Como tudo começou

31/03/08

Exposição com objectos de D. Carlos I no Aquário Vasco da Gama

"A exposição, com o nome “D. Carlos I - Pioneiro na Investigação do Mar”, destaca os aspectos relevantes da actividade de Oceanografia do Rei D. Carlos I, através de livros pertencentes à sua Biblioteca Científica, fotografias e quadros da autoria do rei relacionados com a temática marítima, bem como documentação e instrumentos usados nas campanhas oceanográficas em que o Rei participou.

O Aquário Vasco da Gama é o responsável pela conservação do património que se encontra parcialmente em exposição pública desde 1943. Apesar da sua importância, hoje em dia o espólio da colecção do Rei, devido às sucessivas mudanças de local, encontra-se diminuída e, em alguns casos, deteriorada.

Ainda assim, esta colecção merece grande destaque na exposição permanente do Aquário. Dessa colacção fazem parte animais conservados em meio líquido, documentos oceanográficos e instrumentos utilizados durante os 12 anos de campanhas de investigação, que valeram ao Rei D. Carlos reconhecimento internacional.

No Museu do Mar em Cascais, renomeado Museu do Mar Rei D. Carlos I em 1997, também se pode encontrar um núcleo dedicado ao penúltimo monarca português. Em 1986 D. Carlos instalou no Palácio da Cidadela de Cascais o primeiro laboratório oceanográfico existente em Portugal, a partir do qual iniciou um ciclo de 12 campanhas de pesquisa oceanográfica. Este museu resultou dessas campanhas e nele encontram-se, em exposição permanente, núcleos de História Natural, Arqueologia Subaquática e exemplos de embarcações tradicionais de pesca ou de lazer, sempre com grande destaque conferido à cultura marítima de Cascais."

Noticias Sapo



O PODER DA MÚSICA 31/3





Nasci, pode dizer-se a ouvir música: o piano do meu pai ou das suas alunas, o violoncelo da minha mãe. O instrumento que mais falava ao meu coração, à minha sensibilidade, era o violoncelo, quer por ser aquele cuja sonoridade mais se aproxima da voz humana, quer por ele me evocar minha Mãe que meu coração colocava à altura das estrelas…Música-Violoncelo-Mãe uma trilogia que sempre povoou a minha ama.

…Os meus irmãos mais velhos haviam frequentado o curso de piano no conservatório, mas, quando chegou a minha vez, o orçamento familiar não o permitiu. E eu, depois de uma breves lições dadas ainda por uma antiga aluna do meu Pai, com uma ajudas da minha irmã, fui estudando sozinho, embora tivesse tendência para tocar de ouvido, na minha ânsia de fazer música, na opção de a tocar e não de a compor.

É que eu tinha um sonho: Acompanhar minha Mãe, um dia, ainda que em peças fáceis, à semelhança do que acontecia com os meus irmãos mais velhos, a quem eu muito invejava tal sorte.

E isso aconteceu um dia, depois de algum tempo eu ter praticado, sozinho, o acompanhamento de duas peças relativamente fáceis mas que proporcionavam ao violoncelo uma grande musicalidade…

…E, quando me vi sentado ao piano, sozinho com a minha Mãe, a acompanhá-la, eu senti que estava a viver um dos mais belos, um dos mais comoventes momentos da minha vida. Não era apenas uma questão de amor de Mãe e Filho; era também e não menos, aquela comunhão espiritual que só a Arte, só a Música talvez, pode estabelecer, e pena sinto de quem nunca a experimentou…

…Aquele meu encontro com Ela através da música teve para ambos o valor de mil carinhos, de mil palavras de amor; era um vai-vem de afectividade à solta como um potro num prado.
Houve, depois, novos duos, Ela e eu, e sempre me senti, neles, envolto numa emoção profundíssima. Ficaram a constituir para mim sulcos jamais apagados fosse pelo que fosse, o decorrer do Tempo, da Vida, as peripécias sem conta, boas ou más dela.

……………………………………………………………….
O que aqui vos deixei são excertos de um belíssimo original do meu querido Amigo R.F.L. Apenas por ser demasiado extenso para este blog é que o não publico integralmente, mas bem gostaria de o fazer
Mesmo já ultrapassadas as oitenta Primaveras, este Amigo mantém um espírito mais jovem que muita gente que conheço, nascida depois dele!
Como teremos no mês de Abril, nos dias 18, 19 e 20, a Festa da Música no C. C. B. achei que vinha mesmo a propósito dar-vos a conhecer este texto.

M.A.

FALANDO DE JORGE AMADO



O post sobre a pastelaria do Sr Natário porque referiu Jorge Amado, trouxe-me à lembrança um episódio, passado em 1988, que li, no seu livro Navagação de Cabotagem. Irei transcrevê-lo com o intuito de mostrar que, fazer feliz alguém, por vezes, até nem é nada, mesmo nada difícil …

“O sapo enorme, de cerâmica, abandonado no jardim da casa de Carybé, exposto à chuva, coberto de limo. Os donos da casa não estão, não posso perder a viagem, grito pelo Aurélio, (o motorista de J.A.) transportamos o sapo para o carro. Aurélio chama minha atenção para um detalhe precioso: o grande sapo carrega nas costas um filhote pequenino, lindo.
Colocado no parapeito do janelão da sala de jantar, sobre os azulejos de Carybé, as armas de Oxossi e as de Oxum, o sapão assumiu a presidência da confraria de sapos que se espalha nos jardins, sob a piscina, ao lado da varanda, em cima dos móveis, nas estantes, em todas as partes da casa, pois o sapo é o meu bicho. Sapos de todos os feitios, esculpidos nas matérias mais diversas – cerâmica, pedra-sabão, papel machê, ferro, acrílico, vindos dos quatro cantos do mundo: do México, da Tailândia , da Inglaterra, do Peru, de Ouro Preto, do Cambodja, de Portugal, da China e por aí vai. Até hoje Carybé não se deu conta do roubo, espero que jamais o descubra.

