des Lettres, do governo francês (1998). Recebeu ainda, no grau de comendadora, as ordens do Mérito da Bahia (1994) e do Infante Dom Henrique (Portugal, 1986). A Prefeitura de Taperoá, no Estado da Bahia, homenageou Zélia Gattai dando o nome da escritora à sua Fundação de Cultura e Turismo, em 2001.

M.A.

Actuação da Banda da SIMECQ


Hoje Domingo 18/05/2008

16 horas
No Grupo Recreativo de Tercena

A não perder!

MÁQUINAS DE ESCREVER






As máquinas mais antigas que hoje se conhecem aproveitavam o carácter discreto do alfabeto para escreverem uma letra de cada vez. Os sistemas foram vários e muito inventivos. Para seleccionar as letras, inventaram-se discos onde rodava uma agulha; depois de escolhida a letra a escrever, pressionava-se uma alavanca.
Inventaram-se também teclados semelhantes aos de um piano, com as letras dispostas numa única fileira e ordenadas por ordem alfabética. E criaram-se teclados, directamente por cima do papel.
Para escrever cada letra, inventaram-se discos onde existiam letras em relevo. Depois de escolhida, a letra passava por uma peça embebida em tinta e dirigia-se ao papel. Inventaram-se depois as letras separadas, cada uma delas, no terminal de uma peça que batia no papel através de uma fita embebida em tinta. As letras estavam em relevo, exactamente como no sistema Gutenberg. Eram pequenos tipos.

O invento decisivo foi a separação entre o teclado e a peça que continha a letra ou o símbolo. Curiosamente seguiu-se uma ideia semelhante à que originou os pianos em 1709 e os distinguiu dos cravos: o dedo incide sobre uma peça que atira outra, que bate no papel como um pequeno martelo. É nesta última que se encontra a letra em relevo.


Na história das máquinas de escrever vários foram os inventores, desde o padre brasileiro Francisco João de Azevedo até ao norte americano Christopher Latham Sholes (1819/1890. Foi este que resolveu organizar as teclas em fileiras, como actualmente acontece e, escolheu uma disposição peculiar para as letras, o teclado Sholes ou Qwert. Esta disposição internacionalizou-se nas maquinas de escrever e, depois nos computadores.
Em Portugal, através do Dec..Lei 28868 de 1937 o Governo criou o dito “teclado nacional”, também chamado Azert. Inventaram-se entretanto outros teclados, mas nenhum revelou vantagens significativas sobre o Qwert.


As máquinas de escrever são hoje peças de museu. Delas sobra o seu teclado. Nos computadores já as peças não se encravam. Mas Sholes poderia orgulhar-se pela perenidade do seu invento.

Foto 1 Maq. de escrever de 1920, da Guatemala. Foto Mesmerizer / Fotólia
Foto 2 Maq. de escrever alemã Gundula. Foto Proebstle / Fotólia
Foto 3 Maq. de escrever portuguese Messa –Museu da Fund. Port.de Comunicações
Foto 4 Maq. de escrever alemã Mignon. Início do Sec XX. Foto Proebstle / Fotólia


(Elementos e fotos retirados de um artigo de Nuno Crato, Prof. De Mat. e Estatística do ISEG, e publicado na revista ”Club do Coleccionador”)

M.A.

