Confecção:
Borrego meia estação,
A porção que se quiser,
Frito em lume de fogão
Na véspera de se comer.
Aproveite então o pingo
Que da fritura ficou
E que com grande cuidado
Você no tacho guardou.
No dia em que vai comer
E no pingo em que fritou
Pique-lhe três cebolinhas
(tamanho de malmequer)
Ponha alho, deite louro
E pimenta a que quiser
E deixe ficar tão louro,
Como a carne já ficou.
Junte então a carne frita.
Cuidado, não vá espirrar,
Mesmo que fique aflita,
Colorau lhe há de deitar.
Bem, se tem mais que fazer
Aproveite nessa altura,
Contanto que o vá mexer
De quando em vez com ternura.
Deite água, a jeito meu,
De maneira subtil,
Assim como vem do céu
A chuva no mês de Abril!
Depois de tanto suar
Não o deixe arrefecer,
Traga a tampa p'ro tapar
... Não vá ele adoecer!
É carne mole?! Ou é dura?!
Já depende do bichano,
O tempo de cozedura
Vai de uma hora a um ano!!!
Já estou pronto. Que emoção!!
Quente e bem temperadinho!!!
Vou juntar-me ao belo pão
Cortado bem delgadinho.
Bom proveito! Bebam vinho!
Meu companheiro ideal,
Nem eu vivo sozinho
Nem tenho outro amor igual!
Fonte: Revista "Banquete" de Junho de 1972 - Sra D. Maria Teresa de Vasconcellos e Sá Grave
fc
4 comentários:
Que gostoso logo pela manhã!!!
Um beijinho e Páscoa Feliz
Só para o borrego é que a Páscoa não foi nada feliz, convenhamos!...
Vim desejar-lhe uma Páscoa Feliz, com muita Luz e muito Amor que irradiem por todos os dias da sua vida.
Um abraço
Apesar do atraso do meu comentário, não deixa de me crescer água na boca, esta receita versejada. Ainda vai a tempo?... Boa Páscoa.
Enviar um comentário