Alfredo Keil terá composto “A PORTUGUESA” na noite de Domingo de 12 de Janeiro de 1890, em protesto e indignação contra o Ultimato Inglês divulgado na véspera, ao país.
A seu pedido, Henrique Lopes de Mendonça (a) criou os versos. Ambos afirmariam mais tarde que a Marcha serviria, “tanto pela beleza da sua melodia como pelo vigor das palavras, para ser cantada nas horas solenes da nossa vida patriótica”. E foi na verdade o que veio a acontecer.
Rapidamente esta Marcha se difundiu, não só dentro como fora do País. Sempre que tocada, era notório o agrado que despertava. Inclusivamente, passou a ser distribuida gratuitamente a quem a solicitasse.
Rapidamente esta Marcha se difundiu, não só dentro como fora do País. Sempre que tocada, era notório o agrado que despertava. Inclusivamente, passou a ser distribuida gratuitamente a quem a solicitasse.
Entretanto, alguém fez correr a ideia de que nela se encobriam intentos revolucionários. Para evitar as consequências que daí poderiam advir, resolveram, os seus autores, numa longa carta publicada em 27 de Abril, no jornal “O Século”, demarcarem-se de quaisquer apropriações políticas e salientar apenas a intenção patriótica da Marcha. Na mesma altura, a expensas suas, Keil mandou afixar 50 cartazes da mesma, em vários locais de Lx.
Tempos mais tarde, na manhã de 5 de Outubro de 1910, foi ao som de “A PORTUGUESA”, tocada pela Banda de Caçadores 5, que as Forças Republicanas desfilaram pelas ruas de Lx. Em seguida a Implantação da República já lhe chamou Hino Nacional e, em 17 de Novembro o Ministro da Guerra do Governo Provisório resolveu torná-lo oficial. Porém, a consagração de “A PORTUGUESA” como Hino Nacional só surgiu, realmente, em 19 de Junho de 1911, proclamada na primeira sessão da Assembleia Nacional Constituinte.
Sem dúvida que nos devemos orgulhar do nosso Hino que é um dos mais bonitos jamais compostos. Geralmente só é cantada a primeira estrofe mas, “A Portuguesa” tem efectivamente três estrofes. Não vou aqui transcrevê-las para não tornar demasiado extenso este apontamento, mas, convido os leitores a que procurem ler esse bonito poema e, nele atentem bem, para avaliar quão intenso ali se exprime o fervor patriótico que inspirou o seu autor.
( a ) Como curiosidade, este ilustre oficial de marinha viveu vários anos na Cruz Quebrada.
( a ) Como curiosidade, este ilustre oficial de marinha viveu vários anos na Cruz Quebrada.
M.A.
5 comentários:
Mesmo sendo um poema grande, aqui fica:
I
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente e imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu, jucundo,
O oceano, a rugir de amor,
E o teu Braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
III
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
A Fátima não "brinca em serviço" e deixou mesmo a letra de "A PORTUGUESA" aqui inteirinha. Se algum dos nossos leitores aínda a não conhecia teve agora oportunidade de a ler e avaliar como é empolgante e patriótica.
Pois é; Henrique Lopes de Mendonça, viveu na Cruz Quebrada, na vivenda amarela, que dava para a marginal. Mais tarde, nessa vivenda, nasceu e viveu até casar a esposa do Levy Gomes, nosso sócio n.º 1. Na primeira exposição do Atelier em 1997, um dos quadros expostos, da autoria do cunhado do Levy o tema era a casa amarela. Com a febre da construção essa casa foi demolida.
Francisca
Esqueci-me de acrescentar, conheço um dos netos de Henrique Lopes de Mendonça.
http://novorumor.blogspot.com/2006/07/o-hino.html
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