17/05/08

FLUVIÁRIO DE MORA COM MENÇÃO HONROSA NA BIAU 08



O Fluviário de Mora ganhou uma Menção Honrosa, na categoria de Melhor Obra, na VI edição da Bienal Ibero-Americana de Arquitectura e Urbanismo (BIAU). O projecto, da responsabilidade da Promontório Arquitectos Associados, foi um dos sete trabalhos de arquitectura nacionais candidatos ao prémio "Melhor Obra" daquela Bienal, que também entregou uma menção honrosa à envolvente do Mosteiro de Santa Maria, em Alcobaça. Descrito como «um volume compacto e monolítico protegido do escaldante sol alentejano por um conjunto de finos pórticos equidistantes», o Fluviário prepara-se para, ainda este ano, sofrer algumas obras de aumento da sua capacidade expositiva. A BIAU é desde 1998 o mais importante fórum dos arquitectos ibero-americanos, procurando a formação e reflexão comuns, a integração de políticas culturais e a difusão das melhores experiências profissionais. O Fluviário de Mora é uma obra conjunta da Teixeira Duarte e da Promontório Arquitectos, que inclui empresas como a Consestudi, firma americana especializada em museus vivos, Turmar, responsável pela captura e entrega dos peixes, e a Y-Dreams, para a concepção multimédia, além da participação de nomes como Pedro Salgado, considerado o melhor ilustrador científico do mundo, e Henrique Cayatte, que produziu o logotipo e a sinalética do edifício.

Fonte: Revista Imobiliária

Nota-Esta informação virá completar o nosso post de 3/05/08.
É sempre agradável para nós dar conhecimento de que o mérito de alguém, foi reconhecido como acontece no momento.
M.A.

Carrinho de esferas ou rolamentos

Como construir (sempre na presença de um adulto)

Material necessário:
  • 1 tábua para servir de base com 60 x 30 cm. Esta medida depende do teu tamanho: senta-te nela (como se o carrinho estivesse pronto) e vê se podes conduzir confortavelmente. Tens de poder esticar bem as pernas como quando tens de virar. Se puderes fazer a frente mais estreita, ficas com mais espaço para curvar.
  • 1 ripa com 5 cm de largo x cerca de 3 cm de altura (em média) para servir de eixo da frente. Deve ter um comprimento de cerca de 60 cm. Se for muito curta, tens dificuldade em fazer as curvas, se for demasiado comprida, "salta-te" o pé ao curvar. Bom é o meio-termo. Experimenta "em seco".
  • 1 ripa com 5 cm de largo x cerca de 3 cm de altura (em média) para servir de eixo de trás
    Deve ter um comprimento ligeiramente maior do que a largura da tábua-base. Não precisa ser do tamanho do eixo da frente, mas se for, não faz mal.
  • 4 rolamentos de tamanho médio - pede-os numa oficina, normalmente dão-nos, porque não têm de ser novos.
  • 1 cordel com cerca de 1 metro (se for preciso menos basta cortar)
  • Pregos médios e grandes (mais de 8) e/ou parafusos
  • 1 parafuso e porca (maior do que a soma das alturas do eixo da frente e da tábua-base, com alguma folga). Se arranjares também quatro anilhas, melhor.

Ferramentas necessárias (idealmente todas estas, mas podes resolver o caso com menos):

  • serrote
  • grosa (lima grossa)
  • martelo
  • berbequim (e broca do tamanho do parafuso)
  • chave de parafusos (se os fores usar)

Nota: se decidires tornar o teu carrinho de esferas mais confortável e/ou decorá-lo, podes fazer um assento, pintar o carro, fazer umas "costas", pôr um sistema de "volante", etc. O que ensinamos aqui é mesmo o mínimo.

Obrigada pela dica

Nos meus tempos de criança, este era um dos meus brinquedos favoritos.

As corridas de carrinhos de esferas valeram-me algumas mazelas e muitas alegrias.

Numa altura em que as brincadeiras eram praticamente todas de rua, bastava escolher uma estrada inclinada e sem trânsito (o que não era difícil), emlá ia a miudagem exibir os seus bólides de vários modelos, cores e tamanhos.

Aqui fica a sugestão para uma corrida um dia destes.

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16/05/08

ORIGAMI PARA OS NOSSOS LEITORES MAIS NOVOS


Origami (折り紙) é a arte japonesa de dobrar o papel. A origem da palavra advém do japonês ori (dobrar) kami (papel), que ao juntar as duas palavras a pronúncia fica "origami". Geralmente parte-se de um pedaço de papel quadrado, cujas faces podem ser de cores diferentes, prosseguindo-se sem cortar o papel.

