Foi este o título escolhido por
Manoel de Oliveira para um filme que realizou no Porto em 1931.
O Maestro Luís de Freitas
Branco fez a adaptação musical e a fotografia é assinada por António Mendes.
Queira clicar aqui para saber do que estou a falar.
Reparem no fervilhar do
movimento que se mostra nesta filmagem. Desde a quantidade da carros de bois alinhados
no cais esperando as cargas para as quais era necessária a força destes
possantes quadrúpedes ao vai e vem das varinas que faziam a descarga do carvão,
aos pregões das peixeiras, dando início
à venda do peixe chegado e ao embarque de mais uma tripulação que saia,
possivelmente para a pesca, levando uns tantos
garrafões para quando a sede viesse a apertar…tudo ali mostra vida,
trabalho, fazes da canseira de quem, deste
modo, de mãos dadas com o rio Douro, tinha que ganhar o pão de cada dia.
Curioso também observar a
presença das crianças nestas imagens. Estávamos ainda longe das creches e
jardins infantis e elas, ainda que pequeninas, lá acompanhavam os mães no seu
ambiente de trabalho, crescendo com o cheiro da maresia.
Outras gentes e outros
tempos, aqui registados pelo incomparável Manoel de Oliveira.
Nota: Achei estranha a grafia do nome do realizador, colocado no princípio do filme. Aparece Manuel escrito com um ' u ' quando ele sempre o escreveu com um ' o '.
M. A.
1 comentário:
A faina da pesca nos dias de hoje, processa-se de uma maneira diferente.
Os bois foram substituídos pelos tratores. Assisti há dias na Costa da Caparica ao lançamento das redes e depois à retirada das mesmas. Cada extremo da rede é puxada por um trator.
Apesar das novas tecnologias, em toda aquela faina há beleza.
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