Como tudo começou

24/11/08

JOÃO MENDES DOS REIS, MESTRE GRAVADOR


Este artista, quase desconhecido, faleceu em 1991 com 83 anos.
Pessoa simples e generosa que quase pedia desculpa pelo talento que tinha, manifestou a sua multifacetada criatividade e sensibilidade artística nas mais diversas áreas e nos suportes mais díspares.

No seu singelo atelier de autêntico “vão de escada”, porque era ali que a luz natural da clarabóia iluminava melhor a sua minúscula banca de trabalho, executou variadíssimas obras de arte, quer como gravador e cinzelador, quer como artista plástico.

Apreciado pelos seus desenhos a lápis e à pena, enaltecido pelas suas exímias aguarelas, onde, no dizer da crítica, “capta a luz e as cores naturais concedendo-lhe uma transparência e uma leveza impares”, aplaudido pelas suas pinturas a óleo, com destaque para as naturezas mortas, João dos Réis sobressaiu ainda como escultor de peças de metal e de madeira com inquestionável originalidade e beleza plástica.
Foi professor de Desenho de Ornato na Escola de Artes Decorativas António Arroio e de Desenho no Instituto de Emprego e Formação Profissional. Importantes também foram as obras de ourivesaria que fez, durante muitos anos para a Casa Leitão & Irmão. Há também trabalhos seus no Museu do Ipiranga, Brasil e na Real Academia Militar, em Espanha. Realizou várias exposições individuais, designadamente em Lisboa e Sintra, recebeu diversos prémios e viu os seus trabalhos elogiados pela comunicação social.

Excerto e fotos de um artigo da revista do Club do Coleccionador.

Pormenor do Painel do Infante, executado em prata
Auto retrato a tinta-da-China de cerca de 1987
Varanda manuelina do Palácio da Vila, em Sintra. Aguarela de 1983
Escultura feita a partir de um tronco de madeira.
Voltarei um dia destes para contar um curioso episódio passado com o Mestre num pedido de emprego que fez.
M.A.

10 comentários:

Anónimo disse...

Um artista multifacetado. Haverá algum livro, onde tivessem ficado registadas as suas obras? Gostava de saber.

Anónimo disse...

Francisca:
Realmente não sei mas vou informar-me para lhe dizer. Fique atenta aue, brevemente trarei o tal episódio a que me refiro no final do post e, que prova que ele não era um artista qualquer. Mas... como tantos outros, apenas é conhecido num meio restrito...

Anónimo disse...

Excelentes os trabalhos do mestre.
É bom conhecer estes ilustres, que ficam esquecidos no tempo.

Anónimo disse...

Tive o privilégio de privar com ele quando eu era criança. Tinha um sentido de humor que punha nas suas obras. Bastava dar-lhe um tema e rapidamente nascia obra. Guardo uma que me dedicou com carinho. Um verdadeiro mestre. RIP

M.A. disse...

A este visitante anónimo que mesmo 5 anos após a publicação do post não quis deixar de vir trazer o seu testemunho de apreço pelo Mestre Réis nós agradecemos. Em tempos, fomos também contactadas por uma familiar deste artista que foi surpreendida pelas obras que encontrou aqui no blog e que desconhecia. A seu pedido demos-lhe fotocópia destas e de outras imagens que tínhamos. Em nossa opinião, é para este intercâmbio que, também, merece a pena existirem os blogs.Volte sempre.
M.A.

maria joao disse...

Tenho pena que a sua filha não esteja a ver a bonita homenagem a seu pai, meu tio

Simecq.Cultura disse...

Maria João:
Como autora do post fico sensibilizada por, passado este tempo sobre a sua publicação, ainda despertar a atenção, neste caso de uma sobrinha de João Réis. Bem haja, Maria João e permita que lhe recorde que as pessoas só morrem, realmente, quando desaparecem da memória afectiva dos seus. Quem sabe se a pessoa que refere no seu comentário terá sido aquela que um dia nos contactou, como refiro atrás, num outro comentário. Volte sempre M.A.

M.A.R. disse...

xx

M.A.R disse...

xx

maria joao disse...

Obrigada M.A. eu sou a pessoa a quem facultaram informação, e sou sobrinha.
Tenho pena de ter perdido o contato da minha prima, embora saiba que esta viva.
Gostava muito de poder fazer uma homenagem ao meu tio, sei que existem obras dele no museu de Sintra, mas sem a filha e impossível.
Obrigada

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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