São cantigas de origem popular, com marcas evidentes da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão, estribilho), recursos esses próprios dos textos para serem cantados e que propiciam facilidade na memorização. Esses recursos são utilizados, ainda hoje, nas canções populares. Este tipo de cantiga, que não surgiu em Provença como as outras, teve suas origens na Península Ibérica. Nela, o eu-lírico é uma mulher (mas o autor era masculino, devido à sociedade feudal e o restrito acesso ao conhecimento da época), que canta seu amor pelo amigo (amigo = namorado), muitas vezes em ambiente natural, e muitas vezes também em diálogo com a sua mãe ou as suas amigas. A figura feminina que as cantigas de amigo desenham é, pois, a da jovem que se inicia no universo do amor, por vezes lamentando a ausência do amado, por vezes cantando a sua alegria pelo próximo encontro.
(Reiterações- repetiões, renovações)
(Paralelismo - é um encadeamento de orações, ideias)
(Refrão e estribilho - Verso ou versos que se repetem no final de cada estância de uma poesia, refrão. O estribilho é um recurso frequente na poesia popular)
(Reiterações- repetiões, renovações)
(Paralelismo - é um encadeamento de orações, ideias)
(Refrão e estribilho - Verso ou versos que se repetem no final de cada estância de uma poesia, refrão. O estribilho é um recurso frequente na poesia popular)
Cantiga de Amigo escrita pelo rei D Dinis
- "Ai flores, ai flores do verde pino,
- se sabedes novas do meu amigo!
- ai Deus, e u é?
- Ai flores, ai flores do verde ramo,
- se sabedes novas do meu amado!
- ai Deus, e u é?
- Se sabedes novas do meu amigo,
- aquel que mentiu do que pôs comigo!
- ai Deus, e u é?
- Se sabedes novas do meu amado,
- aquel que mentiu do que mi há jurado!
- ai Deus, e u é?"
2 comentários:
Bom tempo este em que os Reis também gostavam de compôr e cantar as suas trovas de amor ou de amigo, como é o caso desta.
Eu sempre gostei mais das cantigas de escárnio e maldizer.
Ai se D. Dinis vivesse e visse a quantidade de acordos ortográficos por que a Língua Portuguesa já passou ...
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