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Eu tive a felicidade de na minha infância poder assistir a este bonito espectáculo na praia do Furadouro. Nos meses de verão, aos vareiros juntavam-se também os banhistas presentes ajudando neste puxar das redes. E que momento de emoção era o avistamento do “pipo”?!... Este, era o nome dado à bóia presa junto do “saco” pela qual se sabia estar prestes a terminar a recolha do pescado.
Uma vez na praia, aberta a rede, a visão prateada daquele peixe saltando provocava manifestações de alegria. Fazia-se então a separação das espécies e a venda fazia-se na lota que ali se improvisava.
Como se imagina, hoje, já pouco se usa este tipo de pesca que deu lugar a outras formas mais rentáveis e com meios técnológicos mais evoluídos.
A imagem que abre o post é a de um postal que terá, pelas minhas contas, mais de cem anos. Foi por ele me ter vindo às mãos, durante uma arrumações, que despertaram em mim todas estas recordações de infância.
Raul Brandão escreveu um dia: _«Que belo e estranho pais é este onde os bois lavram o mar!”
Creio que esta frase foi inspirada no facto de, em certas zonas do nosso país, os bois, para além das tarefas ligadas às culturas agrícolas e vida rural, ajudarem também os pescadores na faina marítima. Eles puxavam os barcos, sobre troncos, para os colocarem no mar e depois, com a rede já cheia de peixe eram de novo as juntas de bois e também os braços dos homens e mulheres que faziam o seu arrasto para terra.
Este antigo género de pesca é chamado “Arte xávega”. Vão ter oportunidade de o ver neste vídeo:
Creio que esta frase foi inspirada no facto de, em certas zonas do nosso país, os bois, para além das tarefas ligadas às culturas agrícolas e vida rural, ajudarem também os pescadores na faina marítima. Eles puxavam os barcos, sobre troncos, para os colocarem no mar e depois, com a rede já cheia de peixe eram de novo as juntas de bois e também os braços dos homens e mulheres que faziam o seu arrasto para terra.
Este antigo género de pesca é chamado “Arte xávega”. Vão ter oportunidade de o ver neste vídeo:
Numa explicação muito resumida, os barcos saiam para o mar, deixando um cabo preso em terra. Depois, já ao largo, lançada a rede em semi-círculo, dava-se tempo para que o peixe entrasse nela. Chegada a hora da recolha, regressado o barco, o cabo que apertava o “saco” (nome dado a esta rede), juntava-se com o outro que ficara em terra e, ambos, com a força dos bois e da gente presente iriam arrastar o produto da pesca conseguida.
Eu tive a felicidade de na minha infância poder assistir a este bonito espectáculo na praia do Furadouro. Nos meses de verão, aos vareiros juntavam-se também os banhistas presentes ajudando neste puxar das redes. E que momento de emoção era o avistamento do “pipo”?!... Este, era o nome dado à bóia presa junto do “saco” pela qual se sabia estar prestes a terminar a recolha do pescado.
Uma vez na praia, aberta a rede, a visão prateada daquele peixe saltando provocava manifestações de alegria. Fazia-se então a separação das espécies e a venda fazia-se na lota que ali se improvisava.
Como se imagina, hoje, já pouco se usa este tipo de pesca que deu lugar a outras formas mais rentáveis e com meios técnológicos mais evoluídos.
A imagem que abre o post é a de um postal que terá, pelas minhas contas, mais de cem anos. Foi por ele me ter vindo às mãos, durante uma arrumações, que despertaram em mim todas estas recordações de infância.
M.A.
2 comentários:
Uma geração depois, eu também tive a felicidade de na minha infância poder assistir a este bonito espectáculo na praia do Furadouro... mas os meus filhos já não... :(
À minha frente tenho uma fotografia de uma pintura do Carlos Bonvalot, da praia dos pescadores em Cascais, de 1929. Representa os pescadores a puxarem as redes com o auxílio de bois. Hoje nem os cães podem ir à praia, a civilização tem destas coisas...
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