Logo que viemos morar na Bahia, durante meses e meses um sapo cururu habitou no jardim, numa espécie de tanque ali existente. Também ele enorme, quase do tamanho do que roubei de Carybé. Só que o de Carybé é de barro, o nosso era vivo e, nos dias de muita chuva abrigava-se na varanda onde cantava a sua alegria de viver.

Caribe morria de inveja do nosso sapo cururu, a cobiça transparecia-lhe no rosto de ver Zélia coçar as costas do bicho que inflava de contentamento. Zélia gravou-lhe o coaxar poderoso num pequeno aparelho portátil que levamos escondido a casa de Carybé em dia de chuva. Conversávamos no atelier, Nancy servia gostosuras, bebíamos um trago, Zélia achou maneira de colocar o gravador em funcionamento no interior da bolsa, semi-aberta, o canto do sapo cururu ressoou, os olhos de Carybé se iluminaram:
_’tão ouvindo? Tem um sapo cururu vivendo no jardim…
Precipitou-se escada abaixo, sob a chuva, até hoje procura seu sapo cururu.”
…………………………………………

P.S. Digam-me então, leitores, se não era preciosa a amizade de quem até gravou o canto do sapo cururu, para fazer um amigo feliz

M.A.

30/03/08

«Anfíbios de Portugal, Rãs e Companhia»


Esta exposição pretende, divulgar as espécies de anfíbios existentes em Portugal, divulgar a biologia e ecologia destes animais, sensibilizar a opinião pública para o estatuto de conservação dos anfíbios e propor acções de preservação e conservação das espécies de anfíbios.

Está integrada no "Ano Internacional da Rã" , uma iniciativa coordenada na Europa pela Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA), com o objectivo de sensibilizar a opinião publica para a conservação destes animais.

Mais informações no site do Aquário Vasco da Gama

FC

29/03/08

GASTRONOMIA

Manuel Natário herdou o negócio do seu pai em 1950. Tratou a sua arte como poucos.

A sua pastelaria, situada no coração de Viana do Castelo, na Rua Manuel Espregueira, Nº 37 é um promontório da doçaria e do bom gosto culinário.
Soube colocar a subtileza nos mais simples adornos pasteleiros.

Manuel Natário era afável, atencioso, desfrutava e exibia imponentemente um porte obeso, essa ancestral e habitual silhueta dos pasteleiros.

Foi aqui que o mestre pasteleiro ergueu as melhores bolas-de-berlim do Mundo:
toscas, como objectos paridos da terra;
pequenas, condensando uma implosão de riquezas gustativas;
recheadas, com um vital creme gemado;
quentes, exalando o sabor oriental da canela.

Todos os dias os fregueses esperam pacatamente nas filas, pelas “Bolinhas”.

São ainda divinais:

as empadinhas de lampreia com massa folhada quanto baste, trabalho artesanal de convento, os rissóis de camarão, os bolinhos de bacalhau, os croquetes de carne, os folhados de carne e de camarão, os vigaristas, a bola de carne com vitela e o inigualável pão-de-ló eram algumas das suas especialidades que deverão ficar para o futuro, como se de uma herança patrimonial se tratasse

Um dia, Jorge Amado e sua mulher Zélia Gattai, foram a Viana do Castelo para assistir à Festa d’Agonia, visitaram o "santuário de Manelzinho Natário" e "ficaram fregueses". Levaram o pão-de-ló para o Brasil, para que o presidente Sarney o experimentasse. Foram muitos os pães-de-ló que emigraram até ao Brasil, expressamente para o Palácio da Alvorada

Jorge Amado fez de Manuel Natário personagem importante do seu romance, Tocaia Grande, na figura destemida de "Capitão Natário", a que chama de "capitão de doces e salgados, comandante do pão-de-ló, mestre do bem-comer".

"a cultura não se faz só com grandes escritores, nem só com a pintura, escultura, cinema ou teatro, senão, que junto a elas e ocupando um lugar não menor, devemos situar a culinária: a arte de bem-fazer, para que se coma bem".

Jorge Amado

Esta receita não é certamente “a famosa”, mas fica como sugestão

Pão-de-ló


Ingredientes:

  • 12 gemas ;
  • 4 claras ;
  • 250 g de açúcar ;
  • 150 g de farinha

Confecção:

Batem-se os ovos com o açúcar (25 minutos com batedeira eléctrica e 45 minutos à mão). Adiciona-se depois a farinha em chuva suave e continua a bater-se até perfazer o tempo, isto é, 35 minutos à máquina e 1 hora à mão.
Forra-se com quatro folhas de papel cavalinho uma forma com buraco no meio, unta-se, deita-se dentro a massa e leva-se a cozer em forno bem quente. Quando o pão-de-ló estiver bem crescido e fofo, reduz-se o calor e, se for preciso, tapa-se com papel.
A cozedura leva entre 30 e 40 minutos.

A cozedura descrita refere-se à efectuada em fornos domésticos eléctricos ou a gás. Contudo o pão-de-ló fica muito mais bem cozido nos chamados fornos de padeiro, aquecidos a lenha. Neste caso, o pão-de-ló é cozido dentro de uma tigela de barro não vidrado, no centro do qual é colocada invertida uma tigela pequena. A forma é forrada com papel como se disse. As pontas do papel são viradas para dentro e o conjunto é tapado com uma tigela igual à que serve de recipiente.

