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Se eu perguntar ao leitores quem foram «Os Chacais» creio que todos se inclinarão para uma explicação relativa ao animal conhecido por esse nome. Mas, eu irei dar uma versão diferente, que se prende com uma tradição militar, criada nos fins da década de 50, na Escola Prática de Artilharia, situada em Vendas Novas.
Os oficiais mais novos, então ali colocados, lembraram-se de fundar um grupo, a que deram este nome, onde apenas tinham entrada os solteiros. Isto mais não seria que o pretexto para uma sã camaradagem e umas boas jantaradas! Criaram-se as regras, onde as mulheres eram uma espécie de “lobo mau”, portanto resistiriam ao casamento; arranjou-se um hino e, até, apareceu um símbolo que, pomposamente, apelidavam de “bastão” e era, nem mais nem menos, que um daqueles rolos de madeira, usados nas cozinhas, para estender massas.
Na cerimónia de entrada do candidato, feita num jantar (geralmente no restaurante do Manel da Bomba) ele teria que cantar o Hino dos Chacais e ainda recitar a Ode ao Filinto Elísio. A hierarquia dava, ao mais antigo, o título de Chacal Mor e ao mais novo o de Chacalote. O capelão que existia na altura era bastante estimado por todos e acamaradava nestas brincadeiras. Uma vez que, como sacerdote, era igualmente solteiro, ficou sendo o Chacal Fora de Série!
Assim foi decorrendo este animado convívio durante anos, mas, claro que as namoradas existiam e os casamentos foram-se realizando.
Vinham então a punição e expulsão do grupo, que eram igualmente feitas num animado jantar. Era lido um documento onde, “o traidor”, ouvia em bem humoradas frases, as razões pelas quais era banido e, como despedida, atava no bastão uma fita com o seu nome, posto e data e deixava cravado também o “E” de metal que até aí usara no barrete.
Tudo isto, leitores, me veio à lembrança porque, no Domingo passado, estive, uma vez mais, em Vendas Novas, no convívio que se faz, de dois em dois anos, dos oficiais que ali prestaram serviço.
Os oficiais mais novos, então ali colocados, lembraram-se de fundar um grupo, a que deram este nome, onde apenas tinham entrada os solteiros. Isto mais não seria que o pretexto para uma sã camaradagem e umas boas jantaradas! Criaram-se as regras, onde as mulheres eram uma espécie de “lobo mau”, portanto resistiriam ao casamento; arranjou-se um hino e, até, apareceu um símbolo que, pomposamente, apelidavam de “bastão” e era, nem mais nem menos, que um daqueles rolos de madeira, usados nas cozinhas, para estender massas.
Na cerimónia de entrada do candidato, feita num jantar (geralmente no restaurante do Manel da Bomba) ele teria que cantar o Hino dos Chacais e ainda recitar a Ode ao Filinto Elísio. A hierarquia dava, ao mais antigo, o título de Chacal Mor e ao mais novo o de Chacalote. O capelão que existia na altura era bastante estimado por todos e acamaradava nestas brincadeiras. Uma vez que, como sacerdote, era igualmente solteiro, ficou sendo o Chacal Fora de Série!
Assim foi decorrendo este animado convívio durante anos, mas, claro que as namoradas existiam e os casamentos foram-se realizando.
Vinham então a punição e expulsão do grupo, que eram igualmente feitas num animado jantar. Era lido um documento onde, “o traidor”, ouvia em bem humoradas frases, as razões pelas quais era banido e, como despedida, atava no bastão uma fita com o seu nome, posto e data e deixava cravado também o “E” de metal que até aí usara no barrete.
Tudo isto, leitores, me veio à lembrança porque, no Domingo passado, estive, uma vez mais, em Vendas Novas, no convívio que se faz, de dois em dois anos, dos oficiais que ali prestaram serviço.
De novo foi elevado o número dos presentes. Quase todos de cabelos já embranquecidos, como se imagina, mas, neste dia, mais rejuvenescidos, pelas lembranças que cada um foi buscar ao passado. As conversas decorreram animadas entre eles e também entre as famílias que formaram e se conhecem entre si.
Como o tempo esteve de chuva, parte do programa foi cancelado, como por exemplo, a tradicional visita ao Museu que lá existe. Porém, como eu já tinha decidido contar-vos a história dos Chacais, movi influências no sentido de conseguir que o Museu abrisse só para mim a fim de ir fotografar o dito bastão que, hoje, ali exposto com todas as honras, faz parte também da História da E. P. A.
