É um símbolo corriqueiro nos dias de hoje. Sem ele não é possível enviar e.mails. Recebeu muitos nomes por esse mundo fora. Mas, em Portugal, é o chamado “arroba” ou seja o conhecido @
Muita gente que vai a Estremoz e pára no largo maior da cidade, visita depois a majestosa Igreja de S. Francisco. Mas poucos visitantes reparam num pormenor curioso, numa lápide situada ao nível dos olhos, do lado direito da nave central. Há outras coisas a ver, mas essa pedra tem um símbolo que intriga quem nele repara.
É um símbolo comum nos dias correntes, Muito comum mesmo. Aparece obrigatoriamente nos endereços de correio electrónico e quase adquiriu o estatuto de representante da era digital. É o célebre “a” encaracolado, que já recebeu muitos nomes, mas que em Portugal é hoje conhecido como “arroba” É o célebre @.
Sendo tão comum, não é de estranhar que este símbolo apareça numa igreja. O que é realmente intrigante é o facto de ele estar numa lápide do sec. XVII.
Quem conheça latim e manuscritos da época não ficará surpreso. Trata-se de uma contracção das letras “a” e “d”. Refere-se possivelmente a “Anno Domini”, o ano do Senhor, mais conhecido entre nós pela abreviatura portuguesa “d C”, que significa “depois de Cristo” – enquanto “a C” significa “antes de Cristo”. Outros países e outros idiomas usam outras abreviaturas. O certo é que em todo o mundo ocidental e quase todos os países usam a numeração dos anos que tem início na suposta data de nascimento de Jesus.
O mistério da lápide de Extremoz parece pois resolvido. É uma ligatura que explica a que era se refere a data 1694, nela introduzida. Mas por que razão lhe chamamos “arroba”? E como chegou este símbolo aos dias de hoje?
O mistério da lápide de Extremoz parece pois resolvido. É uma ligatura que explica a que era se refere a data 1694, nela introduzida. Mas por que razão lhe chamamos “arroba”? E como chegou este símbolo aos dias de hoje?
Há um documento veneziano de 1536 onde esse símbolo aparece representando ânforas como unidades de peso e volume Também um termo castelhano de 1492 dava “arroba” como tradução do latim “amphora” Mas, também se diz não ter a palavra “arroba” qualquer relação com “ânfora” pois vem do árabe “ar-ruba’a”, designando “um quarto” ou “ a quarta parte”. Trata-se de uma unidade de peso que habitualmente se arredonda para 15 Kg.
Os ingleses e norte-americanos traduziram muito correctamente o “ad” latino por “at” e passaram a usar o símbolo @ nos registos comerciais. Nas bancas de fruta, ou nos mercados de rua norte-americanos ainda hoje o vemos frequentemente. Os vendedores escrevem “@ $2”, para significar que as azeitonas se vendem a dois dólares (cada libra, subentenda-se).
Na máquina de escrever Underwood de 1885 já aparecia o @, que sobreviveu nos países anglo-saxónicos durante todo o sec. XX. Quando o símbolo reapareceu nos computadores, ele tinha também já lugar cativo nos teclados norte-americanos por ter aí uso frequente.
Na máquina de escrever Underwood de 1885 já aparecia o @, que sobreviveu nos países anglo-saxónicos durante todo o sec. XX. Quando o símbolo reapareceu nos computadores, ele tinha também já lugar cativo nos teclados norte-americanos por ter aí uso frequente.
Quando o correio electrónico foi inventado, o engº Ray Tomlinson, o primeiro a enviar uma mensagem entre utilizadores de computadores diferentes precisou de encontrar um símbolo que separasse o nome do utilizador do da máquina em que este tinha a sua cx. de correio. Seria confuso utilizar uma letra que pudesse fazer parte de um nome próprio.
Conforme explicou posteriormente, “hesitei apenas durante uns 30/40 segundos…o sinal @ fazia todo o sentido” Estava-se em 1971 e esses 30/40 segundos fizeram história.
( Foto e excerto de um artigo do Prof. de Matemática e Estatística Nuno Crato, publicados na revista do Club do Coleccionador)
M.A.
Conforme explicou posteriormente, “hesitei apenas durante uns 30/40 segundos…o sinal @ fazia todo o sentido” Estava-se em 1971 e esses 30/40 segundos fizeram história.
( Foto e excerto de um artigo do Prof. de Matemática e Estatística Nuno Crato, publicados na revista do Club do Coleccionador)
M.A.
5 comentários:
Gostei muito de saber desta curiosidade e principalmente aquela 'passagem' dos americanos de 'ad' para 'at'.
ola
passei por aqui e gostei do que vi
Parabens!
Carla
http://www.arte-e-ponto.blogspot.com
Patti e Carla Silva e Cunha:
Ficamos gratas pela visita e esperamos que voltem mais vezes, não dando por perdido o tempo que estão connosco.
Somos mais ricos quando aprendemos coisas novas. Eu todos os dias aprendo e adoro! Estou prestes a tornar-me milionária.
Obrigada Amélia por mais estes trocos.....
Também em Portugal, ainda nos anos cinquenta/sessenta se usava o @ nos documentos de contabilidade, como fossem, por exemplo, facturas e recibos, para indicar o preço da unidade, assim:
10 parafusos @ $20 .... 2$00
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