Como tudo começou

21/08/08

ASSIM ERA CALOUSTE GULBENKIAN


Calouste Gulbenkian o rico e ilustre coleccionador de arte arménio, cuja Fundação com o seu nome se situa na Avª de Berna, em Lisboa, viveu os últimos anos da sua vida entre nós, no Hotel Avis. É uma personalidade por demais conhecida para eu me deter nos seus pormenores biográficos. Hoje, desejo apenas contar-vos dois episódios curiosos que nos mostram como ele se comportava em certas situações. Atrevo-me mesmo a dizer, que os meus leitores chegarão ao fim da leitura com um sorriso nos lábios...

“Ao que parece Gulbenkian era muito exigente com a comida e, aliás, tinha mandado vir um cozinheiro só para ele! Exigente e desconfiado. Ah! Isso é que ele era desconfiado! Ele gostava muito de peixe e mandava vir o peixe cru para lhe examinar a frescura. Uma vez teve uma zanga que foi um sarilho. Recusou-se a comer o peixe que estavam a servir-lhe e jurou que não era o mesmo que lhe haviam mostrado! Foi um tumulto, mas o sr. Gulbenkian tinha razão! É que ele, quando lhe mostravam o peixe cru, destacava sem que ninguém desse por isso, uma pontinha do rabo e depois conferia com o que lhe vinha para a mesa!”


“De outra vez, em Paris, ele tinha um cozinheiro turco que deixou a casa por ter sido convidado para ir para Moscovo servir o embaixador turco naquela cidade. Veio outro cozinheiro oriental para o serviço de Gulbenkian, mas depressa demonstrou não ser capaz de preparar o beurek , que era um pastel folhado de que Gulbenkian gostava imenso. Interrogado, o novo cozinheiro informou que só não podia fazer um beurek como devia ser porque não possuía um rolo de massa apropriado à confecção. Gulbenkian ficou indignado pois, uns anos antes mandara vir propositadamente de Istambul um rolo de massa apropriado, artefacto que custaria meia dúzia de tostões, mas cuja utilidade intrínseca, como se via era enorme. Gulbenkian pegou uma das fúrias que às vezes tinha e foi um tremendo sarilho lá em casa. Sabem o que ele acabou por fazer? Como se averiguou que tinha sido o cozinheiro anterior quem tinha levado o objecto consigo para Moscovo, mandou dois detectives de Paris recuperarem o rolo da massa.”

(Extraídos do livro “Calouste Gulbenkian, uma reconstituição” de Francisco Corrêa Guedes)

M.A

3 comentários:

Anónimo disse...

Amélia e que tal a receita de beurek?

Anónimo disse...

Pois, sócia, uma vez que estará interessada em fazer o beurek (também vi escrito börek) já lhe mandei a receita por mail. Também já verifiquei que o tal rolo para esticar a massa é mesmo especial. Tem a espessura de um dedo e 80 cms de comprimento. Como vê não quero que lhe falte nada!...Bom apetite e...mande sempre!...

Raquel Costa disse...

Vale a pena visitar a fundação que tem imenso que ver e, estacionar o carro no parque subterraneo que é baratinho onde tenho encontrado a carrinha da biblioteca itenerante, uma Citroen linda e cheia de história. Atempadamente publicarei fotos da mesma no meu blog.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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