FC

28/03/08

SÓ PARA RECORDAR

M.A.



RECORDANDO


“O SERINGA” 28/3



O indivíduo que usava esta alcunha era uma daquelas figuras típicas que quase todas as terras têm. Este, da minha terra, que eu conheci aí pela década de 40/50, é recordado pelas respostas prontas e cheias de humor. Embora a vida que tinha não lhe deixasse muitas razões para tal, o copito que bebia a mais, superava isso e despertava-lhe a inspiração.


Comia o que lhe davam, dormia onde podia e deambulava durante o dia pelos cafés, onde todos gostavam de o ouvir. A sua forma de vestir era versátil, tanto o podíamos encontrar com vestuário normal, como de calças de fantasia, fraque e chapéu de diplomata. Dependia do que recebia..

O seu verdadeiro apelido era Andrade e, à época, o presidente da Câmara tinha o mesmo nome. Ora um dia, passando o “Seringa” perto de um alfaiate, travou-se este diálogo:

_Ó Doutor Andrade, então como vão as coisas lá pela Câmara?
O nosso amigo empertigou-se e falando alto e bom som, de braço estendido ao jeito de qualquer parlamentar, respondeu:


_Ora vamos lá a ter respeitinho e mais cuidado. Nada de confusões! Aqui na terra há dois Andrades e nenhum deles é doutor ouviu? Um deles sou eu que muito me prezo de ser Andrade e o outro…bem, o outro é o senhor Andrade ali da Câmara, cabide onde penduro o meu chapéu! Percebeu?


Passando um dia perto de um ferrador que tinha à porta um macaco e, encontrando um grupo de rapazes divertidos com as cabriolas do símio, fez esta recomendação:
_É assim mesmo, rapazes! É bom que comeceis a conhecer, desde novos o vosso pai. Boa tarde!

Não tinha por hábito mendigar antes “perguntava”, com um ar muito circunspecto e na sua voz meio afalsetada:
_Por acaso, o meu amigo não terá por aí, qualquer moeda que eu possa ir pôr a juros , ali no Marcelino? O que, traduzido à letra queria dizer que desejava uns escudos para mais um copito na tasca da estreita rua do Marcelino.

E, para finalizar, esta outra, quando, ao fazer a solicitação do costume, um médico da terra, entretido como estava com o jogo do dominó, meteu a mão ao bolso e lhe entregou uma moeda de 5$00. Como alguém tivesse comentado ao “Seringa” que ele estava em dia de sorte, a resposta veio pronta:

_Olhem a avaria! O dr .F. quando vai ver um doente, não lhe faz nada e cobra logo
50$00!
Espero que se tenham divertido com estes episódios reais.

M.A.

Nota:- Foto e alguns elementos retirados do livro “Porta sem trinco” de Rafael Godinho

27/03/08


Eis uma nova colectânea de contos, Bicicletas para Memórias e Invenções III, dos alunos da Companhia do Eu. Bicicletas, porque a Companhia do Eu quer levar a passear dentro de si própria cada pessoa que com eles escreve; Memórias, porque se inclui sempre nestes passeios paisagens autobiográficas; e Invenções, para o espaço de Conto que ocupa a maioria desse lugar. A organização do livro coube a Pedro Sena-Lino que o apresenta na Casa Fernando Pessoa, dia 31 de Março, segunda-feira, pelas 18h30, na presença de alguns destes autores: Ana Pissarra, Josiane Guiraud, Ana Sequeiros, Carlos Cabral, Pedro Ribeiro Dias, Tânia Barbosa, Susana Cabaço, Cristina Coroa, Paulo de Oliveira, Ana Leite e Maria Lima Freire.


Casa Fernando Pessoa
Câmara Municipal de Lisboa
Rua Coelho da Rocha, nº 16
1250-088 - Lisboa Portugal
Telf: + 351 21 391 32 75
http://mundopessoa.blogs.sapo.pt/
CONVIDO A CONHECER:

O DESASTRE DA PONTE DAS BARCAS 27/3




Recentemente estive no Porto e, fiel aos meus amores pelo Cais da Ribeira lá fui, uma vez mais, aproveitar uma linda manhã de sol passeando à beira-rio. Como era dia de semana havia a azáfama própria, das limpezas de pavimento, das descargas para os restaurantes e demais comércio que ali funciona, o movimento dos barcos, enfim, o fervilhar de toda a vida própria daquele local.
Às tantas o meu olhar fixou-se em alguém que cuidadosamente raspava restos de cera no Memorial que assinala o Desastre da Ponte das Barcas. Algumas flores esperavam também, a seu lado. Esta evocação é feita num baixo relevo de bronze, de desenho realista , da autoria de Teixeira Lopes (pai) e foi alí posto há cerca de um Século… Porém, faz o dobro dessa idade que a tragédia aconteceu:




_ Estávamos em 29 de Março de 1809 e decorria a segunda Invasão Francesa. O general Soult entrara na cidade o que motivara que o povo do Porto, em fuga, se dirigisse para a Ponte das Barcas, existente neste local.Era este o seu nome visto ser um conjunto de vinte embarcações, ligadas entre si por cabos de aço, o qual servia de apoio a um estrado de madeira. Na época, era este o único meio que pessoas e carros tinham para a travessia do rio Douro. Naquele dia, porém, algo de trágico iria acontecer. O peso excessivo fez a ponte partir e, foram mais de 4 mil, as vítimas. Umas, engolidas logo pelo rio, outra esmagadas por quem as precedia na debandada.

