O Livro de Cozinha da Infanta D. Maria é o manuscrito I-E-33 da Biblioteca Nacional de Nápoles. Teria pertencido a uma Infanta portuguesa de cultura notável: a Infanta D. Maria de Portugal, filha de D. Duarte (1515/1540) duque de Guimarães, neta do rei D. Manuel e sobrinha de D. João III. Moça letrada e culta, lida em grego e latim, que ao casar-se com Alexandre Farnésio (duque de Parma, Placêncio e Castro), vai, em 1565, morar em Parma. O manuscrito que teria sido levado para a Itália pela Infanta, faz parte de um grupo de cinco tomos de origem farnesiana, doação vinda da família Farnésio. Consta de setenta e quatro fólios, divididos em quatro cadernos com setenta e quatro receitas. Um códice que, apesar dos problemas paleográficos e cronológicos que apresenta, é deveras valioso, contribuindo não só para o vocabulário histórico da linguagem nacional, como também mostrando um lado importante da vida social que é a arte de cozinhar e bem comer, numa época da história nacional portuguesa de que muito pouco se conhece e cujo mais antigo documento de receitas culinárias publicado não é anterior a 1680, que é “A Arte de Cozinha” de Domingos Rodrigues.
O Livro de Cozinha da Infanta D. Maria é composto de 67 receitas distribuídas em quatro cadernos e mais seis receitas avulsas que não tratam especificamente de culinária, mas de receitas diversas de uso doméstico. O primeiro caderno é o Caderno dos manjares de carne com 26 receitas (numeradas de 4 à 29); o segundo, Caderno dos manjares de ovos, com 4 receitas (numeradas de 30 à 33); em seguida encontra-se o Caderno dos manjares de leite com 7 receitas (numeradas de 34 à 40); e, finalmente, o Caderno das cousas de conserva com 24 receitas (numeradas de 41 à 64).
Excerto de um escrito de Celina Márcia de Souza Abbade
Misturem as gemas de ovos e deitem-nas a cozer em calda rala, sem mexer, para que não se quebrem. Façam uma massa, bem sovada, de farinha de trigo, manteiga, água-de-flor e uma pitada de açafrão. Em seguida, abram-no com um rolo, como para pastel, façam os canudos e fritem-nos. Recheiem então os canudos com o doce de ovos já pronto, e passem-nos pela calda de açúcar. Polvilhem com açúcar e canela.
(Esta é uma das receitas do dito livro que eu encontrei na Net)
(Esta é uma das receitas do dito livro que eu encontrei na Net)
M.A.
2 comentários:
Vou passar esta dica ao meu marido, ele, como chefe de cozinha, adora este tipo de livros. Obrigada!Beijinhos
Ah canudo!
E era a Infanta que fazia o doce???
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