Como tudo começou

27/12/10

UMA JOVEM CHAMADA AISHA



Aisha é uma rapariga nascida no Afeganistão.
Seu pai, para apaziguar uma zanga que tinha com uma outra família, resolveu prometê-la em casamento, aos oito anos de idade, a um noivo pertencente a essa outra família. Assim, segundo os costumes, aos 16 anos ela foi entregue à família do noivo, que, ao que parece, nunca veio a conhecer.
A forma como a nova família (?) a tratou foi de tal forma brutal e desumana que, ao fim de dois anos, ela resolveu fugir para Kandahar. No entanto, uma vez apanhada pelas autoridades talibãs, como castigo pela “vergonha” que a sua fuga trouxera à família do noivo foi condenada a sofrer o corte do nariz e das orelhas.
Isto chegou ao conhecimento da revista Time que publicou, numa sua capa, a fotografia de Aisha com o rosto assim mutilado. Nos Estados Unidos, surgiram algumas críticas que achavam que o intuito daquela foto (pela legenda que a acompanhava) era apenas justificar a necessidade da presença dos militares americanos no Afeganistão.
Para nós é irrelevante averiguar a verdadeira intenção da Time na publicação da foto… Mais importante foi, isso sim, uma Fundação que luta pelos direitos das mulheres afegãs ter tido conhecimento do caso e, graças à sua actuação, ter actuado e possibilitado a Aisha ver o seu rosto de novo reconstruído.
A segunda foto mostra-nos a jovem já com um semblante sorridente, mas acreditamos que, dificilmente, ela se encontre, também, emocionalmente, refeita das atribulações por que passou.
Digamos que, neste momento, podemos considerar este episódio como uma triste história que acabou por vir a ter um final feliz!
Porém, quantas mais Aishas, por aquelas paragens, ainda sofrerão barbaridades deste género?

Nota – Relembremos, também, o caso de Sakineh Mohammadi-Ashtiani que, no Irão, está condenada à morte por lapidação acusada de… depois de viúva, ter tido relações com um homem!
Dias atrás, um dos nossos canais de televisão mostrou também, no Sudão, uma brutal cena de espancamento público a uma mulher, que desesperadamente gritava e tentava fugir às chicotadas aplicadas por dois homens. Outros assistiam, impávidos, sem intervirem. Um triste espectáculo em todo o sentido, sem dúvida! Como é possível isto acontecer, ainda, no Sec XXI?!!!!
Parece que a “razão” invocada para aquela tão brutal agressão era, imagine-se, o facto de ela ter usado calças...
São casos como os aqui referidos que nos levam a gritar bem, alto a nossa indignação e revolta e a afirmar que, por aquelas paragens, ainda há muito, mas muito, a fazer em defesa da dignidade e liberdade das mulheres.
(Fotos retiradas da imprensa escrita)
M.A.

2 comentários:

Quica disse...

As mulheres nesses países não são consideradas como seres humanos, estão a um nível muito inferior ao dos animais. Como é que se consegue combater mentalidades tão obscuras? Os clãs familiares são normalmente constituídos pelas mulheres mais velhas que fomentam toda esta descriminação. A esperança está nas gerações futuras, mas com tanto trauma desde a infância será que se conseguem libertar?

M.A. disse...

Há muita coisa enraizada culturalmente desde várias gerações. Inverter este processo só mesmo atravez da informação e, sobretudo educação e mentalização especialmente das gerações mais jóvens.

Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense

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