Sei que estão a ser preparadas para o ano de 2009, comemorações relativas ao bi-centenário desta segunda Invasão no País, estando já previstos alguns eventos. O lançamento de um livro, dois monumentos (da autoria do Arq. Souto Moura) para colocar numa e noutra margem, no local onde, outrora, a ponte existiu, uma exposição e, também, espectáculos vários.

Bom povo este da Ribeira que, mesmo passado tanto tempo, tem viva e presente aquela catástrofe, alindando este Memorial com flores, murmurando uma prece e acendendo velas pela alma de todos aqueles seus antepassados que ali pereceram…Quem passa, deixa por vezes, também, uma oferta em dinheiro. Sei também que um dos seus zeladores foi o “Duque,” velho ícone da Ribeira.

Tive uma certa dificuldade em fazer estas fotos para os meus leitores, dada a proximidade dos chapéus de sol de uma esplanada. A mesma senhora que raspava a cera das velas prontamente me ajudou a afastá-los.

Fique com o que lhe contei na memória para, se acaso aqui passar, dar uma melhor atenção e ficar uns minutos recordando esta efeméride.

M.A.

HOJE É DIA MUNDIAL DO TEATRO


Oeiras acolhe XVIII Mostra de Teatro Amador A Câmara Municipal de Oeiras promove, este ano, a 18.ª edição da Mostra de Teatro Amador do Concelho, evento que decorre nos espaços dos grupos participantes e nos auditórios municipais.


Com início agendado para 27 de Março, Dia Mundial do Teatro, a mostra prolonga-se até ao final do mês de Abril, contando com a participação de 14 grupos de teatro.

O Intervalo Grupo de Teatro abre o evento com a apresentação da peça «Uma Noite de Cabaret» (Eugene Ionesco e Karl Valentim), no Auditório Municipal Lourdes Norberto. Segue-se, a 31 de Março, «Eclipse Lunar», pelo Teatro Independente de Oeiras, no Auditório Ruy de Carvalho (21h30).

Para Abril estão agendadas as seguintes apresentações:

Dia 1 (sábado), 21h30 – «O Talho do Lucas», de Victor Haím, pelo Teatro Quarto Crescente, no Auditório Amélia Rey Colaço

Dia 7 (sexta-feira), 21h30 – «Toma lá Promessas», de Mário Raimundo, pelo Grupo Cénico do Grupo Recreativo de Tercena, no espaço do grupo

Dia 8 (sábado), 21h30 – «Duras Verdades», de David Lodge, pela Cooperativa de Habitação Nova Morada, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho / 21h30 – «Na boca do lobo», de Carlos Borges, pelo Grupo Cénico da Associação dos Bombeiros Voluntários Progresso Barcarenense, no Salão do quartel de bombeiros

Dia 9 (domingo), 16h – «Os piratinhas», criação de grupo, pelo Grupo Desportivo Joaninhas de Leião, no Teatro Municipal Amélia Rey Colaço / 18h30 – «Andando, andando… na noite» (excertos), de Teresa Rita Lopes e Manuel António Pina; «À espera de Godot» (excertos), de Samuel Becket e Fassbinder, pelo grupo de teatro da Biblioteca Operária Oeirense, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho

Dia 18 (terça-feira), 21h30 – «Café Magic», de Isilda Paulo, pela Associação de Moradores do Bairro 18 de Maio, no Auditório Municipal Lourdes Norberto

Dia 21 (sexta-feira), 21h30 – «O Despertar da Primavera», de Wedekind, pela Clube de Teatro da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho

22h00 – “Na corte do Rei Isaltado”, de Fernando Silva, pelo Grupo Cénico da Associação Cultural de Tercena, no espaço do grupo

Dia 28 (sexta-feira), 21h30 – “Está tudo doido” (criação de grupo), pelo Grupo Cultural de Vila Fria, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho

Dia 29 (sábado), 21h30 – Cok Tale”, de Michel Simeão, pelo grupo Criação de Leião, no Auditório Municipal Amélia Rey Colaço
Dia 22 (sábado), 21h30 – «A verdade da mentira», de Constança de Maria Mourão, pelo CENCO, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho /
Dia 1

Guia da Cidade

26/03/08

CONVIDO A CONHECER:

MARIA KEIL

E

A ASSOCIAÇÃO PARA A PROMOÇÃO CULTURAL DA CRIANÇA









Tenho na minha mão um calendário para 2008. Mas este não é um Calendário qualquer, já que, além de nos mostrar os dias e os meses tem duas componentes mais, bastante importantes:_É dedicado à APCC (ASSOCIAÇÃO PARA A PROMOÇÃO CULTURAL DA CRIANÇA) e, tem ilustração de Maria Keil.

Esta Associação desenvolve actividades sócio-culturais e educativas há vinte e cinco anos; campos de férias, intercâmbio de jovens, formação de animadores, projectos de cooperação com países de expressão portuguesa, edição de livros e jogos educativos.

O seu objectivo é contribuir para o desenvolvimento das crianças e jovens, promovendo o seu sentido de justiça, de respeito pela diferença e de responsabilidade, e motivando-os para uma participação activa e constructiva na vida social. As actividades da APCC regem-se pelos princípios da solidariedade, igualdade, cooperação e defesa do ambiente.

