De vez em quando, a sorte bafeja-nos, caem-nos em mãos verdadeiras preciosidades e, logo desperta a vontade de as partilhar com os nossos leitores.
Desta vez foi um conjunto de antigas fotografias feitas ao longo do percurso que o comboio fazia, nesta zona duriense, onde visualizamos pontes, viadutos, estações, apeadeiros, túneis, etc. tudo isto naquela patine sépia, de outros tempos.
Desta vez foi um conjunto de antigas fotografias feitas ao longo do percurso que o comboio fazia, nesta zona duriense, onde visualizamos pontes, viadutos, estações, apeadeiros, túneis, etc. tudo isto naquela patine sépia, de outros tempos.
O comboio foi, durante muito tempo, o meio de transporte mais utilizado por quem para ali pretendia deslocar-se. As viagens eram um acontecimento importante e, porque ainda ninguém sonhava com TGVs, elas demoravam tantas e tantas horas que, o cesto com um bom farnel era também algo que convinha nunca esquecer.
As locomotivas, movidas a vapor, eram conduzidas pelo chamado maquinista e, com este, seguia também o fogueiro, cuja função era encher, constantemente, a fornalha de carvão. Estes dois homens vestiam, geralmente, fatos-macaco e bonés de ganga azul e, os seus rostos e mãos mostravam-se mascarrados pela fuligem. Também, de vez em quando, os passageiros apanhavam com uma chuva de faulhas que, sopradas pelo vento entravam pelas janelas. Rostos e fatos ficavam pintalgados de carvão e, por isso, havia mesmo quem levasse uma muda de roupa, para usar ao chegar ao destino.
Mas, em contrapartida, eram igualmente, tempos de pausa, ao jeito de se poderem desfrutar paisagens de sonho, de se trocarem longas conversas entre companheiros de viagem e, até, como aconteceu com alguém que eu conheci, de encontrar o amor da sua vida…Com muita graça, recordava este amigo que, sendo na altura alferes, em viagem para a Régua, chamou-lhe a atenção uma peninha que aparecia num chapéu feminino, por cima das costas de um dos assentos do comboio. Teve curiosidade de ir ver quem usava o dito chapéu e… o Cupido andava ali por perto!
Conheci este casal já com cabelos brancos, pais de duas filhas e com netos nascidos. E tudo tinha começado, um dia, no comboio para o Douro, com o aparecimento da tal peninha num chapéu!…
(Formatação em vídeo de Fernando)
M.A.
1 comentário:
Que bela viagem, gostava de ver ao vivo e a cores. Ainda existem estes percursos de comboio?
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