Todas as colecções têm uma história, desde a forma como nasceram até ao modo como vão sendo enriquecidas. Mas esta colecção de cachimbos de porcelana, alemães tem uma origem e e um percurso deveras curioso.
O sogro de Eduardo Iglésias era estudante universitário em Bruxelas quando deflagrou a I Guerra Mundial (1914/1918). Com seu irmão mais velho alistou-se no Corpo expedicionário Português (CEP) enviado para Flandres par combater os Impérios Alemão e Autro-Hungaro. Feitos prisioneiros pelos alemães, “ preenchiam os seus ócios lendo e desenhando enquanto exalavam fumaças nuns cachimbos originais que tinham conseguido arranjar”, recorda o coleccionador.
Estes artefactos eram compostos de três peças: um fornilho de porcelana fina decorada, uma extensão, em geral feita de um pedaço de ramo de árvore, perfurado, com uma boquilha de baquelite na ponta e uma peça de porcelana, por vezes também ornamentada, que unia estes dois elementos. Como não havia tabaco fumavam folhas e plantas secas.
Quando os dois irmãos foram repatriados, trouxeram os cachimbos. “Já só conheci o fornilho, pelo qual também me enamorei nas visitas a casa do que viria a ser meu sogro, que mo ofereceu em 1953. O irmão deu-me o dele no ano seguinte”. E assim se tornou ‘caçador obstinado’ de cachimbos de porcelana.
“Não sou fumador-confessa Eduardo Iglésias-mas continuo na busca, seduzido pela elegância das formas, beleza das decorações, qualidade das porcelanas e variedade de pormenores dos temas figurados.
Vive de olhos abertos e perscrutadores a prolongar vivências, sonhos e histórias.
(Excerto do texto e fotos retirados de “Club do Coleccionador”)
M.A.
1 comentário:
Amélia que colecção interessante.
Gostei de saber
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