Como tudo começou

16/08/10

TAPEÇARIAS DE PASTRANA


Caros Leitores:

Como sugestão para este tempo de férias, se ainda o não fizeram, porque não irem até ao Museu Nacional de Arte Antiga, nas Janelas Verdes?
Qualquer altura é boa para visitar este Museu mas, neste momento, como aliciante temos também lá a exposição temporária “A INVENÇÃO DA GLÓRIA. D. AFONSO V E AS TAPEÇARIAS DE PASTRANA”. Aparecem nela, expostas pela primeira vez em Portugal, as 4 Tapeçarias de Pastrana.
Para quem esteja um pouco esquecido ou ande mais afastado destas coisas, diremos, resumidamente, que se trata de quatro grandes panos, de cerca de 4 x 10 metros cada, tecidos em seda e lã, encomendados pelo nosso rei D. Afonso V, cerca de 1475, nas oficinas flamengas de Tournai, com vista a celebrar e a relatar as conquistas de Arzila e Tanger, no Norte de Africa, em 1471.
Por razões que não estão esclarecidas, estas tapeçarias desapareceram de Portugal e, ao que parece, ficaram esquecidas. Porém, já no princípio do Sec. XX, os historiadores de arte portugueses José Figueiredo e Reynaldo dos Santos conseguiram descobri-las em Espanha, mais propriamente, numa Sacristia da Colegiada de Pastrana (Guadalajara), onde se encontram desde o Sec. XVI. O seu estado de conservação era lamentável mas, hoje, graças a um dispendioso e minucioso processo de restauro custeado por a Fundação espanhola Carlos de Amberes, as tapeçarias retomaram o seu antigo esplendor.
Se pretenderem saber mais sobre este assunto, convidamo-vos a clicar aqui.
Esperamos que esta nossa sugestão seja aceite, com a certeza de que não vos ireis arrepender. Tereis, sem dúvida, uma óptima oportunidade de conhecer um pouco mais da História de Portugal e também 4 obras primas na arte de tapeçaria.
Até breve, com outro assunto.
M.A.

5 comentários:

Quica disse...

Espero poder visitar o museu para ver as nossas tapeçarias, foram roubadas, e os governos espanhol e português deviam entender-se quanto à devolução do que nos pertence.

Fernando disse...

As tapeçarias não têm pernas...
Pelas datas indicadas não terão sido as "gentes" da 3ª Dinastia - a Filipina - a executarem tal acto de "arrecadação"?
E, se fôr certo que Salazar e Franco não se entenderam quanto à sua devolução, serão os actuais governos que o irão conseguir?

Quica disse...

Estou de acordo, mas se fossemos nós a subtraí-las estou convencida que já as tinham vindo buscar.

Anónimo disse...

Olá, bom dia.
Estou de vola ás rotinas!
Sabe bem visitar quem nos visitava regularmente.
Boa continuação,bjs. Pedro Oliveira

M.A. disse...

Gratas pela visita.
Pretendendo esclarecer que, pelo menos desta vez, a Dinastia filipina (1580-1640) não terá tido culpas nesta "viagem" das tapeçarias para Espanha, diremos o seguinte:
Em 1532, portanto muito antes da vinda dos Filipes, estas tapeçarias já apareceram mencionadas no inventário dos Duques do Infantado, em Espanha.
Na pesquisa feita encontramos duas possíveis explicações para este assunto. A primeira põe a hipótese, de terem sido levadas pelo próprio D. Afonso V, no ano de 1475, por altura do seu segundo casamento com a sobrinha Joana da Trastâmara. A outra, admite terem ido também com o rei, em 1476, para serem usadas na sua tenda de campanha, durante a batalha de Toro. Certezas ninguém tem e, possivelmente, será assunto que nunca virá a ser esclarecido

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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