Mas não é minha intenção fazer uma história completa desta arte de dobragem de papel. Esta pequena informação retirada da Wikipédia é apenas para que, caso ainda não saibam, percebam do que estamos a falar. Arranjem então um papel (se possível com faces de cores diferentes) para começarem a fazer estes pequenos bicharocos que se colocam nos dedos das mãos e servirão para vos divertirdes com os vossos amigos. É só seguir o esquema, mas, se houver necessidade, um adulto dará também uma ajudinha. Bom trabalho…

Como Fazer:


1- Por cada cabeça de animal dobra uma folha seguindo os passos de 1 a 9, conforme indicado. Se tiveres papel com faces de cores diferentes põe a que mais gostares para cima.
2- No passo 6, com a dobragem das laterais, determinas o tamanho da cabeça do bicho.
3- As orelhas podem ser dobradas. (ver a ilustração)
4- Pinta os focinhos dos bicharocos a teu gosto ou como se mostra.

Ficaram giros os bicharocos? Óptimo! Até qualquer dia com outra brincadeira do género.

M.A.



Licença anual para uso de Acendedores e Isqueiros

Era uma licença anual com um valor de 40 Escudos que compensava o Estado pela perda de receitas decorrente da não utilização dos fósforos, que era, nessa altura, um monopólio do Estado.

O Decreto Lei de 1937, corrigido por um Decreto Lei de 1943, referia que "se o delinquente for funcionário do Estado, civil ou militar, ou dos corpos administrativos, a multa de 250 Escudos será elevada para o dobro e o facto comunicado à entidade que sobre ele tiver competência disciplinar.

Das multas pertencerão 70% ao Estado e 30% ao autuante ou participante. Havendo denunciante, pertencerá a este metade da parte que compete ao autuante” !

Consequentemente, havia fiscais das Finanças que controlavam os cidadãos que acendessem isqueiros em publico. No entanto "debaixo de telha" não era necessário dispor da licença. Claro que os estudantes de Coimbra, colocavam uma telha na cabeça quando usavam isqueiros na via pública !


A licença aima apresentada, foi adquirida pelo Dr. Luis Carlos Charters d'Azevedo para o ano de 1953.

15/05/08

Tradutor sempre ao seu dispor......

Escreva e ela fala!

O que a informática já consegue fazer... Apresento-vos os tradutores do futuro!

- abra o link! - mova o rato à volta da cabeça: os olhos seguem o cursor; - ela ou ele pronunciam tudo o que escrever, tendo mesmo em atenção a pontuação (. , ?) - não importa a língua que escolher! Eles falam várias línguas!!

http://www.oddcast.com/home/demos/tts/tts_example.php?sitepal

MOSAICO ROMANO EM OEIRAS



Sabia o leitor que, em Oeiras, na rua das Alcácimas, no nº 38 ( transversal à Rua Cândido dos Reis) existe este mosaico romano? Dele mostramos esta foto parcial segundo um desenho, publicado por Leite de Vasconcelos em 1916.
Descoberto em 1903, este mosaico encontra-se num rés-do-chão de uma casa particular, tendo sido classificado na altura por Leite de Vasconcelos como sendo do tipo opus vermiculatum e polícromo (cores branca, escura, amarelo-alaranjada, encarnada, roxa e cinzenta) Nele estão presentes vários motivos, geométricos e de fantasia.
A presença do mosaico neste local faz supor a existência de uma antiga habitação romana, não se conhecendo , no entanto, o seu tipo e estrutura.
A visita a este mosaico está condicionada à autorização dos proprietários.

Elementos tirados de “Roteiros da Arqueologia Portuguesa”

M.A.

14/05/08

Uma Peça do Museu Nacional de Arte Antiga

Virgem com o Menino


Oficina de mestre Pêro
2º quartel do século XIV
Calcário
Doação (colecção Vilhena),1980
Inv.1087 Esc

A Virgem com o Menino é tradicionalmente atribuída à oficina de Mestre Pêro, figura central na evolução da escultura gótica trecentista em Portugal. Parece incontestável que se trata de artista estrangeiro, talvez de origem aragonesa, como parecem indicar as influências que a sua arte manifesta. Contudo, ignoramos o momento da sua chegada ao reino e a quem se deve a iniciativa de tal deslocação. É possível que tenha vindo por volta de 1330, escassos anos após a morte de D. Dinis (1325), nos primórdios do reinado de D. Afonso IV, seu filho.

