Quem, de entre nós não se lembra desta antiga adivinha?
De todos os lados estou mesmo a ouvir a resposta: _É a azeitona!...
Isto, serve de introdução para vos dizer que estivemos há dias numa povoação chamada Taveiro, na zona de Coimbra e, na procura de um sítio para almoçar, entramos num restaurante com um nome bastante curioso: “Dom Azeite”.
Deparamos com uma sala ampla, em dois planos ligados por escadas nos topos e um pé direito bastante alto com os barrotes à vista, junto ao tecto. Espalhados pela sala estavam grandes peças em ferro, impecavelmente conservadas, que poderíamos considerar, à primeira vista, desadequados num local de refeições. Porém, uma vez identificados, (até por associação com o nome do restaurante), procuramos logo na nossa mala a digital para as fotografar e poder assim mostrá-las aos leitores deste post.
Este edifício é então um dos antigos lagares de azeite, dos cerca de 20 que nos disseram terem existido nesta zona de excelência para o cultivo de oliveiras.
Transformado em restaurante, houve o bom senso e feliz ideia, do aproveitamento das suas antigas máquinas de transformação da azeitona serem usadas agora como elementos decorativos. Digamos que passaram a ser a memória viva de uma actividade que, como tantas outras, nestes moldes artesanais, deixou de ser rentável.
A azeitona começava por ser esmagada na chamada Galga, onde duas grandes mós de pedra giravam dentro de uma bacia de ferro fundido. Julgo que eram movimentadas por um burro, mas, por vezes, também a braço humano.
De todos os lados estou mesmo a ouvir a resposta: _É a azeitona!...
Isto, serve de introdução para vos dizer que estivemos há dias numa povoação chamada Taveiro, na zona de Coimbra e, na procura de um sítio para almoçar, entramos num restaurante com um nome bastante curioso: “Dom Azeite”.
Deparamos com uma sala ampla, em dois planos ligados por escadas nos topos e um pé direito bastante alto com os barrotes à vista, junto ao tecto. Espalhados pela sala estavam grandes peças em ferro, impecavelmente conservadas, que poderíamos considerar, à primeira vista, desadequados num local de refeições. Porém, uma vez identificados, (até por associação com o nome do restaurante), procuramos logo na nossa mala a digital para as fotografar e poder assim mostrá-las aos leitores deste post.
Este edifício é então um dos antigos lagares de azeite, dos cerca de 20 que nos disseram terem existido nesta zona de excelência para o cultivo de oliveiras.
Transformado em restaurante, houve o bom senso e feliz ideia, do aproveitamento das suas antigas máquinas de transformação da azeitona serem usadas agora como elementos decorativos. Digamos que passaram a ser a memória viva de uma actividade que, como tantas outras, nestes moldes artesanais, deixou de ser rentável.
A azeitona começava por ser esmagada na chamada Galga, onde duas grandes mós de pedra giravam dentro de uma bacia de ferro fundido. Julgo que eram movimentadas por um burro, mas, por vezes, também a braço humano.
(Galga)
Lemos algures que são precisas 1300 a 2000 azeitonas para que se obtenham 250 mililitros de azeite! E, como bem se diz na adivinha , só depois de “padecerem os tais mil tormentos”…
Como é evidente esta é uma explicação muito resumida, feita a partir dos dados que alguém, julgo que proprietário do restaurante, amavelmente nos forneceu.
Quem por ali passar pode ter oportunidade de ficar a saber muito mais. O nosso intuito foi, sobretudo, salientar o facto de terem sido preservadas “estas relíquias” relacionadas com o fabrico do azeite, que já fazem parte da nossa história. Aos proprietários, aqui fica o nosso aplauso e agradecimento por aqui as terem guardadas, tão bonitas, para regalo dos nossos olhos.
(Fotos da autora do texto)
M.A.