(O texto e as fotos são… de quem casou com o 1º. Chacalote do grupo)
M.A.
Como o tempo esteve de chuva, parte do programa foi cancelado, como por exemplo, a tradicional visita ao Museu que lá existe. Porém, como eu já tinha decidido contar-vos a história dos Chacais, movi influências no sentido de conseguir que o Museu abrisse só para mim a fim de ir fotografar o dito bastão que, hoje, ali exposto com todas as honras, faz parte também da História da E. P. A.
(O texto e as fotos são… de quem casou com o 1º. Chacalote do grupo)
M.A.
10 comentários:
Pois é verdade! Os Chacais! Sãos e divertidos convívios se fizeram. Dos Chacais havia dois que tocavam muito razoavelmente viola e guitarra; os restantes, por vezes, quando sabiam as letras das canções, iam acompanhando!
Tempos em que o dinheiro sobrante não dava para comprar gira-discos ou gravadores!...E ainda não havia televisão.
Sem margem para dúvidas, o Grupo deu algum contributo para o elevado Espírito de Corpo que existia na Unidade. Criaram-se Amizades que perduram volvidos 50 anos.
A tradição foi-se perdendo, com o advento da Guerra no Ultramar; então o Bastão e a letra do Hino passaram a ter Honras de presença em vitrine, no Gabinete do Comandante da EPA.
De tantos que eramos, apenas resta um solteiro - Stofel Martins - em relação ao qual Cupido não conseguiu completar a sua missão.
BELOS TEMPOS.
Agradeço à Autora a surpresa.
Nos tempos em que as pessoas conviviam de verdade, tudo servia de pretexto para se juntarem.
Esta forma sã e divertida de estar na vida tem vindo a perder-se.
Dou-vos os parabéns por manterem viva
este são viver.
E viva aos Chacais!
Fernando
Ainda bem que deixou de ser um chacalote, mais vale acompanhado do que mal só.
Quanto ao convívio dos jovens cachalotes, deve ser bom recordar esses tempos.
Continuem, é bom sinal, e nós cá estaremos a ler com muito prazer, essas manifestações de amizade.
O 1º chacalote nada tem que agradecer. Foi uma tradição que achei merecia ser divulgada mesmo passados estes anos todos.
Fátima e Quica: Obrigados pelas vossas palavras.Só quero fazer mais uma pergunta à Quica: _Porque razão transformou o animal de pêlo em animal marinho? Será por ele ter engordado um pouco? Havemos de esclarecer este assunto...
Amélia,
Devido ao adiantado da hora quando fiz o comentário, já não sei se estava em terra ou no mar.
Em contabilidade diz-se inversão de números, aqui é de letras.
Também não deixa passar nada!
Quica:
É que me chamou a atenção vê-lo com um repuxo no alto da cabeça e eu não percebia bem porquê!...
Amélia,
Um cachalote com repuxo ou sem ele, sempre é mais simpático do que um chacal. Mas concerteza tiveram as suas razões para adotarem esse nome. A bem do convívio, é o que interessa.
alo
Sou um Oficial de Artilharia e gostaria se possivel que me respondessem às seguintes questões:
- Quando se iniciou esta tradição e quem se atribui esta ideia de formar este grupo;
- O ana altura Alferes Stofel Martins, foi o unico que resistiu aos desafios do matrimónio?
- Qual o nome do Capelão na altura designado por Chacal Fora de Série?
Grato desde já pela atenção dispensada.
Vitor Almeida
Ao nosso leitor Victor Almeida, primeiro que tudo, gratas pela visita que nos fez.
Procurarei responder às suas perguntas seguindo a mesma ordem:
1ª-Passados estes anos a recordação da data é dificil de precisar mas, situa-se provavelmente em 59. Não há um nome só a apontar como autor da formação do grupo. A ideia terá surgido num grupo de amigos, num dos dos jantares convívio que menciono no post.
2ª- Efectivamente, o então alferes Stoffel Martins é, hoje, o "único chacal" porque se mantêm solteiro.
3ª- O capelão, de nome José Sampaio, anos mais tarde, por sua opção, deixou de ser sacerdote, mas continuou sempre ligado à Igreja. Casou, teve filhos e é hoje um ilustre Avô.
P.S. - No blog, na coluna da direita, encontra, logo no início o nosso endereço electrónico,o qual poderá usar se pretender saber mais alguma coisa. Como compreende, aqui, não seria apropriado dar respostas mais pormenorizadas. Disponha sempre que queira. M.A.
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