A estreita ligação aos meios áulicos portugueses, nomedamente à rainha D. Isabel de Aragão e a D. Vataça, sua dama de companhia, sugere que a sua vinda se pode dever à própria Rainha viúva que, conhecedora do panorama artístico aragonês e catalão e ciente do seu avanço técnico e estilístico, terá mandado vir o escultor para realizar o seu moimento funerário. A chegada deste mestre a Portugal marca uma viragem decisiva no panorama escultórico nacional, quer na escultura funerária, quer na devocional.

Pode, pois, dizer-se que a escultura gótica portuguesa atingiu a sua maioridade com Mestre Pêro. Entre a imaginária avulsa saída da sua oficina a temática principal corresponde à Virgem, o que aliás obedece ao gosto e à sensibilidade da época. Mestre Pêro revela uma clara preferência pelas Virgens em pé, opção exclusiva quando se trata da Senhora do Ó e maioritária quando se trata da Virgem com o Menino que segura no braço esquerdo. Em qualquer das iconografias, tal opção permitiu-lhe explorar o tratamento dos panejamentos e transmitir algum movimento à figura, mais difícil de alcançar nas Virgens sentadas típicas do Românico ou dos primeiros tempos do Gótico, por isso sempre mais hieráticas.

O corpo da Virgem apresenta ligeira torção, adoptando um perfil em S, que confere alguma dinâmica à peça.
De olhos amendoados e um quase sorriso na boca pequena, a Senhora usa coroa florida baixa colocada sobre o véu que deixa ver algumas madeixas de cabelo enquadrando a face arredondada. Traja túnica comprida até aos pés e capa com pregas movimentadas, até abaixo dos joelhos, presa por um firmal com quatro lóbulos, bem à moda da época.
Horários aqui
fc

13/05/08

CALÇADA PORTUGUESA



Não creio que exista alguém cujos olhos nunca tenham pousado nas maravilhas que se desenrolam sob os nossos pés, vulgarmente denominadas por Calçada Portuguesa, ou, por Mosaico Português! Fui procurar elementos para saber como tudo começou e …

Em 1842, o Governador de Armas do Castelo de S. Jorge, Tenente. General Eusébio Pinheiro Furtado, aproveitou mão de obra de presidiários para que fosse feita uma calçada em pedra, inventando assim o que veio mais tarde a chamar-se Calçada Portuguesa. O desenho desta obra resumiu-se a um simples zig-zag nas cores branca e preta, mas o seu sucesso foi tal que proporcionou logo ao referido oficial verba para que a zona do Rossio (8.712 metros quadrados) fosse, logo a seguir, revestida também com a mesma calçada. A ideia fez moda e, a pouco e pouco, refinou-se o sentido artístico que associado à funcionalidade, conjugados por sua vez com as cores das pedras, resultaram numa proliferação de autênticas obras primas nas zonas pedonais do nosso pais. Em pouco tempo, as entradas e pátios dos palácios apareciam igualmente revestidos com este empedrado. Daqui, foi apenas só mais um passo para que a ideia passasse fronteiras e hoje, há no estrangeiro muitos locais onde também se pode admirar a nossa calçada. Em 1986 criou-se mesmo uma escola de formação de calceteiros e sabemos que, inclusivamente, se solicitam os nossos mestres artífices para irem lá fora, quer executar, quer ensinar estes trabalhos.


