Como tudo começou

15/10/10

O JARDIM 5 DE OUTUBRO, EM LISBOA




Se perguntássemos aos nossos leitores onde fica, em Lisboa, este jardim talvez apenas uma minoria respondesse afirmativamente. Se repetíssemos a pergunta, desta vez mencionando o outro nome pelo qual é também conhecido,”O Jardim da Burra” é possível que já fosse maior o número de pessoas a identificá-lo.
Trata-se de um pequeno jardim, de formato triangular, implantado desde fins do Sec. XIX mesmo ali à direita da Basílica da Estrela, num pequeno Largo que se chamava, ao tempo: _”Praça do Convento Novo”.
É um local recatado, onde árvores já seculares debruçam os ramos sobre um lago já sem pinga de água e meia dúzia de bancos… Sentados nestes e sentindo a sombra fresca daquelas, qualquer de nós dará por bem empregue a pequena paragem ali feita, num dia de calor e esquecerá, de imediato, o bulício do resto da cidade.
Depois, é inevitável que os olhos descubram, mesmo no meio deste jardim, uma peanha de cimento sobre a qual está colocada uma pequena peça escultórica, em bronze, com características quase ingénuas, que o seu autor chamou de “Santa Família”. Julgamos ser também conhecido por “O Lavrador”.
Mudássemos somente os trajes que vestem as personagens ali representadas e poderíamos ter naquele grupo S. José, N. Senhora e o Menino Jesus na fuga para o Egipto…
Este bronze é da autoria de António Augusto da Costa Motta (tio) e foi inaugurado em 1918.
Não muito longe, no Jardim da Estrela ( que tem também o nome de Jardim Guerra Junqueiro) há uma outra escultura, em pedra, do mesmo autor:_ “O Cavador”.
E pronto amigos, vamos deixar-vos com este apontamento e mais duas das fotos que fizemos da “Santa Família”.”.


Passando por ali, há dias, já quase ao cair da noite, num instantinho, saímos do carro para ir captar estas fotos. Mais ninguém havia por perto e, quase tivemos a ilusão de estar num caminho de qualquer aldeia portuguesa, surpreendendo uma família no seu regresso a casa. Ou quem sabe, olhando os modelos vivos, das aguarelas de sabor campestre, que Roque Gameiro pintou numa edição que temos das “Pupilas do Senhor Reitor”, de Júlio Dinis.
Na despedida, não nos esquecemos de agradecer ao casal ter sustido por momentos a sua burrinha para as fotos não ficarem tremidas! Depois, desejamos-lhes um bom regresso a casa e que o seu menino lhes desse uma noite descansada. Bem merecida seria, pois, a enxada que o pai trazia ao ombro fazia-nos adivinhar terem tido um duro dia de labuta no campo...
M.A.

2 comentários:

Quica disse...

Nos meus dezoito anos passei algumas vezes por este jardim, lembro-me desta escultura. Passa despercebida à maioria das pessoas, é um jardim pouco frequentado, à volta dele serve normalmente de estacionamento para os carros.

Gi disse...

Conheço a variada estatuária existente no Jatrdim da Estrela, mas este jardim e esta estátua não conhecia.
Lá terei que ir ver "in loco".

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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