A pasta obtida, era espalhada em seiras ou capachos de palha que, sobrepostos nas prensas hidráulicas, iriam ser espremidos. Pela base de cada prensa escorria o azeite para as tinas ou pias escavadas em pedra ançã, que igualmente ainda ali se encontram. Hoje, estão até iluminadas no fundo para que as possamos ver melhor.
(Prensa hidráulica, vendo-se no cimo um dos capachos ou seira. Em baixo as pias onde caía o azeite)Retiradas as seiras da prensa ainda se extraía da pasta residual da azeitona novo azeite, já de menor qualidade, misturando aquela com agua quente.
(Aqui se fazia a mistura da pasta de azeitona depois de prensada, com a água quente)Disseram-me também que o processo final de separação do azeite e da água só era feito, após um certo tempo de decantação, para o azeite, como elemento mais leve que é, ficar no cimo da água. Desta vez era utilizada uma outra máquina denominada “Separadora”.
(Separadora.Atenção, que a abóbora que se vê no cimo não faz parte da máquina)Lemos algures que são precisas 1300 a 2000 azeitonas para que se obtenham 250 mililitros de azeite! E, como bem se diz na adivinha , só depois de “padecerem os tais mil tormentos”…
Como é evidente esta é uma explicação muito resumida, feita a partir dos dados que alguém, julgo que proprietário do restaurante, amavelmente nos forneceu.
Quem por ali passar pode ter oportunidade de ficar a saber muito mais. O nosso intuito foi, sobretudo, salientar o facto de terem sido preservadas “estas relíquias” relacionadas com o fabrico do azeite, que já fazem parte da nossa história. Aos proprietários, aqui fica o nosso aplauso e agradecimento por aqui as terem guardadas, tão bonitas, para regalo dos nossos olhos.
(Fotos da autora do texto)
M.A.
6 comentários:
Direi que é um mini museu que nos mostra como se processava a produção do azeite em tempos idos.
Excelente aproveitamento por parte de quem aproveitou as antigas instalações e teve a sensibilidade para conservar as curiosas máquinas originais.
E, gastronomicamente, o restaurante é bom.
Por esse Portugal fora, existem muitos Lagares que estão ao abandono, e conheço alguns.
Seria interessante preservar uns tantos para que as nossas crianças pudessem ver como o azeite é feito. O puro claro.
Bom domingo Fátima.
Um abraço de um amigo
GOLDFINGER
Olá, é ali que eu viro e saio da auto estrada quando vou ao Hospital dos Covões. Nunca tinha reparado, mas secalhar nem passo lá, entro logo em bencanta, paga-se a portagem e dali a minutos estamos no hospital, sempre prá direita.
É verdade, a pobre da azeitona mil tormentos padece ao ser espremida até ao caroço...
É muito bonito e assim os clientes podem conhecer o que muitos, incluindo eu, nunca viram... Beijinho da laura..
Amélia o que eu gostei de ler este post. Sempre tive muita curiosidade pelos lagares de azeite, porque em pequena ia amiúde a um, mas não me lembro de muita coisa...
Algumas das máquinas aqui fotografadas já conhecia, outras parecem-me mais antigas. Já presenciei e ajudei a fazer azeite, desde com o sistema de prensa até ao mais recente, em que quase não há acção humana.
Pelo que sei, e pelo que se passa na minha zona, podem ser precisos desde 6 a 8 KG ou mais de azeitonas para produzir um litro de azeite. Depende sempre da variedade de azeitona, da terra que as viu crescer, do ano, de muita coisa, portanto.
Em azeitonas, não sei contabilizar. :)
Ao ler ests post, lembrei-me de um episódio passado à pouco tempo com o dono do quiosque onde compro os jornais.
Trouxe-me um garrafão de 5 litros de azeite, segundo a sua descrição, foi feito com a azeitona sem adição do que quer que seja, purissímo. Provei e não consegui utilizá-lo, tinha um sabor tão intenso que me enjoava. Com pena minha, mas os citadinos estão habituados a um azeite com sabor mais suave.
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