As pedras usadas são as de origem calcária e basáltica, muito vulgarmente nas cores preta e branca, e com menos frequência, as vermelhas e castanhas. No Brasil, aparecem também as azuis e verdes.
A sua execução é basicamente um motivo desenhado no solo, preenchido com pequenas pedras. Por vezes como suporte, usam-se moldes de madeira com o feitio do desenho que se pretende reproduzir e que, uma vez assentes sobre uma camada de areia, são depois pacientemente revestidos com as pedras. Estes moldes têm a vantagem de servirem para multiplicar o motivo várias vezes, sempre com mesmas dimensões. Por vezes, o calceteiro aconchega a pedra na mão esquerda e com a ferramenta, (um pequeno martelo onde uma das pontas é aguçada ) num golpe seco, parte-a ao jeito do contorno do desenho onde encaixará. Depois, todo o campo circundante é preenchido com pedra de cor diferente. Por fim é espalhada mais areia e água e bem calcada, com um maço, toda a superfície.
Da autoria de Sérgio Stichini, foi inaugurado em Dezº de 2006, um monumento ao calceteiro. Fica em Lx, na Rua da Victória, entre as Ruas da Prata e Douradores.
Cesário Verde também se lhes referiu no seu poema “Cristalizações”.
Na pesquisa pela Net encontrei duas quadras, de sabor popular, com que finalizarei este pequeno apontamento. O nome Tony ( talvez um calceteiro?) é seu autor:

Lembrai-vos desta arte,
Penso que tem defesa!
Aparece em toda a parte,
Pois ela é bem portuguesa.

Quis sobretudo ser franco,
Fala aberto o coração!
Trabalho o preto e o branco,
Sou um ourives do chão.
M.A.

12/05/08

ALGARISMOS

Todos aprendemos na escola primária a escrever a numeração romana I,II,V, X, L, etc. etc..
Sabemos todos também que são denominados árabes os algarismos de 0 até 9 mas, talvez ignoremos é que eles já eram usados muito antes, pelos fenícios, nas suas operações comerciais. Mas porque será que cada algarismo árabe (ou fenício) tomou determinada forma de escrita? Ao que parece isso estará relacionado com o nº. de ângulos que, na sua forma primitiva se encontrava em cada um deles.
Explicando melhor:

O algarismo 0 corresponde a nenhum ângulo
O algarismo 1 corresponde a um ângulo
O algarismo 2 corresponde a dois ângulos
O algarismo 3 corresponde a três ângulos, etc.

Melhor se vai compreender olhando a imagem seguinte e contando então os ângulos em cada figura:

Curioso não acham?

M.A.


COLECCIONAR CACHIMBOS DE PORCELANA



Todas as colecções têm uma história, desde a forma como nasceram até ao modo como vão sendo enriquecidas. Mas esta colecção de cachimbos de porcelana, alemães tem uma origem e e um percurso deveras curioso.





O sogro de Eduardo Iglésias era estudante universitário em Bruxelas quando deflagrou a I Guerra Mundial (1914/1918). Com seu irmão mais velho alistou-se no Corpo expedicionário Português (CEP) enviado para Flandres par combater os Impérios Alemão e Autro-Hungaro. Feitos prisioneiros pelos alemães, “ preenchiam os seus ócios lendo e desenhando enquanto exalavam fumaças nuns cachimbos originais que tinham conseguido arranjar”, recorda o coleccionador.



Estes artefactos eram compostos de três peças: um fornilho de porcelana fina decorada, uma extensão, em geral feita de um pedaço de ramo de árvore, perfurado, com uma boquilha de baquelite na ponta e uma peça de porcelana, por vezes também ornamentada, que unia estes dois elementos. Como não havia tabaco fumavam folhas e plantas secas.




Quando os dois irmãos foram repatriados, trouxeram os cachimbos. “Já só conheci o fornilho, pelo qual também me enamorei nas visitas a casa do que viria a ser meu sogro, que mo ofereceu em 1953. O irmão deu-me o dele no ano seguinte”. E assim se tornou ‘caçador obstinado’ de cachimbos de porcelana.
Não sou fumador-confessa Eduardo Iglésias-mas continuo na busca, seduzido pela elegância das formas, beleza das decorações, qualidade das porcelanas e variedade de pormenores dos temas figurados.
Vive de olhos abertos e perscrutadores a prolongar vivências, sonhos e histórias.

(Excerto do texto e fotos retirados de “Club do Coleccionador”)

M.A.

