Como tudo começou

29/12/08

MONUMENTO AO EÇA DE QUEIROZ

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Quem sobe a Rua do Alecrim e chega ao Largo Barão de Quintela depara com um bonito monumento no centro de um canteiro de relva. São duas figuras em bronze, uma representando o escritor Eça de Queiroz que segura nos braços uma figura feminina, desnuda, apenas coberta com leves véus. Esta segunda figura é uma alegoria à Verdade. Na base, há, esculpida, uma frase do próprio Eça, escrita em português antigo– “Sobre a nudez forte da verdade o manto diáphano da phantasia”. Digamos que esta seria uma das características da sua forma de escrever.

Este grupo escultórico, ali colocado em 26 de Julho de 2001, é uma réplica de um outro, em pedra, feito em 1903 por Teixeira Lopes e inaugurada no mesmo ano. Devido aos sucessivos vandalismos que nele foram fazendo, houve que o substituir por este, em bronze, guardando-se, muito acertadamente, o original no Museu da Cidade.

Ora, se vos falo hoje nisto, é apenas para vos contar dois episódios bem humorados relacionados com esta estátua.

O primeiro passou-se entre o meu pai e um seu conhecido, pessoa pouco letrada mas, que nunca perdia ocasião de ‘se dar ares’ e fazer alarde de alguma coisa que, a seus olhos pudesse impressionar os outros. A sua mania da grandeza chegou ao ponto de mandar fazer cartões de visita em que os seus apelidos Marques de Sá mudaram para “Marquês de Sá”. Igualmente um dia mostrando ao meu pai as instalações dos galináceos, no seu quintal, apontou o cercado dos patos dizendo: “aqui é o meu patíbulo”!

Mas contemos então as tais histórias relacionadas com o monumento:

Desta vez, este nosso homem viera a Lisboa e tendo visto a estátua a que nos referimos, resolvera mesmo escrever num papel a frase que nela encontrara, para a repetir depois, ao meu pai, com o seu ar mais solene e erudito. Eu tentarei reproduzir na escrita o modo como ele a leu:
_ “Sobre a núdes forte da vérdade, o manto diapano da pantásia”…

Anos mais tarde numa conversa de amigas, tendo eu contado este episódio, alguém presente respondeu com um outro a que achei também imensa graça e, portanto, aqui o deixo para os meus leitores:

Aquando da inauguração, da primeira estátua, havia em determinada casa de Lisboa ( quem me contou disse ser de gente de sua família) uma rapariguita que, antes, estivera a servir em casa do próprio Eça de Queiroz. Então, a sua patroa da altura, achando que ela deveria gostar de ir ver o descerrar da estátua do antigo patrão, nesse dia, mandou-a à referida cerimónia. No regresso quis saber as suas impressões e o que ouviu terá sido mais ou menos isto:

_“Pois…foi muito bonito ver toda aquela festa, com música e tudo… achei que o Sr. Dr. até estava muito parecido com o que ele era… agora a senhora dele… essa é que, não estava nada parecida e…até, nem teve jeito nenhum mostrarem-na ali assim… toda em pelota!”

Espero que se tenham divertido com estas bem humoradas histórias de outros tempos!

P.S- A foto que ilustra o post é do blog “Olhares”. Escolhi-a por nela poderem ler a frase a que me refiro no primeiro episódio.

M.A.

3 comentários:

Anónimo disse...

Amélia chama.se a isto, terminar o ano (do blog) com chave de ouro!
Obrigada por esta boa disposição.

Mãe, só a 7 disse...

Um muito feliz 2009!!!!

Anónimo disse...

Atchim, atchim, atchim. Um Bom Ano sem gripes.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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