Quanto a Maria Keil é um nome que logo nos trás à ideia um vasto leque de actividades ligadas à arte. Tendo nascido em Silves veio para Lx. em 1929 para estudar Pintura na Esc, Sup.das Belas Artes e, aos vinte anos começou já a dar a conhecer o seu talento, o qual, mais tarde,se viria a afirmar em pleno, em diversas frentes:_ Pintora, ilustradora, designer gráfica, figurinista, cenógrafa, autora de tapeçarias, ceramista, chegando até, em 1997, a experimentar a fotografia. Mas foi sobretudo na pintura em azulejos que o seu espírito criativo mais se evidenciou. São nada menos que 19, as estações do Metropolitano de Lx, em que na década 50/60 ela colaborou.

Uma das mais bonitas obras que dela conheço é "O Mar", onde predominam os azuis e tem como figura central um pescador, painel este, que podemos admirar do lado nascente, na Av. Infante Santo. Para o caso de alguém estar menos lembrado aqui lhe deixo, numa foto, um excerto do mesmo. Mas, claro, este é apenas uma das suas obras, entre tantas mais espalhadas pelo país e estrangeiro!

Fez ilustrações de livros infantis que são cheias de expressão e ternura, mas, não se deixou ficar por aí, escrevendo e publicando também, ela própria, quatro histórias que igualmente ilustrou.

É, neste momento, uma senhora que já ultrapassou os noventa anos mas que, podem crer, conserva aínda um rosto e um olhar de menina, e uma vivacidade e uma simpatia de trato pouco comuns. Aínda desenha e é uma pessoa extremamente interessada em tudo o que a rodeia.

O pouco que lhes disse decerto lhes deixou vontade de conhecerem mais sobre este nome grande da Arte que é Maria Keil.

M.A.

25/03/08

TITÃ - uma Lua de Saturno


A 25 de Março de 1655, o astrónomo holandês Christiaan Huygens decide apontar um dos seus novos telescópios para Saturno, com intenção de estudar os anéis. Estes telescópios eram de qualidade superior ao usado por Galileu na descoberta das grandes luas de Júpiter, as chamadas Luas de Galileu. Huygens ficou surpreso em ver que para além dos anéis, Saturno tinha uma grande lua.

Titã mostra-se nos céus da Terra uma magnitude entre +7,9 e +8,7, com um disco de 0,8'' de diâmetro e pode ser observado com pequenos telescópios (de diâmetros maiores que 5 cm) ou binóculos potentes.

No ano de 1944, Gerard Kuiper detectou metano no espectro de Titã, evidenciando que tinha atmosfera. Consequentemente, esta lua despertou especial interesse entre os astrónomos, e observações por radares, telescópios e modelos de laboratório mostraram diferentes hipóteses do que seria Titã.

De passagem por Saturno, a Pioneer 11 inaugurou assim os estudos feitos por sondas espaciais em 1979 e confirma a existência de uma atmosfera bastante densa. A 12 de Novembro do ano seguinte chega a sonda Voyager 1 que passa propositadamente a 7000 km de Titã, de forma a olhar mais de perto. A combinação dos dados obtidos pela Voyager 1 revelaram que Titã teria uma atmosfera semelhante à da Terra primitiva, rica em azoto, árgon, metano e hidrogénio, numa pressão de 1,5 bar, o que implicava que havia dez vezes mais gás na superfície de Titã do que na Terra, mesmo com uma gravidade muito mais fraca (14% a da Terra). Em 1981, a Voyager 2 atinge Titã, mas faz apenas uma visita ao longe, já as imagens da Voyager 1 não mostraram características da superfície, optou-se que a sonda prosseguisse viagem para Urano e Neptuno.

Todas as imagens obtidas mostraram um mundo envolto em neblina o que tornava a superfície invisível. Carl Sagan demonstrou que Titã poderia ter moléculas orgânicas, incluindo constituintes de proteínas (como os aminoácidos). Devido a estes dois motivos, é criada a missão da sonda Cassini-Huygens (da NASA e ESA), um esforço conjunto entre norte-americanos e europeus para estudar Titã e o resto do sistema saturniano. Depois de quase sete anos de viagem, a sonda chega a Saturno no dia 1 de Julho de 2004, e começa por cartografar a superfície por radar. A Cassini sobrevoou Titã a 26 de Outubro do mesmo ano e tirou imagens de alta-resolução a apenas 1200 km do planeta, discernindo bocados de claridade e escuridão que seriam visíveis ao olho humano. O módulo de Exploração Huygens (da ESA), que se destinava inteiramente ao estudo da atmosfera e superfície de Titã, desceu por entre a neblina e pousou na superfície a 14 de Janeiro de 2005; as imagens mostraram uma superfície alienígena e adversa, moldada por fluidos líquidos, mas a presença de líquidos nas imagens não foram confirmados.

Não existem planos ou estudos para missões tripuladas por seres humanos a Titã, ou a colonização deste mundo, pelo menos fora da ficção ciêntifica. O que não surpreende, dado o nosso conhecimento muito limitado de Titã. Aparentemente a superfície de Titã é muito jovem e activa, e contém bastante gelo de água e talvez oceanos e canais de compostos orgânicos líquidos. É possível que suporte uma base, mas mais informação sobre a superfície e actividades teriam que ser conhecidas. A atmosfera densa e a meteorologia são também factores a considerar.

Wikipedia
FC

ILUSTRADORES PORTUGUESES, EXPÕEM EM BOLONHA


Treze ilustradores portugueses vão ver a sua obra exposta a partir de 31 de Março em Bolonha, no âmbito da Feira do Livro Infantil que aquela cidade italiana acolhe a partir desse dia.

