No outro post, o nosso relato interrompeu-se, justamente, perto da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Vitória. Falamos na rua que lhe fica logo ao lado e dá agora título a este apontamento, prometendo retomar o tema. É o que faremos de seguida:
_Estamos num pequeno largo, com alguma vegetação, pouco cuidada e algumas árvores. Na parte fronteira há um muro junto do qual podemos avistar o Douro, Gaia e a parte Leste da cidade do Porto. Fizemos algumas fotos que vos darão uma ideia do panorama que temos à nossa frente.
Uma vez que este nome “Bataria” despertou a nossa atenção, lá fomos recuando no tempo e, vejam a que a novas descobertas isso nos levou:
_Em 1832, durante o cerco do Porto, esteve instalada junto a esta igreja uma base de defesa da cidade, uma bateria de Artilharia, a que o povo passou a chamar mais tarde, “A Bataria da Vitória”. Daquele local, as bocas de fogo dominavam toda a vila de Gaia e, ao que parece, as tropas Miguelistas ripostaram também em força. Presumivelmente, os cálculos de tiro dos artilheiros do. D Miguel, foram pouco precisos e, não aniquilando a bateria das tropas de D. Pedro foram contudo acertar na igreja, causando-lhe danos muito consideráveis , quase a destruindo. Terminada a guerra civil, a sua reconstrução viria a demorar 20 anos, uma vez que só em 1853 as obras foram terminadas.
Sobre a porta lateral ficou um projéctil de canhão, em ferro, cravado na parede e o abade da época resolveu deixá-lo ali como recordação das lutas então travadas. Pintaram-no de preto, enquadraram-no num nicho encarnado e colocaram a data de 1833. Mais tarde, mesmo depois de desaparecida a cor do nicho e a data, o projéctil, mesmo ferrugento lá continuou cumprindo a sua função de recordar as Lutas Liberais
A acção desta bateria de Artilharia foi tão importante na defesa da cidade, que, a Câmara deliberou, em 28/10/1835, que a rua junto da igreja passasse a denominar-se, em sua honra, “Rua da Bataria da Vitória”.
Já agora, não resisto a contar mais um curioso e sobretudo insólito, bocadinho da história desta Igreja:
Em 1874 houve nela um incêndio que, em seguida, levou a Confraria do Santíssimo a ter de providenciar uma grande remodelação no templo. Uma nova Imagem da Padroeira foi esculpida pelo grande Mestre Soares dos Reis e solenemente colocada no altar reconstruído. Mas, agora leitores, pasmem com o que aconteceu: _Alguém, que na altura teve poder de decisão neste assunto, segundo os dizeres do inventário paroquial, entendendo que o rosto esculpido “não tinha aspecto religioso e unção adequada” mandou cortar a cabeça à imagem e colocar, em seu lugar, uma outra “ajeitada por um santeiro”, do qual julgamos, nem o nome se sabe.
Apetece-nos rematar com aquela conhecida e muito ouvida frase do falecido Fernando Pessa: _«E esta. hein?»
Uma vez que este nome “Bataria” despertou a nossa atenção, lá fomos recuando no tempo e, vejam a que a novas descobertas isso nos levou:
_Em 1832, durante o cerco do Porto, esteve instalada junto a esta igreja uma base de defesa da cidade, uma bateria de Artilharia, a que o povo passou a chamar mais tarde, “A Bataria da Vitória”. Daquele local, as bocas de fogo dominavam toda a vila de Gaia e, ao que parece, as tropas Miguelistas ripostaram também em força. Presumivelmente, os cálculos de tiro dos artilheiros do. D Miguel, foram pouco precisos e, não aniquilando a bateria das tropas de D. Pedro foram contudo acertar na igreja, causando-lhe danos muito consideráveis , quase a destruindo. Terminada a guerra civil, a sua reconstrução viria a demorar 20 anos, uma vez que só em 1853 as obras foram terminadas.
Sobre a porta lateral ficou um projéctil de canhão, em ferro, cravado na parede e o abade da época resolveu deixá-lo ali como recordação das lutas então travadas. Pintaram-no de preto, enquadraram-no num nicho encarnado e colocaram a data de 1833. Mais tarde, mesmo depois de desaparecida a cor do nicho e a data, o projéctil, mesmo ferrugento lá continuou cumprindo a sua função de recordar as Lutas Liberais
A acção desta bateria de Artilharia foi tão importante na defesa da cidade, que, a Câmara deliberou, em 28/10/1835, que a rua junto da igreja passasse a denominar-se, em sua honra, “Rua da Bataria da Vitória”.
Já agora, não resisto a contar mais um curioso e sobretudo insólito, bocadinho da história desta Igreja:
Em 1874 houve nela um incêndio que, em seguida, levou a Confraria do Santíssimo a ter de providenciar uma grande remodelação no templo. Uma nova Imagem da Padroeira foi esculpida pelo grande Mestre Soares dos Reis e solenemente colocada no altar reconstruído. Mas, agora leitores, pasmem com o que aconteceu: _Alguém, que na altura teve poder de decisão neste assunto, segundo os dizeres do inventário paroquial, entendendo que o rosto esculpido “não tinha aspecto religioso e unção adequada” mandou cortar a cabeça à imagem e colocar, em seu lugar, uma outra “ajeitada por um santeiro”, do qual julgamos, nem o nome se sabe.
Apetece-nos rematar com aquela conhecida e muito ouvida frase do falecido Fernando Pessa: _«E esta. hein?»
(A pesquisa para este post foi feita na Obra “PORTO” de Hélder Pacheco. Desse livro é também a foto do projéctil na parede da igreja.
Todas as outras fotos são de quem escreveu este post )
M.A.
Todas as outras fotos são de quem escreveu este post )
M.A.
2 comentários:
A nossa reporter M.A. continua a encantar-nos com as suas pesquisas.
O nosso País é pequenino, mas é grande na sua história.
Quica:
Obrigada pelo cumprimento. Tem razão em falar da riqueza da nossa história.
No que toca a este post estou agora interessada em descobrir onde foi parar a cabeça desaparecida...
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