Um dia destes dei comigo a recordar duas curtas rimas que costumava dizer, quando criança, para a minha família.
Fazia-o geralmente empoleirada numa cadeira, feliz pela importância que os assistentes familiares me dispensavam e depois me tributavam em calorosas palmas.
Penso que, na altura, estas lengalengas eram bastante populares, portanto, quem sabe, com elas, eu irei despertar recordações semelhantes em algum dos nossos leitores…
O SERMÃO DE S.COELHO
O sermão de S. Coelho
Com seu barrete vermelho
Sua espada de cortiça
Mata a carriça!
A carriça deu um berro
Que toda a gente atormentou
Só cá esta menina
É que não se importou!
À MORTE NINGUÉM ESCAPA
Fazia-o geralmente empoleirada numa cadeira, feliz pela importância que os assistentes familiares me dispensavam e depois me tributavam em calorosas palmas.
Penso que, na altura, estas lengalengas eram bastante populares, portanto, quem sabe, com elas, eu irei despertar recordações semelhantes em algum dos nossos leitores…
O SERMÃO DE S.COELHO
O sermão de S. Coelho
Com seu barrete vermelho
Sua espada de cortiça
Mata a carriça!
A carriça deu um berro
Que toda a gente atormentou
Só cá esta menina
É que não se importou!
À MORTE NINGUÉM ESCAPA
À morte ninguém escapa,
morre o rei, morre o bispo, morre o papa.
Mas eu não morrerei!
Compro uma panela,
que me custa um vintém.
Meto-me dentro dela
e tapo-me muito bem.
Então a morte passa e diz:
- Truz, truz! Quem está ali?
- Aqui? Aqui não está ninguém!
Adeus meus senhores e…
passem muito bem!
M.A.
M.A.
6 comentários:
Minha Amiga
Eu sei diferente:
À morte ninguém escapa
morre o rei e morre o papa
mas eu vou ao Grandela
e compro uma panela
e meto-me dentro dela.
Passa a morte e diz:
aqui não está ela.
Clotilde
Minha Amiga
Eu sei diferente:
À morte ninguém escapa
morre o rei e morre o papa
mas eu vou ao Grandela
e compro uma panela
e meto-me dentro dela.
Passa a morte e diz:
aqui não está ela.
Clotilde
Pois é Clotilde...eu morava numa vila (hoje cidade, claro) da Beira Litoral e nem sonhava que havia "O Grandela" por estas bandas! As criancinhas de Lx. eram gente mais fina!
Mas estou contente porque aconteceu o que eu desejei, que foi trazer à lembrança de alguém recordações de infância semelhantes.
Abraços de agradecimento e volte sempre.
Foi muito útil saber está lenga lenga, pois a pessoa que me ensinou, com uma versão ligeiramente diferente, agora está muito doente e eu nunca a registro.
Eu aprendi assim,
O sermão de S. Coelho
Com seu barrete vermelho
E uma espada de cortiça
Para Matar a carriça!
A carriça deu um berro
Toda a gente se atormentou
Só ficou uma velha
Embrulhada num chinelo
A comer pão e marmelo.
Sou brasileira descendente de portugueses( bisavô e outros mais antigos. Também me ensinaram estes versos para os quais nunca vi muito sentido. Principalmente a frase “ só ficou uma velhinha embrulhada num chinelo “
O tempo deve ter deturpado algo pela repetição sem pensar. Adoro esta arqueologia.
Tenho 77 anos
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