Como tudo começou

13/09/09

PATATIVA DE ASSARÉ


Hoje, virei falar de uma paixão que me surgiu recentemente ao descobrir a poesia de Patativa de Assaré. Nesta altura já alguém estará a perguntar de quem estarei a falar, portanto, de imediato, aqui deixo um resumo do que descobri:

_No ano de 1909, lá para os lados do Nordeste Brasileiro, a 18 Klm de Assaré, nasceu um garoto, que viria a chamar-se António. Filho de gente pobre, ao ser descoberto o seu jeito para versejar logo ficou traçado o destino que lhe haveria de dar fama, sob o pseudónimo de Patativa de Assaré.
A sua capacidade criadora, tanto no fazer da poesia como no dedilhar da viola com que se fazia acompanhar, deu-lhe uma projecção que o levou a lugar cimeiro no mundo da música nordestina brasileira. O facto de ter frequentado a escola menos de seis meses não o impediu de fazer poesia cheia de sabedoria, conceitos morais, algum humor, etc. O linguajar caboclo contribuiu também para dar mais graça aos seus versos e o levar à popularidade que alcançou.

Foram inúmeros os prémios e galardões a si atribuídos e, inclusivamente, foi cinco vezes, doutorado Honoris Causa por Universidades brasileiras. Tinha uma memória privilegiada e, quase até ao falecimento (morreu aos 93 anos) recitava de cor as suas poesias.

Outra faceta dele foi ter mantido sempre a sua simplicidade de vida, nunca abdicando de ser agricultor. Fazia mesmo questão de salientar que nunca tinha procurado a fama nem feito profissão dos seus versos.
Achei que esta seria mais uma figura que merecia ser divulgada aqui neste nosso blog e, para vos despertar a apetência de irem procurar mais rimas suas aqui fica, como amostra, este curto mas significativo poema:

EGOÍSMO

Sem ver as grandes cegueiras
Da sua própria pessoa
Vive o homem sempre às carreiras
Atrás de uma coisa boa.
Quando a coisa boa alcança
Ele ainda não descansa,
Sente um desejo maior,
Esquece aquela ventura,
E corre logo à procura
De outra coisa bem melhor.

Se a segunda ele alcançar,
Aumenta mais a cegueira,
Fica sem se conformar
Correndo atrás de terceira,
Vem a quarta, a quinta, a sexta
E ele sendo o mesmo besta
Correndo atrás de ventura,
Assim esta vida passa
E desgraçado fracassa
No fundo da sepultura.

(Este poema está no seu livro “Ispinho e Fulô”. Alguns outros livros seus: “Inspiração Nordestina, Cantos do Patativa, Patativa de Assaré, Cante lá que eu canto cá, Aqui tem coisa e Cordéis e outros poemas”. Elementos recolhidos na Net)

M.A.

2 comentários:

Goldfinger disse...

Bom dia Fátima

Espero que o seu silêncio não signifique um desagrado.
Eu, como de costume ando quase sempre em surdina. Mas estou presente.
Desejo-lhe um bom domingo e envio-lhe um grande abraço.

António

Goldfinger disse...

Rápida a resposta Fátima! Ainda bem, é sinal de que está tudo mesmo bem.

A Ana vai iniciar um novo ano lectivo rumo ao objectivo que sei se realizará com êxito.

Por cá, andamos muito felizes porque o Pedro entrou no ISCAC em Coimbra. É o que ele deseja e sei que vingará o pai.

Novos ventos se avizinham pois. Tudo de bom para vocês.

Uma abraço

António

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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