Como tudo começou

05/06/08

A televisão em Portugal - 1957

As primeiras caixinhas mágicas

A Televisão em Portugal surgiu em 1957, sendo um grande fenómeno a nível nacional.
Inicialmente, as pessoas dirigiam-se para locais públicos para poderem ver a "magia" da TV (eram poucas as pessoas que tinham televisão).
Actualmente, existem quatro canais a emitir em sinal aberto em Portugal: a RTP1, a RTP2, a SIC e a TVI. Estes canais generalistas são os canais com maior audiência em Portugal, exactamente por serem gratuitos.

A televisão portuguesa começou com as emissões do canal do estado, a RTP, em 1957. A televisão portuguesa tinha mais regras do que as outras televisões, uma vez que nessa altura, Portugal estava ainda "mergulhado" na ditadura imposta pelo Estado Novo e a televisão, tal como todos os outros meios de comunicação social nessa altura em Portugal, estava sob o controlo da censura. A queda da ditadura portuguesa em 1974, gerou uma maior liberdade.
Entretanto, são lançados três canais: a RTP2, em 1968, a RTP Madeira, em 1972 e a RTP Açores, em 1975.
Em 1980 começaram as emissões regulares a cores em Portugal, sendo o Festival RTP da Canção de 1980 o primeiro programa emitido a cores em Portugal.
Nos anos 90 surgem os canais privados: a SIC (1992) e a TVI (1993).
Em 1994, surge a Televisão por Cabo.


Quando ver televisão socializava....

Feira Popular – Lisboa (Setembro de 1956).
A multidão invade a Feira Popular, na enorme expectativa de testemunhar o fabrico das primeiras imagens hertzianas em Portugal, através do vidro que substituiu uma das paredes do estúdio erguido em pré fabricado ou de um dos vinte monitores espalhados no parque de Palhavã. Noutros pontos da grande Lisboa onde se pode captar a emissão (que chega até à margem sul), formam-se idênticas aglomerações frente a montras de lojas de electrodomésticos.
Relatará o Jornal de Notícias: "Na Praça dos Restauradores o movimento foi além do que era de esperar e, por isso, parou o transito e criaram-se dificuldades que a PSP requisitada para tal, resolveu ordenando a abertura de um (canal) – não de TV mas de caminho para carros e pessoas poderem circular". (cf. Anexo III)
Os astros agora são da TV. João Villaret cria a liturgia dos domingos, declamando teatro, e sobretudo poesia. Henrique Mendes, o locutor estrela, recebe milhares de cartas de admiradoras cada ano. Maria de Lurdes Modesto detém segredos da culinária...e da comunicação. Manuel Machado fala da língua sem aspereza. Artur Agostinho é o rei dos concursos. José Alves dos Santos faz a pedagogia do futebol. Há revelações...e consagrações, como a de Vasco Santana, com a anedota da semana. O teatro, iniciado por Rui de Carvalho com o vicentino Monólogo do Vaqueiro ganha ritmo semanal. Entre os locutores pioneiros, Maria Helena Santos, Gina Esteves, Jorge Alves, Fernando Pessa, Gomes Ferreira e Fialho Gouveia.

4 comentários:

Anónimo disse...

Boa, Fátima! Para quem não sabia... aqui temos a história da TV em Portugal contada em breves palavras. Penso que na lista dos locutores pioneiros faltará acrescentar um nome, o de Maria Armanda, mais conhecida por Vera Lagoa. Julgo não estar enganada, mas talvez apareça alguém que me corrija, se for caso disso.

Laetitia disse...

Há pouco tempo estive a ver um documentário sobre os primeiros anos da RTP.
Eu só me lembro da TV a partir de 1985, quando acordava de manhã cedo para ver os bonecos.

Eheheheh.

Beijos

Anónimo disse...

Amélia, boa achega! Obrigada

Pepper e que ricos bonecos passavam na altura....Doces, educativos, criativos, serenos.....

Um dia destes falarei de alguns deles!

Beijocas

Anónimo disse...

E quem não se recorda do "Interlúdio"? E da legenda que aparecia: "O programa segue dentro de momentos" e passava-se um quarto de hora ou mais... E da "Mira Técnica" durante a tarde?
E de um programa de culinária com a M.Lurdes Modesto em que ela ensinava o Inspector Vartojo a estrelar um ovo, numa sertã pirex.Ele perguntou se aquele recipiente era seguro e ela argumentava que sim, estava preparado para altas temperaturas etc. etc.. De repente vão o ovo e... mais os vidros pelo ar e... mais a gordura, deixando o decor num estado lastimoso! O Varatojo chorava a rir, a M.Lourdes engolia em seco. Na minha casa também foi gargalhada geral e presumo que a totalidade dos espectadores terá feito o mesmo. Ainda hoje eu não esqueci e revejo a cena, tal como se passou!

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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