A borboleta adquiriu ao longo dos tempos diversos significados simbólicos no seio de muitas culturas. É o caso da japonesa em que a graça e a ligeireza do esvoaçar são emblemas da mulher, ou da cultura azteca na qual a borboleta é símbolo da alma ou do sopro vital, pois, do mesmo modo que esta abandona a crisálida para voar, também o nosso espírito se liberta do corpo para ganhar o espaço infinito. Já para os mexicanos, a chegada das borboletas, que ocorre geralmente por volta do Dia dos Mortos, representa a visita do espírito dos antepassados.
Para muitos, o voo da borboleta representa, acima de tudo a vontade de romper o “casulo”, sentir o calor da liberdade e encarar aquilo que o destino nos reserva no espaço de tempo que nos é devido. Talvez essa seja a razão para tamanho encantamento que Patrícia Jerónimo revela ter por este insecto pintalgado de muitas cores.
Aos poucos e, quase sem querer, vai fazendo do seu quarto o que podemos apelidar de borboletário. Começou por adquirir borboletas de vários materiais como tecido, papel, madeira ou adornadas com brilhantes. Depois um ou outro artigo decorativo, porta retratos, almofadas, velas, mas também ganchos de cabelo ou pregadeiras – todos têm no borboletar o elemento comum. Os amigos e familiares descobriram-lhe a paixão e são eles os verdadeiros impulsionadores daquilo que se viria a transformar numa colecção.
Com um encolher de ombros afirma que já nem precisa de se esforçar na sua ampliação. As borboletas vêm parar-lhe às mãos em embrulhos alegres e vivos, mas que não chegam para encandear o brilho esvoaçante que se solta pelas prateleiras, pelo tecto, ou que vai pousar no candeeiro, talvez em busca da luz. Para Patrícia é como se a sua colecção lhe passasse uma mensagem diária: “ Vá lá, rebenta o teu casulo e revela a força das tuas asas ao dia que agora amanhece”. Uma colecção que a alegra, que lhe enche o quarto de cor – a cor da amizade que as suas borboletas lhe trazem à memória, lembrando o rosto de quantos lhe oferecem um breve bater de asas.
(Excerto de um artigo da Revista do Club do Coleccionador)
M.A.
2 comentários:
Como não podia deixar de ser, tive que dar cá um saltinho, para ler o post e deixar um comentário ;o)
A escolha do meu "nome" virtual, na realidade foi meio ao acaso, mas ao pesquisar sobre a Borboleta encontrei estes simbolismos todos e achei perfeito!
A borboleta pode ser a harmonia, a leveza, a elegância, mas também é a mudança, a alegria, o espirito, a liberdade...
Descobri que o seu tempo de vida é curto...desconhecia por completo que são apenas 40 dias que ela dispom para sobrevoar os campos de flores e fazer mais uns quantos voos.
Muito obrigada pelo carinho!!
A natureza tem destas maravilhas!
As cores e os desenhos, por vezes simétricos, são de uma beleza impar!
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