11/05/08

O 1º automóvel em Portugal


O primeiro automóvel a chegar a Portugal foi um veículo da marca Panhard-Levassor tendo sido importado de Paris pelo 4º Conde de Avilez, em 1895.

Na alfândega de Lisboa, ao decidirem a taxa a aplicar, hesitam entre considerar aquele estranho objecto máquina agrícola ou máquina movida a vapor. Acabam por se decidir por esta última.

Este veículo ficaria também para a história por um acontecimento insólito: logo na sua primeira viagem, entre Lisboa e Santiago do Cacém, ocorreria o primeiro acidente de viação em Portugal, tendo por vítima um burro, atropelado a meio do percurso.

A primeira lei de trânsito chamava-se Lei da Bandeira Vermelha e foi promulgada em 1836, na Inglaterra. Além de limitar a dez quilometros por hora a velocidade máxima, obrigava a que o carro fosse precedido por um homem que acenava com uma bandeira vermelha e tocava uma corneta, para alertar os pedestres da aproximação do veículo. Este aviso era feito a 60 metros de distância.
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MUSEU DO ORIENTE


Saiba tudo aqui
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10/05/08

CATULO DA PAIXÃO CEARENSE


Catulo da Paixão Cearense (São Luís do Maranhão, 8 de outubro de 1863Rio de Janeiro, 10 de maio de 1946) foi um teatrólogo, poeta, músico, compositor e cantor brasileiro.
Mudou-se para o Rio em 1880, aos 12 anos, com a família. Trabalhou como relojoeiro. Conheceu vários chorões da época, como Anacleto de Medeiros e Viriato Figueira da Silva, quando se iniciou na música. Integrado nos meios boêmicos da cidade, associou-se ao livreiro Pedro da Silva Quaresma, proprietário da Livraria do Povo, que passou a editar em folhetos de cordel o repertório de modinhas da época.
Catulo da Paixão Cearense passou a organizar coletâneas, entre elas O cantor fluminense e O cancioneiro popular, além de obras próprias. Vivia despreocupado, pois era boêmio, e morreu na pobreza.
Suas mais famosas composições são Luar do Sertão, de 1908, que na opinião de Pedro Lessa é o hino nacional do sertanejo brasileiro, e Flor amorosa (sem data). Também o responsável pela reabilitação do violão nos salões da alta sociedade carioca e pela reforma da ´modinha´.

(Elementos retirados da Wikipédia)

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Pessoalmente, gosto bastante deste poeta e pretendo portanto deixar esta minha homenagem no aniversário da sua morte, relembrando justamente:


LUAR DO SERTÃO

Não há ó gente, oh não
Luar como este do sertão…

Oh que saudade do luar da minha terra,
Lá na serra, branquejando
Folhas secas pelo chão.
Esse luar cá da cidade tão escuro,
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão.

Se a lua nasce, por de trás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão.
A gente pega na viola que ponteia
E a canção é a lua cheia
A nos nascer do coração.

Se Deus me ouvisse
Com amor e caridade
Me faria essa vontade
O ideal do coração:
Era que a morte
A cantar, me surpreendesse
E eu morresse, numa noite
De luar do meu sertão…


M.A.

09/05/08

IGREJA DA SANTÍSSIMA TRINDADE, EM FÁTIMA


Foi inaugurado, no dia 12 de Outubro de2007, integrado nas comemorações do 90º Aniversário das Aparições, este novo Templo, que pelo tamanho que tem, ficou a ocupar o 4º lugar mundial.
Aproximamo-nos desta Basílica sem sentir nela nenhuma imponência dado que, parte da sua construção está no sub solo e, a sua altura visível é apenas de cerca de 15 metros . É uma edificação de forma cilíndrica, feita com pedra da região, apenas quebrada diametralmente por uma estrutura que se prolonga sobre e, para a frente, da porta principal. O acesso ao interior faz-se por 13 portas em bronze, sendo uma, maior que as outras, simbolizando Deus e, as demais, dedicadas a cada um dos doze apóstolos.


