Como tudo começou

09/04/08

CAMILO CASTELO BRANCO COM HUMOR






Quem não conhece este nome, como uma das grandes glórias da literatura portuguesa?
Geralmente ele é lembrado pelo que escreveu, pelos seus amores atribulados, que até à prisão o levaram, pela loucura do seu filho Jorge, pela cegueira que o atacou e até também pelo fim de vida que teve, tão trágico!

Os seus escritos tinham na maioria das vezes um enredo dramático e isso terá sido comentado um dia por Ana Plácido, sua companheira. Como resposta, Camilo escreveu em poucos dias e, atirou para o regaço dela, o seu livro Eusébio Macário cuja trama, diferente de todos os demais, mostra bem a capacidade inventiva do escritor de quem falamos.

Ora, neste blog, como gosto de explorar mais o lado positivo da vida, entendi por bem ir buscar dois episódios que nos mostram um Camilo bem-humorado e com um espírito e graça incontestáveis.


Um dia pediu Camilo a um amigo para esperar na estação de Famalicão o comboio das tantas horas e mandar acompanhar a S. Miguel de Seide determinado bacharel que devia chegar nesse comboio.
O comboio chegou, mas, por mais que o amigo indagasse, não descortinou nenhum bacharel com destino a S.Miguel de Seide. Decerto o bacharel havia perdido o comboio! Nisto, ouviu um empregado da estação, exclamar para um carregador, agitando na mão uma guia:
_Este burro é para ir para Seide!
Num momento tudo se esclareceu. Do comboio fora descarregado um burro que se destinava a Camilo. O bacharel era o burro!


Havia no Porto, na Rua dos Clérigos, um negociante que tinha uma cara muito bochechuda. Em compensação, tinha uma filha que era o mais bonito palminho de cara de todo o bairro. Camilo, sempre que passava e via a rapariga dizia-lhe adeus e sorria, o que não agradava ao comerciante, que, por certo, conhecia a fama de Camilo, como conquistador. Ora, uma ocasião em que o romancista se desfazia em sorrisos e cumprimentos para a pequena, o pai desta, rompeu da loja com um côvado na mão e, em ar ameaçador, voltou-se para Camilo:

_Ó seu sem-vergonha, se vem para aqui desencaminhar a minha filha…
_Sem-vergonha, não! Quem não tem vergonha é você, seu comerciante das dúzias!
_Ah! Eu é que não tenho vergonha?
_Pois claro! – ripostou Camilo – Quando se tem umas bochechas como as suas, não se vem para a rua sem lhes enfiar uma calças!

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P.S.-Quem escreveu isto foi Luís de Oliveira Guimarães e, no volume de onde retirei estes episódios, aparece também, logo nas primeiras páginas esta frase do próprio Camilo:
“É preciso ter chorado para imortalizar o riso no livro, na estrofe, na sentença, na palavra.”

M.A.

4 comentários:

Anónimo disse...

Bochechas?????? calças??????? Ai Camilo Camilo

M.A.R. disse...

Calma aí, Fátima, nem todos os Camilos andam a "namoriscar" as meninas do Porto!...

Anónimo disse...

Para quê ir ao Porto! Há tantas em Lsboa!!!.... Francisca

Anónimo disse...

O erro na palavra Lisboa, não faz parte do acordo ortográfico.É mesmo erro. Francisca

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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