Razões que não importa aqui explicar levaram-me na 4ª feira passada a Coimbra e, como teria que esperar algum tempo na zona de Celas andei a deambular na tentativa de descobrir qualquer coisa de interessante. Lembrei-me às tantas que havia ali um mosteiro bastante antigo e lá fui revê-lo e fazer mesmo uma fotos para o mostrar aos leitores. Era demasiado cedo para haver alguém que mo pudesse mostrar por dentro, portanto, isso terá que ficar para uma outra ocasião.
Está situado num pequeno largo ao fundo da Rua Manso Preto. É um edifício de estilo gótico mandado edificar em 1210, por D. Sancha, filha do rei D.Sancho I. Recebeu as primeiras monjas da Ordem de Cister em 1219 e, reza a história que estas logo ganharam bastante fama pelo fabrico de um doce, dizem que muito apreciado, conhecido por “Manjar Branco” o qual, era depois era vendido pela cidade.
No final do post fica uma receita desse doce. Não sei se será igual ao que as monjas faziam… Este copiei-o de um livro de receitas que pertenceu à minha Mãe.
A fachada do mosteiro (a precisar de algum restauro) é pouco vulgar, apresentando na parte superior um miradouro composto por nove vãos gradeados. O portal de estilo renascença tem a data de 1530 e dá acesso a um átrio lajeado.
Daqui se comunica com a igreja através de uma outra porta (que se mostra numa das fotos), encimada por um brasão de armas com a data de 1753. Esta data corresponde a uma das várias remodelações feitas no mosteiro. Ainda neste átrio, logo à direita, um pouco escondida atrás da porta de entrada, está a chamada roda, que fotografamos também.
Para quem não saiba, era este um meio de comunicação usado para o interior dos mosteiros e destes para o exterior. Digamos que é uma caixa circular de madeira, montada num eixo central onde se colocavam os objectos. Ao rodar a dita caixa estes ficavam ao dispor de quem estava de um ou do outro lado sem que houvesse qualquer contacto visual.
No Sec XVIII este mosteiro contava 120 monjas. Com a extinção das Ordens religiosas, em 1834, foi a Irmandade de N.Sª da Piedade que tomou conta do convento. Depois, em 1932, ele serviu como sanatório para mulheres e, em 1977, também foi ali que começou a funcionar o Hospital Pediátrico. Pelas razões já explicadas não tive acesso ao interior do mosteiro, daí, nada mais poder adiantar. Disseram-me que ali funcionam agora instituições de assistência.
Ainda no largo, fronteiro ao mosteiro, fotografei este Calvário em pedra que se encontra dentro de um nicho, encimado por uma cruz.
MANJAR BRANCO – Em dois litros de leite de vaca deitam-se 500 gr. de farinha de arroz fresca e muito fina, juntam-se mais 300 gr. de açúcar, uma casca de limão e uma colher de sopa de água de flor de laranjeira. Põe-se tudo a cozer até engrossar. Vaza-se numa travessa ou em tigelinhas de barro pouco fundas. Querendo pode-se queimar com um ferro em brasa.
E pronto, com o resultado da volta que fiz naquela manhã, em Coimbra e com uma receita do doce aqui vos deixo por hoje, caros leitores.
M.A.
MANJAR BRANCO – Em dois litros de leite de vaca deitam-se 500 gr. de farinha de arroz fresca e muito fina, juntam-se mais 300 gr. de açúcar, uma casca de limão e uma colher de sopa de água de flor de laranjeira. Põe-se tudo a cozer até engrossar. Vaza-se numa travessa ou em tigelinhas de barro pouco fundas. Querendo pode-se queimar com um ferro em brasa.
E pronto, com o resultado da volta que fiz naquela manhã, em Coimbra e com uma receita do doce aqui vos deixo por hoje, caros leitores.
M.A.
6 comentários:
Olá!
Um passeio que se tornou num manjar ;=)
Obrigada pela partilha
Beijocas
Bem, comecemos plo pratinho de manjar branco...podes emprestar-me uma colher,senta-te ai ao laod e faz-me companhia senão sinto-me mal por estar apapar sozinha e, ah, nham, nham, mas que bom...tudo o que é doce nunca amargou. E os Mosteiros antigos gosto de saber, ler, mas, conhecendo a história...
Quando vou a Coimbra aos Covões, entro a correr, saio a voar, é preciso ir para casa fazer isto e aquilo, e ainda nem andei pela cidade a meu belo prazer, mas, um dia, um dia sim...
Beijinho..laura.
Durante os meses que vivi em Coimbra, morava bem perto desse local.
O que um Blog faz às pessoas...
Até fazem reportagens às tantas da manhã....
Boa Amélia!
Obrigada uma vez mais pela vossa atenção a este apontamento. Quando experimentarem o doce digam se a fama corresponde ao paladar.
Pois, Fátima:_ Como diz o ditado: "Quem tem filhos, tem cadilhos"! Se eu quero ter uma boa comissão ao fim do mês tenho que ir cedo para a rua em busca de reportagens! Desta vez, com a deslocação a Coimbra e tudo veja quanto eu vou embolsar em €€€€!...
Coimbra essa minha paixão...
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