A exposição é uma parceria da Direcção-Geral do Livro e da Biblioteca com a Ilustrarte - Bienal de Ilustração do Barreiro e irá revelar em Itália "o mais representativo da actual ilustração portuguesa", disse Ju Godinho, uma das comissárias da mostra, à agência Lusa.

No Palazzo d´Accursio, no centro de Bolonha, estarão expostos no mínimo nove originais de cada um dos autores, entre os quais Teresa Lima, Gémeo Luís, José Miguel Ribeiro, Bernardo Carvalho, Marta Torrão e Alain Corbel.

A estes juntam-se ainda André Letria, que tem obra publicada no mercado italiano, José Saraiva, João Caetano, Madalena Matoso, Danuta Wojciechowska (ilustradora canadiana a viver em Portugal), Cristina Valadas e João Vaz Carvalho.

Além dos mais de cem originais destes autores - muitos deles premiados em Portugal com o Prémio Nacional de Ilustração - a exposição terá ainda um espaço de consulta das obras onde as ilustrações foram publicadas.

A exposição estará patente até Maio e poderá viajar em itinerância para outros países.

A Feira do Livro Infantil de Bolonha, que se realiza há mais de quarenta anos, arranca no dia 31 de Março e tem a Argentina como país tema.

Lusa

24/03/08

BARBEIRO, MEDICINA E… BOM-HUMOR


Hoje venho contar-lhes um episódio verídico, passado há já bastantes anos e que me foi relatado por quem a ele assistiu. Tratava-se de um velho amigo da nossa casa, Bernardo de Albuquerque, proprietário de uma quinta situada na Touça, uma pequena localidade pertencente a Freixo-de-Numão.
Digamos que este relato se insere na cultura e tradição do viver do nosso povo rural e, deste modo, pretendo salientar o bom-humor associado a estas coisas.
Já que vou descrever o dito episódio, o mais aproximadamente possível da forma como o ouvi, (de acordo com as conveniências deste blogue) irei pedir ao leitor que o imagine, “com um português bem mais explícito,” na sua parte final.






Nessa dita terreola o barbeiro acumulava, com as funções do seu ofício, várias outras, que já não tinham nada a ver com as barbas e os cabelos, mas eram habituais naquela época: _As práticas de medicina. Estas, incluíam as sangrias, aplicação de sanguessugas e mesmo o arrancamento de dentes! Se a memória me não falha, nas PUPILAS DO SR. REITOR aparece uma personagem semelhante, cujo papel , no filme com o mesmo título, foi representado pelo saudoso actor Costinha.
Pois bem, este nosso “Fígaro-Dr.”de quem falo, foi, um dia, procurado por uma mulherzinha, com um filho pequeno, o qual se queixava de uma maleita qualquer. Após o exame feito à criança o “diagnóstico-receita” foi o seguinte:
_”Já sei…Isto, é uma intermitente renitente, remetida aos queixos ambos. Vá vocemecê para casa, dê-lhe um escalda pés, às mãos, com água tépida bem quente e a doença do rapaz não vale mesmo três… Bufas!...”

Ps: Pint.óleo 38x46 (1999) da autora do texto

M.A.

23/03/08

Dia Mundial da Água - 22/03

O Dia Mundial da Água foi criado pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas através da resolução A/RES/47/193 de 22 de Fevereiro de 1993, declarando todo o dia 22 de Março de cada ano como sendo o Dia Mundial das Águas (DMA), para ser observado a partir de 1993, de acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contidas no capítulo 18 (Recursos hídricos) da Agenda 21.

Nesse período vários Estados foram convidados, como fosse mais apropriado no contexto nacional, a realizar no Dia, atividades concretas que promovam a conscientização pública através de publicações e difusão de documentários e a organização de conferências, mesas redondas, seminários e exposições relacionadas à conservação e desenvolvimento dos recursos hídricos e/ou a implementação das recomendações proposta pela Agenda 21.

A cada ano, uma agência diferente das Nações Unidas produz um kit para imprensa sobre o DMA que é distribuído nas redes de agências contatadas. Este kit tem como objetivos, além de focar a atenção nas necessidades, entre outras, de:

  • Tocar assuntos relacionados a problemas de abastecimento de água potável;

  • Aumentar a consciência pública sobre a importância de conservação, preservação e proteção da água, fontes e suprimentos de água potável;

  • Aumentar a consciência dos governos, de agências internacionais, organizações não-governamentais e setor privado;

  • Participação e cooperação na organização nas celebrações do DMA.
Os temas dos DMA anteriores foram:2001: Água e saúde

  • 2000: Água para o século XXI

  • 1999: Todos vivem rio abaixo

  • 1998: Água subterrânea: o recurso invisível

  • 1997: Águas do Mundo: há suficiente?

  • 1996: Água para cidades sedentas

  • 1995: Mulheres e Água

  • 1994: Cuidar de nossos recursos hídricos é função de cada um.
A partir de 2001 ficou restrito a cada país a adoção da Agenda 21.

Wikipédia

Aleluia pintada por grandes mestres

MATHIS GOTHART NIETHART

1512/1516


RAFAEL 1520

M.A.

22/03/08

CONVIDO A CONHECER:

AS CAPELAS DO BUÇACO



Sabia que na Mata Nacional do Buçaco existe uma Via Sacra? A origem parece ter uma forte ligação à Ordem dos Carmelitas Descalços, aí por volta de 1628. Há contudo referências anteriores de alguma simbologia religiosa implantada naquela zona.

Ao longo dos tempos conheceram-se ali diferentes construções ligadas ao tema. Foram aparecendo umas, para substituir outras que as condições atmosféricas deterioraram, ou foram sendo vandalizadas por gente de pouca consciência.

