De tempos em tempos surgem poemas, ou canções, que nos ficam na
ideia para o resto da vida.
Desta vez, foi um Ilustre
professor de Físico-Química, de nome Rómulo de Carvalho, que sob o pseudónimo
de António Gedeão ( para saber dados biográficos clique aqui) escreveu, certo
dia o inspirado Pedra Filosofal.
O tema principal é o sonho
que nasce com o homem, se vai renovando e acompanhando-o vida fora e que, o
autor, associa à alquimia, fazendo comparações e associações, com a arte, com a
técnica, com as nossas caravelas e descobrimentos, etc. etc., enfim com o
constante desejo de uma ida mais além,
nos conhecimentos. Vai enumerando nesta linguagem
poética e onírica uma imensidade de
objectos nos quais, de repente, até nós
próprios encontramos ligações.
A pedra filosofal está
ligada a uma lenda em que se conta que ela seria a substância usada para
transformar determinados metais em ouro
e, na antiguidade, muitos alquimistas se debruçaram sobre tais experiências. Seguindo
essa linha de pensamento, no poema, “o
sonho” será também a tal componente que levará o homem a atingir os grandes feitos na vida e é
curioso como ele termina com uma humilde
comparação “da bola colorida que pulando pela mão duma criança fará o mundo
pular e avançar sempre um pouco mais” Isto é, também, um Hino à esperança que
deve sempre existir em cada ser humano.
Um dia. o Manuel Freire
pegou neste poema e musicou-o, igualmente com enorme inspiração e, deste
“casamento de letra e música” surgiu a maravilhosa canção que correu mundo sob
o nome de Pedra Filosofal, que hoje podereis ouvir clicando aqui.
Já agora não resisto a
contar-vos uma pequenina curiosidade ligada a esta canção:
Manuel Freire, sem intenção
omitiu um verso ao poema. Quando o ouvimos cantar ‘bichinho álacre e sedento de focinho pontiagudo – no perpétuo movimento’ e comparamos com o que o autor do poema
escreveu vemos que teria que ser
‘bichinho álacre e sedento de focinho pontiagudo – que fura através
de tudo – no perpétuo movimento’.
Manuel Freire contou que
António Gedeão tendo assistido a alguns ensaios da canção jamais se referiu ao
lapso. E, quando Manuel Freire, um dia, deu pela omissão, aborrecido pelo
facto, apressou-se a ir junto do professor desculpar-se e explicar-se, .foi recebido com a maior das
simpatias pelo autor da letra que desvalorizou o assunto e lhe disse que
mantivesse a gravação assim mesmo pois, aquele verso não seria, de todo,
imprescindível para todo o resto do poema. Foi um gesto bem simpático, não
estragar todo o anterior trabalho do cantor.
M.A.
3 comentários:
Pedra filosofal, o meu poema preferido.
Que agradável, foi este recordar.
Quica e Hanaé Pais:
O que é bonito não tem idade! Ainda bem que gostaram. Voltem sempre!
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