Encontra-se no Museu da Electricidade uma exposição comemorativa do 50.º aniversário da récita que Maria Callas deu em 1958, em Lisboa, no Teatro Nacional de S. Carlos, cantando “La Traviata”.
Falar desta Diva do bel canto será quase desnecessário, já que a fama da sua voz atravessou todas as fronteiras e os pormenores da sua vida amorosa , caprichos e mau génio também fizeram história, nos jornais, durante vários anos.
Decidimos ir visitar esta exposição há alguns dias atrás e será isso que vou contar.
Chegados que somos junto de um reposteiro preto, já os nossos ouvidos se apercebem dos sons da “Casta Diva”, (Ópera Norma, de Bellini) uma das árias mais bonitas que lhe ouvi cantar. Aliás todo o percurso é sempre acompanhado com o mesmo género de música. Este reposteiro simboliza como que a passagem para um teatro onde vamos entrar no mundo daquela que já é considerada a maior soprano do Sec.º XX.
Começamos por ter perante os nossos olhos, em vitrines, inúmeros, documentos, fotos, etc. relativos à sua infância e família. Mais vitrines se seguem , nas quais, cronologicamente , são mostradas novas recordações de toda a sua vida. Misturam-se cartas suas, de amor, com outras trocadas com amigos, ou simplesmente relacionadas com espectáculos, programas de ópera autografados, objectos pessoais, muitas fotografias de récitas e outras tiradas no dia a dia, enfim um sem número de objectos que fizeram parte da sua vida. Curiosamente até há uma lista escrita por si, com normas de conduta, dirigidas ao pessoal que a servia!
Depois, deparamos com 43 vestidos, uns de cena outros de uso quotidiano. De entre estes últimos, alguns, cuja qualidade de tecido e requinte de confecção fazem jus ao nome do costureiro que figura na etiqueta outros, que, na minha opinião pessoal… nem por isso!
Temos a seguir a mostra de jóias, adereços de cena de algumas óperas, de maior destaque e, uns poucos chapéus, bolsas, luvas, sapatos, de uso pessoal. Acrescentarei que toda esta colecção é pertença de Bruno Tosi, Presidente da Associazione Internazionale Maria Callas.
Mas, como disse no princípio, assinalam-se os 50 anos da sua vinda a Lisboa e na exposição entramos agora numa sala onde se fez a reconstituição do cenário do Acto II da ópera “La Traviata”, ( Ópera de Verdi) com os telões originais pintados por Alfredo Furiga.
No meio da cena figura uma cópia do vestido que a Callas usou nessa representação e que vos mostro na foto que abre este post. Então,já sentados nas cadeiras que foram também trazidas de S.Carlos, de auscultadores nos ouvidos iremos escutar uma gravação deste espectáculo que, em 1958, foi um marco na carreira desta incomparável soprano. Creio que foi uma ideia feliz para remate desta exposição que vos convido a ir ver também.
– A exposição encontra-se no Museu da Electricidade até 19 de Outubro. Está aberta ao público de terça a domingo, das 10.00 às 18.00. Aos sábados encerra às 20.00. A entrada é livre.
M.A.
6 comentários:
Lá irei. tem um horário bom para mim.
Fátima: Obrigado por ter ido à festa do CR. Pela sua presença e pelo facto de me ter permitido conhecer este blog. Gostei mesmo muito do que aqui li e vou comprar o passe de "passageiro frequente". Informação preciosa, a que aqui nos traz. Parabéns!
Terei de me limitar a aprender mais e mais por aqui... não poderei visitar a exposição.
Obrigada por tanto que este blog dá.
um beijinho à MA e à Fátima.
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Ao ovinho estrelado:
Agradecemos as suas amáveis palavras e as visitas que nos faz.Se vai gostando do que encontra será essa a nossa satisfação.
Muitas mais exposições aparecerão e terá então oportunidade de as ver.Boas melhoras para si e a nossa amizade também.
Quanta coisa linda! Gosto muito de Maria Callas!
OBRIGADA por traze-la...
Beijos de luz e o meu carinho!
Qualquer dia crio uma agenda para estas coisas!
Beijos
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