Ainda no exterior, a nossa atenção volta-se para um imponente crucifixo colocado à nossa esquerda. É uma peça super estilizada, de 34 m de altura, em aço corten e, foi seu autor um alemão de nome Robert Schad. Esta cruz, substituiu aquela outra denominada Cruz Alta, que durante anos serviu de ponto de encontro aos peregrinos e que, está agora no Santuário de Cristo Rei, em Almada.. Perto há também algumas estátuas de que não irei falar hoje.



Quando nos encaminhamos para a entrada damos conta que algo “esvoaça” sobre nós. Três ou quatro “véus” presos pelos cantos, formam como que um dossel, translúcido. Neles se conjugam Anjos e sombras e podemos ler a frase “VENITE ADOREM” ( Vinde e Adoremos).É criação da cipriota Maria Luizidou. O Sol ajuda a criar efeitos lindíssimos neste conjunto e, esta fotógrafa amadora, deixa-vos aqui, disso, uma pálida amostra…


A Porta Principal é constituída por 4 folhas inteiras de bronze, com 2m x 8m.cada. Ladeiam-na dois Painéis em vidro com 14m x 4m, onde, em 25 línguas estão gravados os textos principais da História Sagrada, relativos à Santíssima Trindade. Sobre os vidros estão placas de cobre, com gravações de Pedro Calapez, relativas aos 5 Mistérios do Rosário.





Uma vez dentro da nave, somos invadidos por uma agradável impressão de luz, espaço, harmonia e, sobretudo, simplicidade de formas. Como nota forte de cor, vemos apenas um painel de 500 m2 por trás do altar. Direi que, neste momento, somente senti falta de um fundo musical que ajudasse a uma mais perfeita conjugação destes elementos. O painel a que me referi é em ouro e terracota, denomina-se “Chamamento Universal da Igreja” e é seu Autor o Padre Jesuíta esloveno Marco Ivan Rupnik. Não vou pormenorizar o tema, para não alongar este relato. À esquerda está uma escultura da Virgem, com 3 m de altura, em mármore de Carrara , cujo autor foi Benedetto Pietrogrande, de Itália. Ao centro, suspenso sobre o altar-mor vê-se um Cristo, em bronze, com 7,5 m. Sua autora a irlandesa Catherine Green. Como nota especial quero dizer que, embutida no altar mor, está uma caixa em prata, contendo um fragmento de pedra do túmulo de S. Pedro. Foi oferecido por João Paulo II, em Março de 2004, apenas um mês depois do início das obras desta Igreja.
Curiosamente não há degraus, o pavimento vai inclinando em direcção ao altar e, os assentos , colocados em semi círculo, permitem uma visão perfeita a quem ocupe qualquer deles. Dizem-nos que há 8.633 lugares sentados e ainda 79 destinados a deficientes. A acústica mereceu também uma atenção especial.
O tecto, tem uma cobertura de painéis em tecido que criam uma luminosidade agradável. É privilegiada a luz natural e, um sistema computorizado permite mudar a sua incidência para diferentes lugares e escolher a intensidade mais adequada. A propósito, lí, que o Arquitecto Alexandros Tombazis , autor desta obra disse : _”Um projecto de uma Igreja tem 10% de espaços e 90% de espiritualidade e, na espiritualidade, a luz é fundamental”. Achei bastante curioso este seu conceito de arquitectura e, identifico-me com essa mesma ideia.
Retornando ao exterior temos, defronte, o complemento da Basílica a que chamam Reconciliação. É o espaço destinado à recepção dos peregrinos. Trata-se de um conjunto de três capelas , uma sala de convívio, confessionários e zonas de circulação. .Aqui, podemos admirar, de Siza Vieira, um painel de azulejos dedicado a S.Pedro e S.Paulo. Do lado oposto ao painel, dois espelhos de água, a céu aberto, são denominados Baptismo e Criação.
Num apontamento deste género, tive que resumir tudo quanto vi e estou a compartilhar convosco. Se vos despertei interesse em lá irdes, pelo menos, já levareis alguma informação e, assim, a vossa visita tornar-se-á um pouco mais completa.

