Como tudo começou

03/06/08

Aurélio Paz dos Reis - o Pai do Cinema em Portugal


Aurélio Paz dos Reis (Porto, 28 de Julho de 1862 — Porto, 18 de Setembro de 1931), comerciante na sua cidade natal, é considerado o pioneiro do cinema em Portugal visto ter sido o primeiro português que produziu e realizou um filme no seu país, A Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança, que é uma réplica do primeiro da história do cinema, rodado em França pelos irmãos Lumière, em (1894 – 1895) La Sortie de l'usine Lumière à Lyon.
O chamado Kinematógrafo Português – designação usada por Paz dos Reis para referir o cinematógrafo inventado pela família Lumière – foi apresentado em sessão pública no Porto, junto com outros onze «quadros», sete nacionais e onze estrangeiros, no Teatro do Príncipe Real, mais tarde chamado Teatro Sá da Bandeira, no dia 12 de Novembro de 1896. Eram filmes com a duração de cerca de um minuto.


O Kinematógrafo Português

O espectáculo de apresentação decorreu a 12 de Novembro de 1896 (Porto, Teatro do Príncipe Real). Notícias na imprensa:
Dia 12 – Jornal de Notícias:
«O espectáculo de hoje apresenta o Kinetógrafo Português, sendo exibidos 12 perfeitíssimos quadros, 7 nacionais e 5 estrangeiros. Os quadros portugueses representam o seguinte: «Jogo do Pau» (Santo Tyrso), «Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança», «Chegada de um Comboio Americano a Caboucos», «O Zé Pereira nas Romarias do Minho», «A Feira de S. Bento», «A Rua do Ouro» (Lisboa), «Marinha». O espectáculo é completado com a companhia de Zarzuela que se fará ouvir nas peças Música Clássica, Las Campanelas (primeira apresentação) e «Os Africanistas». O kinetógrapho português funciona no intervalo do 2º para o 3º acto».
Dia 13 – Comércio do Porto:
«Num dos intervalos, o Sr. Aurélio Paz dos Reis exibiu no kinematógrapho vários quadros, algumas dos quais muito engraçados e que tiveram intensos aplausos».
Dia 13 – O Primeiro de Janeiro:
«Hontem apresentação do kinetórgrapho português, pelo Sr. Aurélio Paz dos Reis teve êxito completo. Tanto as vistas estrangeiras como as nacionais, d'estes principalmente «O jogo do Pau» e a «Saída das Costureiras da Fábrica Confiança» foram acolhidas com grandes salvas de palmas».
fc

5 comentários:

Raquel Costa disse...

mais uma notícia que me interessa!
Obrigada!
Não tinha conhecimento (santa ignorância).
Já vou arquivar e pesquisar mais sobre o assunto.

Bj
RC

Anónimo disse...

Fez bem, Fátima, em trazer este apontamento, sobre o pioneiro do cinema português. Lá está, alguns ouvem pela primeira vez e agradecem como é natural. Outros, relembram e também gostarão de o fazer. Se, vindo a um blog, cada um de nós recolher um pouquinho de informação que o enriqueça, já valeu a pena a visita. Obrigada, pela parte que me toca.

Anónimo disse...

Este apontamento fez-me recordar que por volta de 1942 tinhamos uma lanterna mágica que veio da família do meu Pai, e pomposamente havia projecções de uns vidros e a minha Mãe dizia que era cinema. A lanterna tinha luz de petróleo do seu depósito, depois substituido por uma lâmpada porque o petróleo podia dar origem a fogo por algum descuido. Há tempos foi limpa por um amigo que tem ligações à cinamateca que achou que se tratava de uma preciosidade.
Clotilde

Laura disse...

Olá querida!... Vi tv pela primeira vez com 8 anos e adorei...já não ouvia, mas aquilo era lindo... O cinema só em Luanda e já tinha dez anos e que coissinha boa para a época, depois tornou-se normal ir ao cinema quase todos os Domingos e algumas vezes ao dia da semana...
E que bom que tivewmos alguém que se lembrou de fazer isso e presentear-nos com cinema...
Beijinho da laura..

Anónimo disse...

Raquel ainda bem que valeu a pena vires ao blog. Tentamos justificar a razão da nossa existência.....

Amélia - muito bem dito! Aplaudo.

Clotilde - inventar era o lema de quem queria progredir, divertir e entreter, não era? E tanto que nos divertíamos! O meu pai, colocava a banda desenhada a cores do jornal (lembra-se deste bonecos?), sobre as costas de 2 cadeiras, e fazia umas animações fora de série. Ele e ele....

Laura - obrigada pela visita. Volta sempre!
Ainda me lembro do dia em que vi TV pela 1ª vez. Eu também achava que aquela caixinha era mágica.
Continuo a não ser grande fã nem de TV nem de cinema, mas admito que é muito bom para quem gosta.

Beijocas a todas

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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