António Mário Lopes Pereira Viegas, de seu nome completo, nasceu em Santarém em 10/11/1948 e morreu em Lisboa em 1/4/1996.
Foi um reconhecido e importante actor e encenador da sua geração, contribuindo também bastante, na área da poesia, para a divulgação da mesma. Tanto em recitais, como pela rádio ou televisão, a sua voz deu-nos a conhecer textos e rimas que nunca mais esqueceremos. Na TV chegou mesmo a ter duas séries de programas, sob este tema, que ainda hoje são recordados com saudade:
”Palavras Ditas”, em 1984 e”Palavras Vivas, em 1991.
Penso que terá sido, justamente, de um desses programas que foi retirado o vídeo que hoje mostro. As poesias que Mário Viegas declama são de «O Guardador de Rebanhos» de Fernando Pessoa, aqui escrevendo sob o heterónimo de Alberto Caeiro.
Uma vez mais, eu convido os leitores a clicarem aqui e, recostando-se na cadeira, ouvirem, acredito que deliciados, a poesia de Fernando Pessoa na voz do actor a quem dedicamos o post de hoje.
Quem sabe até se, depois de ouvir estes poemas, alguém recordará também, com alguma pontinha de saudade, “a sua aldeia” e “o rio da sua aldeia.
...« Pelo Tejo vai-se para o mundo. Para além do Tejo há a América e a fortuna daqueles que a encontram. Ninguém nunca pensou no que há para além do rio da minha aldeia!»
Fiquem bem, leitores
M.A.
8 comentários:
Um ESPANTO esta dupla; um, pelo que diz, o outro, pela forma como o diz!! Fazem ambos parte de mim e ajudaram-me muito a crescer! Lembro-me muito bem de "beber" as "Palavras Ditas" que hoje guardo religiosamente numas velhas cassetes VHS. Ironicamente, Mário Viegas foi embora no Dia das Mentiras; porque não é verdade que tenha ido!
Obrigada pelo "post".
Olá!
Bonita homenagem...
Obrigada por o lembrares
Beijocas
Era fantástico este SENHOR.
Era fantástico este SENHOR.
Lembram-se do poema da Nespera do Mário Henrique Leiria?
Um abraço pela ideia de lembrarem o Mario Viegas.
Clotilde
Mário Viegas... palavras para quê?
Dizia palavras como ninguém.
No Museu do Teatro vi e ouvi uma exposição onde a sua voz enchia o espaço (como sempre).
Um dia viajei com este grande Homem no barco que liga o Barreiro a Lisboa.
Recordo a imagem dele com a sua gabardina creme, com um monte de papeis na mão, despenteado, a trabalhar a representação de um papel numa peça de teatro.
Falava alto, gesticulava, procurava apontamentos, repetia a deixa...
Memorável essa minha viagem!
Zé, mjf,Pedro Oliveira, Clotilde, Emma Theias e Fátima:
Todos juntos fizemos realmente uma homenagem a este artista que já não se encontra entre o número dos vivos. Penso que muitos mais o terão recordado mesmo sem deixar comentário. Em boa verdade o homem desapareceu mas a obra ficou e permanecerá connosco. Obrigada pela vossa vinda ao blog.
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