As manas Perliquitetes
Quase me atreveria a jurar que todos ouviram já, numa brincadeira qualquer, em que se deseja meter alguém ao ridículo, fazer-lhe a comparação com as “Manas Perliquitetes”. Se, julga, tal como eu própria pensava, que seriam figuras imaginárias, desiluda-se pois existiram realmente segundo nos conta Marina Tavares Dias na sua obra maravilhosa “Lisboa Desaparecida”. Fui lá buscar esta informação e a foto com que abro este post.
Chamavam-se elas Carolina Amália e Josefina Adelaide Brandi Guido e eram filhas de um abastado comerciante de origem italiana, estabelecido na Baixa de Lisboa. Um seu irmão terá delapidado a fortuna que tinham e, por morte do pai, a família procurou salvaguardar o que restava com vista à subsistência das duas irmãs.
Mudaram de casa e quis o destino que ficassem vizinhas de um dos maiores boémios alfacinhas, Luís de Almeida de Mello e Castro. É justamente este boémio que lhes dá a alcunha, apresentando-as como «As minhas pupilas, as Manas Perliquitetes.» E assim ficaram para a história lisboeta.
Ao que parece, as suas indumentárias eram, já nesta altura, um tanto extravagantes, com fatos e chapéus fora de moda, por certo o que lhes ficara dos tempos áureos. E, isso, mais se acentuou com o decorrer dos anos, porém, de um adorno não prescindiam, usavam sempre uma flor na lapela! Também eram receptivas a alguns namoros e, no seu caminhar saltitante foram-se tornando presença diária, acima e abaixo no Chiado. Pouco a pouco transformaram-se em figuras típicas, aparecendo nas coplas de Revistas teatrais, chegando também, o próprio Bordallo Pinheiro, a retratá-las nos jornais humorísticos.
Mas, os seus dias foram-se tornando cada vez mais difíceis e a miséria foi avançando. Josefina Adelaide foi a que sobreviveu à irmã , acabando também por morreu em 10 de Setembro de 1907 e, ser enterrada com o produto de uma subscrição feita pelo O Século.
Chamavam-se elas Carolina Amália e Josefina Adelaide Brandi Guido e eram filhas de um abastado comerciante de origem italiana, estabelecido na Baixa de Lisboa. Um seu irmão terá delapidado a fortuna que tinham e, por morte do pai, a família procurou salvaguardar o que restava com vista à subsistência das duas irmãs.
Mudaram de casa e quis o destino que ficassem vizinhas de um dos maiores boémios alfacinhas, Luís de Almeida de Mello e Castro. É justamente este boémio que lhes dá a alcunha, apresentando-as como «As minhas pupilas, as Manas Perliquitetes.» E assim ficaram para a história lisboeta.
Ao que parece, as suas indumentárias eram, já nesta altura, um tanto extravagantes, com fatos e chapéus fora de moda, por certo o que lhes ficara dos tempos áureos. E, isso, mais se acentuou com o decorrer dos anos, porém, de um adorno não prescindiam, usavam sempre uma flor na lapela! Também eram receptivas a alguns namoros e, no seu caminhar saltitante foram-se tornando presença diária, acima e abaixo no Chiado. Pouco a pouco transformaram-se em figuras típicas, aparecendo nas coplas de Revistas teatrais, chegando também, o próprio Bordallo Pinheiro, a retratá-las nos jornais humorísticos.
Mas, os seus dias foram-se tornando cada vez mais difíceis e a miséria foi avançando. Josefina Adelaide foi a que sobreviveu à irmã , acabando também por morreu em 10 de Setembro de 1907 e, ser enterrada com o produto de uma subscrição feita pelo O Século.
Então… ironia do destino, pela primeira vez, Lisboa ofereceu-lhe um vestido novo e no pino da moda!
Esta última frase fez-me vir ao pensamento aquela velha quadra:
Quando eu morrer, rosas brancas,
para mim, ninguém as corte.
Se as não tive na vida,
Não fazem falta, na morte!
M.A.
Esta última frase fez-me vir ao pensamento aquela velha quadra:
Quando eu morrer, rosas brancas,
para mim, ninguém as corte.
Se as não tive na vida,
Não fazem falta, na morte!
M.A.
10 comentários:
Olá!
Interessante..
Obrigada pela partilha :=)
Beijocas
Também eu pensei que fossem figuras imaginárias :)
Olha que engraçado! Eu, que desde criança ouvi referências a essas irmãs jamais pensei que tivessem existido ainda que como alcunha!
Como tenho dito, é sempre um prazer ler este blogue que é igualmente uma fonte de conhecimentos.
Obrigado por isso.
Jinhos!
Sublime este post...
estive a ver bem a foto e achei os sapatos mto giros...
beijinhos
Julgo que estas manas são satirizadas no filme Português "O Pátio das Cantigas".
Excelente divulgação Amélia.
Até fiquei emperliquitada com isto. Gostei de saber; foram, igualmente, as precursoras da Lili Caneças.
Também ouvi falar destas manas, mas julguei que era ficção.
http://diasquevoam.blogspot.com/2007/07/as-manas-perliquitetes.html
Adorei a informação sobre as manas Perliquitetes. Tal como já alguém disse sempre ouvi o comentário que ridicularizava alguém que se vestia de uma certa maneira... A graça é que esse comentário passou gerações e a mais antiga que ouvi foi à minha avó paterna que nasceu em 1912, já depois da última das manas ter falecido.
Máti:
Obrigada pela visita.
Como vê, as Manas Perliquitetes ficaram recordadas precisamente pelo que, naquela altura, seria a sua falta de meios para se vestirem de uma forma mais convencional e de acordo com a moda.
Volte sempre. M.A.
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