Quem não tem gratas
recordações das suas primeiras viagens de comboio?
Quem não recorda talvez até
o receio que lhe provocou, pela primeira vez,
a visão daquele monstro escuro, em movimento, formado por carruagens
pegadas umas às outras, de máquina na dianteira apitando, largando fumo e,
deixando no ar, um forte odor a carvão? Pelas janelas entravam até, em dias de
vento algumas faúlhas que deixavam uma pequena farrusca nos nossos fatos…
Sim, estas foram as imagens que o meu cérebro devolveu, quando me imaginei, há muitos anos
atrás, a embarcar no velhinho comboio da linha
do Vouga para viajar até à praia
de Espinho. Julgo que terá sido esse o meu baptismo de viagem por via férrea.
A marcha era tão lenta que
permitia ver a paisagem em todo o pormenor e de estação em estação, ou mesmo
nos pequenos apeadeiros lá se fazia a largada e tomada de passageiros.
As estações eram geralmente ornamentadas
com azulejos, rodeadas de jardins floridos e, segundo me lembro, havia mesmo um
concurso em que, anualmente, era eleita
aquela que mais bem cuidada se apresentasse. Isto, originava, em cada chefe de
estação, um enorme esforço e muito brio na mira de conquistar o prémio.
Mas o tempo passou e também
nos comboios a evolução se fez sentir. Tornaram-se muito mais cómodos atingem
maiores velocidades, e são na sua maioria
movidos a electricidade.
Afinal, toda esta conversa
surgiu pelo facto de me ter chegado num e-mail uma bonita colecção de imagens
de estações portuguesas do caminho de ferro.
Julgue o leitor por si quais
lhe parecem as mais bonitas e desfrute depois da
visão destas várias estações espalhadas pelo nosso país.
M.A.
Sem comentários:
Enviar um comentário