No início do Sec.XVIII, O Bispo D.António Vasconcelos e Sousa mandou substituir as pinturas murais das capelas, por figuras barrocas de terracota policromada. Estas, infelizmente, não tiveram melhor sorte que as pinturas referidas anteriormente, sendo o motivo o já mencionado também.

Em 1874 é decidido colocar no local novos grupos escultóricos , encomenda que foi entregue a Rafael Bordalo Pinheiro. Foram apenas executadas 55 figuras em barro que nunca chegaram ao destino, ficando onde ainda se encontram hoje, no Museu Malhoa, nas Caldas da Rainha.

Já no Sec XX, em nova tentativa de recuperação das Capelas, encarrega-se o ceramista Costa Motta, Sobrinho de executar as necessárias figuras bíblicas. Ele começou-as a partir de 1938 e são então estas, as que ali se encontram ainda hoje. Podemos vê-las, nas 14 Estações da Paixão, estando umas um tanto degradadas e, outras, já restauradas.

A foto, (de 1909) que encabeça este curto apontamento mostra Cristo e S.João, e foi uma das obras de Rafael Bordalo Pinheiro que ficaram no museu Malhoa.

Felizmente por isso, podemos ainda hoje admirá-la, em toda a perfeição, tal como o artista a concebeu.

M.A.

21/03/08

PORQUE

PORQUE ESTAMOS NA PÁSCOA

PORQUE HOJE É DIA DA POESIA

PORQUE COMEÇOU A PRIMAVERA

PORQUE QUEREMOS ALEGRAR ESTE DIA



20/03/08

FELIZ PÁSCOA

A SI, QUE APARECE REGULARMENTE NO BLOG;

A SI, QUE VEM SEMPRE QUE PODE;

A SI, QUE NOS VISITA HOJE PELA 1.ª VEZ;

E, EM ESPECIAL, A TODOS AQUELES QUE

DEIXARAM UMA PALAVRA

AMIGA, OS NOSSOS

AGRADECIMENTOS E VOTOS

DE QUE TENHAM UMA

PÁSCOA MUITO FELIZ.

M.A.

É PRIMAVERA

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA E MUITO IMPORTANTE


HOJE DE MANHÃ O VASO DA MINHA JANELA

APARECEU COM ESTE AMOR-PERFEITO.


QUERO, COM ESTA FOTO,


DESEJAR A TODOS OS QUE ME LÊEM

AMORES MAIS QUE PERFEITOS PELA VIDA FORA.



M.A

FOGAÇA



Por volta dos seculos XV e XVI Portugal sofreu uma grande epidemia, a peste. O povo sofreu os seus efeitos. A doença, a fome e a morte levaram-no a erguer as mãos para o Céu e fizeram uma promessa: se Deus através de S. Sebastião libertasse o povo daquela desgraça, todos os anos seria feita uma procissão onde raparigas honestas e pobres da vila transportariam o pão (Fogaça) à cabeça que seria oferecido às gentes necessitadas.Os senhores da Feira, interpretando este sentimento do povo, decidiram cumprir o seu voto. E então, todos os anos as fogaças eram levadas em procissão que ia da Casa dos Condes até ao Convento dos Lóios (hoje Igreja Matriz).

Mas, muito mais tarde entre 1749 e 1753, deixou de se cumprir o voto. E a peste voltou e com ela voltou a cumprir a tradição a realizar a Festa em Louvor do Mártir S. Sebastião.

A partir de 1753, até hoje, a Câmara realiza esta festa e cumpre o voto da seguinte forma:
- Pela manhã, vai um cortejo da Câmara para a Igreja Matriz. Nele vão as fogaças a cabeça - as autoridades civis e militares do concelho uma banda e a banda dos bombeiros voluntarios de Santa Maria da Feira.. Segue-se a benção das Fogaças e a missa solene com sermão, na Igreja Matriz.
- A tarde, realiza-se a monumental procissão integrando as autoridades civis e miltares concelhias, convidados, associações culturais, desportivas, recreativas, etc, párocos, confrarias, duas Banda de Musica, e as Bandas dos Bombeiros Voluntarios de Santa Maria da Feira e Arrifana, e, naturalmente o andor do Mártir de S. Sebastião, entre outros e as fogaceiras.



Fado das Fogaceiras

Fogaceira linda e nova,
Deixa-me tirar a prova
Duma fogaça das tuas;
Vendendo-as assim a esmo,
São pedaços de ti mesmo
Que vendes por essas ruas.
Quando vais, oh! Fogaceira,
Vender fogaças à feira
Vais tão cheiinha de graças,
Que nos gestos e meneios
As fogaças lembra seios
E os seios lembram fogaças.
Tuas fogaças loirinhas
São certamente irmãzinhas
das fogaças do teu peito,
Pois nem de outra maneira
Se compreende, oh! Fogaceira,
Quas as vendas todas a eito.

Refrão
Fogaceira minha
Que linda que és,
Com a chinelinha~
Toda bordadinha
Na ponta dos pés.
Quando vais andando,
Tens o encantamento,
De rosas dançando,
De lírios bailando
Nas asas do vento.
fc

FOLAR


O Folar é tradicionalmente o pão da Páscoa em Portugal, um alimento ancestral fruto da mistura ritual e alquímica da água, sal, ovos e farinha de trigo. A forma o conteúdo e o segredo da confecção varia conforme as regiões de Portugal e vai desde o salgado ao doce, nas mais diversas formas.

A tradição do folar tem como base todo um ritual de partilha, solidariedade e confraternização, bem enraizado na gastronomia popular que se perde no tempo e profundamente carregado de significado simbólico e religioso.

