Alexandre Herculano deixou-nos entre tudo mais o que escreveu, um magnífico conto com o mesmo título que dei a este simples apontamento. Nele se fala da construção do Mosteiro de Santa Maria da Vitoria ( também conhecido por Mosteiro da Batalha) mas, muito em particular do episódio que se relaciona com o fecho da abóbada da Sala do Capítulo.
Para a construção do Mosteiro fora encarregado pelo rei D. João I, o Arq. Afonso Domingues, porém, dado o facto de este ter cegado o rei entendeu substituí-lo por um irlandês, o conceituado Mestre Ouguet. Isto, como é evidente, custou a aceitar ao Mestre Afonso Domingos o qual dizia que, para a execução desta obra , faltava a "um estrangeiro ter a sua alma aquecida à luz do amor da Pátria!”
Ao que parece, a traça inicial continuou a ser seguida mas, porque em relação ao fecho da abóbada da Sala do Capítulo o critério do irlandês não era o mesmo, resolveu, então, alterar a que fora imaginada por Afonso Domingues.
Estamos agora no dia 6 de Janeiro de 1401 e o rei chegara, já com certo atraso, para o Auto de Celebração dos Reis que se iria representar no Mosteiro. Por tal demora, D. JoãoI deixou para o dia seguinte a visita à Sala do Capítulo, recentemente acabada, com todo o orgulho de Ouguet.
Mas, no dia imediato, quando o rei e comitiva se aproximavam da sala, perante a estupefacção dos presentes o tecto da mesma desmoronou-se, provocando susto em todos e, um forte abalo no irlandês que gritava ter sido o facto provocado por feitiço lançado por Afonso Domingues.
D.João I resolveu devolver ao Arq. Português a direcção da obra, que a prosseguiu conforme a havia delineado de início. Quando, tempos depois chegou a hora de serem tiradas as traves dos simples que haviam servido de suporte à abóbada, apenas ficou, no chão, precisamente no meio, na vertical do fecho, uma pedra onde se foi sentar Afonso Domingues. E ali esteve, três dias e três noites, sem nada comer ou beber, segundo voto que havia feito a Cristo.
Mas, a idade avançada e o longo jejum foram demasiado esforço para o ancião e, no fim do terceiro dia foram participar ao Rei que o velho Mestre havia falecido. As suas últimas palavras terão sido: _”A abóbada não caiu…a abóbada não cairá!
Conta-se, que da pedra onde esteve sentado se esculpiu o busto que, ainda hoje, se encontra, justamente na mesma Sala do Capítulo, perpetuando assim a memória deste grande Arqº. português, Afonso Domingues.
M.A.
Para a construção do Mosteiro fora encarregado pelo rei D. João I, o Arq. Afonso Domingues, porém, dado o facto de este ter cegado o rei entendeu substituí-lo por um irlandês, o conceituado Mestre Ouguet. Isto, como é evidente, custou a aceitar ao Mestre Afonso Domingos o qual dizia que, para a execução desta obra , faltava a "um estrangeiro ter a sua alma aquecida à luz do amor da Pátria!”
Ao que parece, a traça inicial continuou a ser seguida mas, porque em relação ao fecho da abóbada da Sala do Capítulo o critério do irlandês não era o mesmo, resolveu, então, alterar a que fora imaginada por Afonso Domingues.
Estamos agora no dia 6 de Janeiro de 1401 e o rei chegara, já com certo atraso, para o Auto de Celebração dos Reis que se iria representar no Mosteiro. Por tal demora, D. JoãoI deixou para o dia seguinte a visita à Sala do Capítulo, recentemente acabada, com todo o orgulho de Ouguet.
Mas, no dia imediato, quando o rei e comitiva se aproximavam da sala, perante a estupefacção dos presentes o tecto da mesma desmoronou-se, provocando susto em todos e, um forte abalo no irlandês que gritava ter sido o facto provocado por feitiço lançado por Afonso Domingues.
D.João I resolveu devolver ao Arq. Português a direcção da obra, que a prosseguiu conforme a havia delineado de início. Quando, tempos depois chegou a hora de serem tiradas as traves dos simples que haviam servido de suporte à abóbada, apenas ficou, no chão, precisamente no meio, na vertical do fecho, uma pedra onde se foi sentar Afonso Domingues. E ali esteve, três dias e três noites, sem nada comer ou beber, segundo voto que havia feito a Cristo.
Mas, a idade avançada e o longo jejum foram demasiado esforço para o ancião e, no fim do terceiro dia foram participar ao Rei que o velho Mestre havia falecido. As suas últimas palavras terão sido: _”A abóbada não caiu…a abóbada não cairá!
Conta-se, que da pedra onde esteve sentado se esculpiu o busto que, ainda hoje, se encontra, justamente na mesma Sala do Capítulo, perpetuando assim a memória deste grande Arqº. português, Afonso Domingues.
M.A.
5 comentários:
fátima: só agora tive oportunidade de retribir a tua visita... e que surpresa!!
um blog fantástico, a visitar diariamente e que merece destaque especial!
Amélia obrigada por este post.
A 1ªvez que visitei a Batalha, foi numa visita de estudo, e lembro-me que fiquei estupefacta a olhar para aquela Abóbada e a pensar:
O Afonso Domingues foi valente! Aqui sentado à espera......e conseguiu erguer a obra!
Gaia obrigada pela visita. Quando a Raquel for maior, conta-lhe as coisas que aqui lês...
Pois...Hoje em dia se alguém se sentar numa pedra será porque está cansado apenas. E então com o mesmo propósito do Afonso Domingues, ficar lá tres dis e tres noites, isso é que ninguém o faria hoje!... Mudaram-se os tempos e as Gentes também!
Uma lição de persistência num mundo onde de tudo se desiste com tanta facilidade.
bjos
Tita
Francisca
É bom recordarmos os valores intelectuais e humanos do nosso País. Deviam ser um exemplo para os decisores da nossa época.
Enviar um comentário