Este artista, quase desconhecido, faleceu em 1991 com 83 anos.
Pessoa simples e generosa que quase pedia desculpa pelo talento que tinha, manifestou a sua multifacetada criatividade e sensibilidade artística nas mais diversas áreas e nos suportes mais díspares.
Pessoa simples e generosa que quase pedia desculpa pelo talento que tinha, manifestou a sua multifacetada criatividade e sensibilidade artística nas mais diversas áreas e nos suportes mais díspares.
No seu singelo atelier de autêntico “vão de escada”, porque era ali que a luz natural da clarabóia iluminava melhor a sua minúscula banca de trabalho, executou variadíssimas obras de arte, quer como gravador e cinzelador, quer como artista plástico.
Apreciado pelos seus desenhos a lápis e à pena, enaltecido pelas suas exímias aguarelas, onde, no dizer da crítica, “capta a luz e as cores naturais concedendo-lhe uma transparência e uma leveza impares”, aplaudido pelas suas pinturas a óleo, com destaque para as naturezas mortas, João dos Réis sobressaiu ainda como escultor de peças de metal e de madeira com inquestionável originalidade e beleza plástica.
Foi professor de Desenho de Ornato na Escola de Artes Decorativas António Arroio e de Desenho no Instituto de Emprego e Formação Profissional. Importantes também foram as obras de ourivesaria que fez, durante muitos anos para a Casa Leitão & Irmão. Há também trabalhos seus no Museu do Ipiranga, Brasil e na Real Academia Militar, em Espanha. Realizou várias exposições individuais, designadamente em Lisboa e Sintra, recebeu diversos prémios e viu os seus trabalhos elogiados pela comunicação social.
Excerto e fotos de um artigo da revista do Club do Coleccionador.
Pormenor do Painel do Infante, executado em prata
Auto retrato a tinta-da-China de cerca de 1987
Varanda manuelina do Palácio da Vila, em Sintra. Aguarela de 1983
Escultura feita a partir de um tronco de madeira.
Voltarei um dia destes para contar um curioso episódio passado com o Mestre num pedido de emprego que fez.
M.A.
10 comentários:
Um artista multifacetado. Haverá algum livro, onde tivessem ficado registadas as suas obras? Gostava de saber.
Francisca:
Realmente não sei mas vou informar-me para lhe dizer. Fique atenta aue, brevemente trarei o tal episódio a que me refiro no final do post e, que prova que ele não era um artista qualquer. Mas... como tantos outros, apenas é conhecido num meio restrito...
Excelentes os trabalhos do mestre.
É bom conhecer estes ilustres, que ficam esquecidos no tempo.
Tive o privilégio de privar com ele quando eu era criança. Tinha um sentido de humor que punha nas suas obras. Bastava dar-lhe um tema e rapidamente nascia obra. Guardo uma que me dedicou com carinho. Um verdadeiro mestre. RIP
A este visitante anónimo que mesmo 5 anos após a publicação do post não quis deixar de vir trazer o seu testemunho de apreço pelo Mestre Réis nós agradecemos. Em tempos, fomos também contactadas por uma familiar deste artista que foi surpreendida pelas obras que encontrou aqui no blog e que desconhecia. A seu pedido demos-lhe fotocópia destas e de outras imagens que tínhamos. Em nossa opinião, é para este intercâmbio que, também, merece a pena existirem os blogs.Volte sempre.
M.A.
Tenho pena que a sua filha não esteja a ver a bonita homenagem a seu pai, meu tio
Maria João:
Como autora do post fico sensibilizada por, passado este tempo sobre a sua publicação, ainda despertar a atenção, neste caso de uma sobrinha de João Réis. Bem haja, Maria João e permita que lhe recorde que as pessoas só morrem, realmente, quando desaparecem da memória afectiva dos seus. Quem sabe se a pessoa que refere no seu comentário terá sido aquela que um dia nos contactou, como refiro atrás, num outro comentário. Volte sempre M.A.
xx
xx
Obrigada M.A. eu sou a pessoa a quem facultaram informação, e sou sobrinha.
Tenho pena de ter perdido o contato da minha prima, embora saiba que esta viva.
Gostava muito de poder fazer uma homenagem ao meu tio, sei que existem obras dele no museu de Sintra, mas sem a filha e impossível.
Obrigada
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