É também a oferenda aos afilhados pelos padrinhos e dos fiéis ao padre pela época da Páscoa. Existe neste acto uma ligação muito forte entre este e o pão que Jesus repartiu com os discípulos na última ceia. Nalgumas receitas é encimado por um ovo cozido com casca, que representará simbolicamente o renascimento e Ressurreição de Jesus Cristo.

Particularmente no nordeste de Trás-os-Montes em Chaves ou Valpaços o folar é confeccionado à base de massa fofa e recheado com carne de porco, Presunto, Salpicão e Linguiça.

Pode ser considerado um verdadeiro elo de união entre o Terreno e o Divino pela carga simbólica que representa.

"Wikipédia"

fc

19/03/08

DIA DO PAI

O Dia do Pai tem origem na antiga Babilónia, há mais de 4 mil anos. Um jovem chamado Elmesu moldou e esculpiu em argila o primeiro cartão. Desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai.

Nos Estados Unidos, Sonora Luise resolveu criar o Dia do Pai em 1909, motivada pela admiração que sentia por seu pai, John Bruce Dodd. O interesse pela data difundiu-se da cidade de Spokan para todo o Estado de Wshington e daí tornou-se uma festa nacional. Em 1972, o presidente americano Richard Nixon oficializou o Dia do Pai. Naquele país, ele é comemorado no terceiro domingo de Junho.

Em Portugal é comemorado a 19 de Março, dia de São José.

São José em quadro de Guido Reni

A todos os pais votos de um dia muito feliz
FC

574 ANOS DE "FEIRA DE MARÇO" EM AVEIRO

Nos dias 5 e 6 de Maio do ano de 1434 realizou-se a primeira Feira Franca de Aveiro. Como local privilegiado para as trocas comerciais que era, nessa primeira feira franca [livre de impostos] havia de tudo o que era comum á época. A experiência foi-se repetindo ao longo dos tempos tendo, contudo, passado a realizar-se em Março, motivo pelo qual acabaria por ficar conhecida como Feira de Março.

Hoje em dia é um certame que já criou raízes na região e que espelha a sua riqueza económica, num casamento feliz com uma componente de animação e de divertimentos mecânicos. É uma feira profundamente marcada pela presença de barracas de madeira, com as já tradicionais bancas de alfaias agrícolas e utensílios para o lar, ao lado de artesanato africano, mantas de trapos, louças, bijutarias ou presuntos da serra. Dentro dos pavilhões, os expositores reflectem a força económica de toda a região. As mais variadas empresas fazem-se representar expondo produtos ou fornecendo informações sobre a sua actividade.

A Feira de Março realizou-se, largos anos, na zona baixa da cidade, na Beira-Mar, inicialmente junto ao Canal Central, depois no largo do Rossio. Posteriormente no Parque Municipal e de Feiras e Exposições, junto ao Mercado Manuel Firmino passando, a partir de 2002, para novo Parque de Feiras, AveiroExpo, em Vilar.

Mais iformações aqui


FC

18/03/08

PÁSCOA

No dia de Páscoa, manhã cedo, ia-se ao jardim cortar flores e verduras várias, que mais tarde seriam colocadas à porta de casa. Era este o sinal de que esperávamos a visita Pascal. Como a nossa casa ficava próxima da residência paroquial, também de manhã ouvíamos o som cristalino de sinetas que anunciavam a saída dos vários grupos de "O Compasso" que percorriam a freguesia. Ao mesmo tempo o sino da Igreja repicava com o mesmo fim.

Em minha casa, numa mesa com toalha de festa e esmerado arranjo de flores, eram colocados pratos com pão-de-ló, várias taças com amêndoas, Vinho do Porto e cálices para o servir e, numa pequena salva de prata, um envelope em que o meu pai colocava uma nota.

A seguir ao almoço é que a visita era feita naquela zona. Ouviam-se de novo o tilintar das sinetas e o grupo de cinco ou seis pessoas aproximava-se. O Padre à frente, de batina e mitra pretas , alva rendada e estola colorida com bordados. Os acompanhantes de opas brancas ou encarnadas traziam, o primeiro, a cruz prateada, toda enfeitada de laços e flores, o seguinte a caldeirinha de água benta, outros dois, os sacos para o dinheiro e para as amêndoas e, finalmente, o rapaz que fazia tilintar a sineta.

Havia um bom relacionamento entre a nossa família e o Pároco e, boa disposição e brincadeira estavam sempre presentes, até mesmo, quando a solenidade desta visita poderia levar a uma atitude mais contida. Ora, a provar o que digo, em certo Domingo de Páscoa, logo à entrada da porta, disse o Padre para o miúdo da caldeirinha:

"Rapaz, espalha muita água benta porque nesta casa há muitos diabos!"

De imediato o meu pai olhando também para o miúdo, retorquiu:

"Rapaz, espalha mesmo muita água benta porque o maior de todos os diabos está entrando agora e é o Sr Abade!"

Seguia-se a ida até à sala onde eram beijadas a cruz e a estola. Trocavam-se cumprimentos entre os presentes com as palavras Aleluia e Santa Páscoa. Os que queriam bebiam e comiam. A oferta em dinheiro e as amêndoas iam para os sacos respectivos. Estas guloseimas serviam para, em casas seguintes, adoçar a boca de outros que não as podiam comprar.

Despedidas feitas lá ia o Compasso de visita a outros paroquianos, sempre acompanhados por aquele som cristalino Dlim-Dlim-Dlim…

M.A.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

Localização

Localização
Localização