Como tudo começou

25/01/09

RECORDAÇÕES QUE UM MAPA TROUXE

(Clique para ampliar)


Quando num mail me apareceu este mapa, voltei uns bons anos atrás, a uma velha sala de aula de uma vila, (hoje já cidade), da Beira Litoral, onde fiz os quatro anos de instrução primária. Na parede do lado direito da sala havia um mapa, igual a este, ao lado de outros mais. Era defronte deles que respondíamos às perguntas de geografia que a professora nos fazia, ao mesmo tempo que, de ponteiro na mão, localizávamos os pontos que eram tema da lição.

Aquela velha sala pertencia a uma casa particular cuja proprietária, uma professora primária, que eu já não conheci, ali deu aulas durante toda a sua vida. Sabia porém que, mesmo após a morte dela, a família mantivera a cedência daquele espaço para o mesmo fim que ela, um dia, destinara.
Mais tarde, com a construção de novos edifícios escolares, esta sala ficou desactivada e, durante anos, de portas cerradas.

Os anos passaram e a vida levou-me a viver em diversas outras paragens. Mas, um dia, numa visita à terra, passando por acaso no local, surpreendeu-me ver a porta aberta…Estávamos no começo de abertura das chamadas lojas dos trezentos e fora então, esse, o destino dado àquele espaço.

Não pensei duas vezes! Transposto o limiar daquela porta e circulando entre plásticos e quinquilharias várias, abriu-se a caixinha das minhas recordações…
Por certo comprei qualquer coisa mas, o que fiz, foi sobretudo, um retorno aos quatro anos da infância ali passados... Recordei as três professoras que tive, as colegas e… vejam só, até o sitio onde fazíamos a tinta de escrever, uma mistura de azul de metileno em pó e água, com a qual enchíamos os tinteiros de porcelana branca, encaixados nas carteiras. Usavam-se ainda as penas com aparo de caligrafia, claro! Quem imaginava, nessa altura, o aparecimento das esferográficas?
(Cx de lápis e pena usadas nesta escola pela autora do post)

E, coisa curiosa, sabem que tive a sensação de que a sala era bem mais pequena do que na ideia que eu trazia de criança?

M.A.

13 comentários:

mjf disse...

Olá!
É bom recordar esses tempos ;=)
Eu já sou do tempo da " bic" laranja e "bic" cristal..
ehehehe

beijocas

Anónimo disse...

Oh Amélia que bom é recordar.
Quando somos crescidos, achamos sempre que os sítios por onde andávamos em pequenos era muito maiores....

Deve ter a ver com a proporção entre o nosso tamanho e os espaços...

Se esse seu baú falasse...

Raquel Costa disse...

A minha mãe guardou a minha 1ª caneta de tinta permanente, devolveu-ma há pouco, já muito velhinha e usada. Lembro-me de olhar para a Parker do meu irmão mais velho com deslumbre e, sonhar uma dia ter uma igual... ainda hoje gosto de escrever com canetas de aparo (apesar de nunca ter tido uma igual ao do meu irmão)e é com o que escrevo quando tiro apontamentos à mão no meu caderninho.
O mapa, lembro-me muito da angústia que tinha por não me lembrar de locais e de confundir uns com outros... ter que apontar e andar à procura...
Aqui me devolveram mais uma memória, aqui deixo mais uma "memominha".

Anónimo disse...

E não lhe parece Fátima que o "baú" tem falado muitas vezes? Não podemos é abusar da paciência dos leitores, qundo não, qualquer dia o nosso blog passaria a chamar-se "O baú do bolor"...Bom Domingo para todos!

Olá!! disse...

Eu tive um estojo desses... :)
Obrigada pelo despertar de algumas recordações já arquivadas há uns tempos
Beijosssssssss

Elvira Carvalho disse...

Pois no meu tempo eram os lápis e as canetas de aparo.
Um abraço e uma boa semana

A margem, a saúde debilitada de meus pais, ele internado no hospital onde foi amputado a uma perna, ela em casa, mas totalmente dependente, teem-me impedido de visitar os amigos virtuais e reais.

Gi disse...

Eu também ainda sou do tempo!
Também tive um estojo destes.

Quando, ao fim de 25 anos, voltei a entrar no Liceu onde andei, por causa do meu filho mais velho, achei as salas de aula pequeniníssimas, em relação ao que me lembrava.

Anónimo disse...

Obrigada pelas visitas e também pela confissão de algumas das vossas memórias escolares. Como se costuma dizer, somos todos diferentes mas, em muitos aspectos, há uma igualdade de sentimentos que emerge se, por exemplo, surge um post deste género. Todos nós fomos crianças, afinal! Curioso foi verificar também, em dois dos comentários, que a memória da sala ser maior é comum. E,tudo isto aconteceu por eu ter recebido aquele Mapa de Portugal onde ainda figuravam as Províncias Ultramarinas...Também isto já ficou só na nossa memória...Até os nomes mudaram...

Anónimo disse...

É bom recordar.Recordar é viver!Já agora qual foi a vila que passou a Cidade? Terá sido Alcobaça? como sabe sou de Porto de Mós.
hoje falo no Vilaforte de um tema polémico...

M disse...

Que belo regresso ao passado... boas recordações :)

Clotilde Moreira disse...

M.A.
A minha cx de lápis só tinha um andar porque essas eram muito caras.
Clotilde

Anónimo disse...

Eu tinha um estojo parecido com este.
O malandro abandonou-me em 1967.
Mas ainda me lembro dele!

Anónimo disse...

A recordação que tenho dos meus primeiros anos da primária, são fantásticos; uma sala muito limpa, as carteiras enceradas e muito lustrosas. Quando entrávamos, a contínua, obrigava a limparmos os sapatos com um pano húmido, o chão da escola estava sempre encerado. A escola primava pelo asseio. Quando saí para os preparatórios,foi uma desilusão completa, esta era o inverso da outra.
As caixas para guardar os lápis, canetas e borrachas eram o meu fascínio.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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