Apesar do extraordinário desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação escrita, verificado nos últimos anos, todos recebemos diariamente cartas das mais variadas proveniências. Porém o volume desta correspondência não justifica, por certo, a aquisição de uma maquineta específica para abertura eléctrica Daí a importância desse objecto simples e multissecular que é a faca de papel, muitas vezes também, simultaneamente, marcador de leitura.
Mas, curiosamente, como salienta José Francisco Gonçalves, coleccionador destes úteis e expressivos objectos, «alguns dos mais interessantes, entre as dezenas que já reuni, são provenientes de países onde os hábitos de leitura e o tráfego de correspondência não devem ser muito elevados, dada a sua enorme taxa de analfabetismo.» É o caso de muitas das peças provenientes de África, Ásia e América do Sul, algumas de enorme riqueza plástica. Manufacturadas nos mais diversos materiais – madeira, metal, marfim, plástico, prata e até em porcelana – as facas de papel são também a expressão de usos e costumes, de valores patrimoniais e das estéticas dominantes de várias áreas do globo.
(Excerto e fotos retirados da Revista do Club do Coleccionador)
M.A.
1 comentário:
Mais uma colecção muito interessante. Esta é talvez a que ocupa menos espaço.
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