«Os visitantes da Aldeia Saloia mostram-se desiludidos quando não descobrem no seu casulo criador o Mestre José Franco, mágico espalhador de beleza»
Assim se escrevia no livro José Franco, A Razão de um Sonho, de João Osório de Castro…
A triste verdade é que nunca mais alí o poderão ver, já que o Mestre faleceu às 2 horas do dia 14 do corrente, com 89 anos de idade, em consequência de uma queda que deu.
Fica-nos a recordação daquele sorriso de homem bom, da pureza dos seus olhos da cor do mar que ele tanto amava, da sã e natural cortesia com que recebia quem o visitava.
Fica-nos todo o colorido da obra que deixou, fruto do barro humilde e da maestria com que as suas mãos o moldaram desde criança, transformando-o em verdadeiras maravilhas.
E fica-nos, sobretudo, uma grande saudade daquele maravilhoso ser humano que conhecemos!
Que descanse em paz.
P.S.- Já noutra altura (28-10-2008) falamos da obra e do Mestre neste blog. Para aceder ao post por favor (clique aqui)
M.A.
Que descanse em paz.
P.S.- Já noutra altura (28-10-2008) falamos da obra e do Mestre neste blog. Para aceder ao post por favor (clique aqui)
M.A.
7 comentários:
Que saudades me deixa este mestre.
Gostava tanto de o visitar!
Pois é Fátima, tu que me conheces, sabes bem avaliar a tristeza que tenho por esta perca.
Visita o meu blog e verás algumas fotos daquela aldeia linda!
Maria Amélia, acho que poderemos sempre ver o nosso Mestre em cada pedacinho de chão da aldeia, em cada gota de água das azenhas, em cada sopro de vento nas velas dos moinhos, em cada movimento daqueles trabalhadores pequeninos, em cada casinha, em cada peça de barro esculpida com tanto carinho.
Pois foi. Aind ahá tempos me enviaste um video com a aldeia dele, pois foi. Mas é a vida...Um beijinho d alaura.
O mestre morreu, mas a obra ficou, para o recordarmos como um grande artesão, moldava o barro, com alma. Tenho vários amigos que têm peças do Mestre João Franco.
Fátima, Emaa, Laura e Quica:
Obrigada pela visita. Claro que cada uma terá deste homem recordações diferentes mas todas estamos de acordo em que desapareceu uma pessoa muito sã e um artista.
Na primeira vez que lá fui estivemos em cavaqueira à mesa do restaurante que havia lá da aldeia. Ele contou então a sua vida.Esta foi uma das passagens dela:
Um dia, ele e os irmãos estiveram à espera que a mãe regressasse de uma feira para haver dinheiro para se ir comprar pão. Foi ele o encarregado de ir à loja mas, a fome já era tanta que, até casa, comeu parte do pão e a seguir foi castigado pela mãe...
Aconteceu também que quisemos comprar um presépio que estiveramos a ver ser modelado por o Mestre Franco nessa manhã. Sua mulher, a D.Helena disse que não podia ser e mostrou-nos então uma lista de espera enorme onde nos inscreveu. Mas...por vezes, acontecem coisas boas...um seu familiar deu conta desta conversa, resolveu "interceder" e esse presépio foi mesmo o que veio para nós. Mais tarde compramos ainda outro presépio,para que cada filho viesse a ficar com um.
Que coisa estranha. Então não é que eu estive lá precisamente no fim de semana anterior à Páscoa. E fiquei espantada, porque nunca lá tinha passado, como toda a aldeia em miniatura é fiel a tantas que vemos ainda hoje em Portugal.
Fiquei completamente rendida.
Que construção tão linda.
Jinhos, vizinhas!
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