Como tudo começou

05/08/08

O COMBOIO DE BELÉM


Não é o comboio da linha de Cascais, que passa mesmo ao lado, mas sim o da “linha” de Belém, com partida e chegada em frente aos Jerónimos. Tem duas carruagens e uma máquina, mas anda sobre rodas e não carris. Mesmo assim é um comboio. Curiosos, turistas e crianças em excursões escolares, são os passageiros mais frequentes. Geralmente as crianças gritam um pouco, talvez devido à excitação, mas o motorista, ou melhor, maquinista, que se chama Peixoto, espera pacientemente até que os ânimos se acalmem e os passageiros se instalem comodamente.


Por fim dá-se a partida. Peixoto põe a máquina a funcionar e arrancamos. Mais adiante, a simpática guia do comboio vai informando sobre o que nos rodeia, e assim ficamos a saber porquê que o Planetário tem o tecto em forma de cúpula ou que barcos estão no Museu da Marinha. Um pouco mais à frente, é a vez de contar os feitos e desvendar a identidade de um ilustre senhor que foi imortalizado numa estátua na Praça do Império. Sem darmos conta, passamos à porta do Palácio de Belém, a residência oficial do Presidente da República, ainda que do representante mais ilustre da nação e da sua gente, reste apenas a guarda de honra, marchando imperturbável em frente ao portão, sempre de uniformes militar, botas polidas e capacete de crina. Não é bem como no palácio de Buckingam, mas dá ares.Continuamos a subir até o museu de Etnografia, para nos embrenharmos pelas magníficas vivendas do Restelo, onde muitas embaixadas têm sede. Faz sentido. Normalmente os diplomatas têm bom gosto, e os Estados têm dinheiro para pagar a factura de se morar aqui. Mais uns minutos e para-se junto à capela da Ermida de São Jerónimo, construída na mesma época que o mosteiro, onde se fazem fotografias magníficas desde a barra de entrada do porto de Lisboa até à ponte sobre o Tejo. Voltamos ao comboio e começa a descida final, de regresso ao ponto de partida. O tempo passou depressa, mas lavaram-se bem as vistas.

(Excerto e fotos de “Belém, Lisboa Cultural”, de N’Dalo Rocha)

M.A.

1 comentário:

Anónimo disse...

Fiz este percurso de comboio há uns 2 ou 3 anos. É fantástico!

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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