Numa visita à casa da sua senhoria, uma tela onde se via pintado um jarro com girassóis chamou-lhe a atenção. Ficou surpreendido quando lhe disseram ter sido Séraphine quem pintara quadro.
Digamos que esta terá sido a ponta do fio da meada, na ligação que se veio a estabelecer entre Wilhlem Uhde e a pintora que ele descobrira em Séraphine.
Esta mulher, nascida em 2 de Setembro de 1864, era bastante pobre, nunca tivera qualquer aprendizagem na pintura e, como autodidacta, seguindo apenas a sua sensibilidade, tinha atingido um nível tal nos quadros que fazia que, logo o crítico de arte se propôs apresentá-la nas galerias de Paris. Ela pintava, pela noite fora, isolada, na sua velha casa, depois de regressar do trabalho diário de empregada doméstica e, as próprias tintas que usava, eram fabricadas por si. Num filme que vi sobre a sua vida, dizia-se que, nas suas tintas, utilizava, entre outras coisas, o sangue de animais, terra, ervas que escolhia nos campos e até… algum azeite que surripiava nas lamparinas da igreja. Havia, por certo, ainda mais ingredientes que ficaram, para sempre, no seu segredo.
A verdade é que os seus quadros têm cores deslumbrantes e as composições florais, de inspiração naïf, impressionam, tanto pelos tons utilizados como, por vezes, por parecerem mesmo transfigurar-se em animais fantásticos e em muitas outras formas estranhas.
Contudo, devemos também mencionar, que, em Séraphine se notava uma certa perturbação mental que, com a idade se foi acentuando.
Quero acreditar que o leitor irá encantar-se com o vídeo que lhe deixo, onde as pinturas desta mulher se impõem, pelo arco-iris maravilhoso existente na sua imaginação e que os seus pincéis faziam passar, para a tela que tinha defronte de si.
Até breve, leitores, com outro qualquer tema.
1 comentário:
Interessante o percurso desta artista. Apesar da hora tardia moveu-me a curiosidade deste post.
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