M.A.



LEGO E TOYS "R"US FORMAM PARCERIA PARA ENCONTRAR O LEGO BOY PORTUGUÊS



No ano em que se comemoram 50 anos da criação do tijolo LEGO, a marca realiza um evento internacional onde, dezenas de países serão representados por meninos até aos 12 anos. Em Portugal, foi desenvolvida uma parceria com a Toys “R” Us para encontrar o verdadeiro LEGO Boy Português.
Para os nossos amiguinhos mais pequenos aqui temos uma boa notícia: Se forem seleccionados irão até à Dinamarca com a sua família.
Mãos à obra! Só terão que construir um lindo e imaginativo bolo de anos com tijolos Lego numa das lojas Toys “R” Us, nos dias 10 e 11 de Maio.

Para mais informações contactar:
Márcia Cardoso e Liliana Ferreira
ADBDCommunicare, Consultores AssociadosAv. da Igreja, 42, 10º Esq1700-239 LisboaTel. + 351 21 781 72 90 Fax. + 351 21 781 72 99

M.A.

08/05/08

SOPA DA PEDRA

Um frade pobre, que andava em peregrinação, chegou a uma casa e orgulhoso demais para simplesmente pedir comida, pediu aos donos da casa que lhe emprestassem uma panela para ele preparar uma sopa – de pedra... E tirou do seu bornal uma bela pedra lisa e bem lavada. Os donos da casa ficaram curiosos e, de imediato, deixaram entrar o frade para a cozinha e deram-lhe a panela. O frade colocou a panela ao lume só com a pedra, mas logo disse que era preciso temperar a sopa... A dona da casa deu-lhe o sal, mas ele sugeriu que era melhor se fosse um bocado de chouriço ou toucinho. E lá foi o unto para junto da pedra. Então, o frade perguntou se não tinham qualquer coisa para engrossar a sopa , como batatas ou feijão que tivessem restado da refeição anterior... Assim se engrossou a sopa “de pedra”. Juntaram-se couves, cenouras, mais a carne que estava junta com o feijão e, evidentemente, resultou numa excelente sopa.

Comeram juntos a sopa e, no final, o frade retirou cuidadosamente a pedra da panela, lavou-a e voltou a guardá-la no seu bornal... para a sopa seguinte!

Já agora a receita:

(Para 8 a 10 pessoas)
1 litro de feijão encarnado ;
1 orelha de porco ;
1 chouriço negro (de sangue da região) ;
1 chouriço de carne ;
150 g de toucinho entremeado ;
750 g de batatas ;
2 cebolas ;
2 dentes de alho ;
1 folha de louro ;
1 molho de coentros ;
sal e pimenta

Preparação

Ponha o feijão a demolhar de um dia para o outro. De véspera, escalde e raspe a orelha de porco de modo a ficar bem limpa. No próprio dia, leve o feijão a cozer em água, juntamente com a orelha, os enchidos, o toucinho, as cebolas, os dentes de alho e o louro. Tempere de sal e pimenta. Junte mais água, se for necessário. Quando as carnes e os enchidos estiverem cozidos, tire-os do lume e corte-os em bocados. Junte, então, à panela as batatas, cortadas em cubinhos e os coentros bem picados.
Deixe ferver lentamente até a batata estar cozida. Tire a panela do lume e introduza as carnes previamente cortadas. No fundo da terrina onde vai servir a sopa coloque uma pedra bem lavada.

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Curiosidade - o que é?


A curiosidade é a capacidade natural e inata da inquiribilidade, evidente pela observação de muitas espécies animais, e no aspecto dos seres vivos que engendra a exploração, a investigação a aprendizagem. A curiosidade faz com que um ser explore o universo ao seu redor compilando e adicionando novas informações às que já possui.

A curiosidade humana é o desejo do ser humano de ver ou conhecer algo até então desconhecido. Alguns termos populares podem designar alguém demasiadamente curioso: xereta, bicão, intruso, intrujão etc.

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Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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