
Não posso dar-te soluções
para todos os problemas da vida,
nem tenho resposta para as tuas dúvidas ou medos,
porém, posso ouvir-te e compartilhá-los contigo.
Não posso modificar
nem o teu passado nem o teu futuro
posso, quando precisares,
estar junto de ti.
Não posso evitar que tropeces.
Somente posso dar-te a minha mão, para te amparar antes de caíres.
Tuas alegrias, teus triunfos, teus êxitos, não são meus.
Mas alegro-me sinceramente se te vejo feliz.
Não julgo as decisões que tomes na vida,
limito-me a apoiar-te, a estimular-te,
e a ajudar-te,
se mo pedes.
Não posso definir-te limites
Dentro dos quais devas actuar
Mas sim, oferecer-te esse espaço
necessário, para cresceres.
Não posso evitar teu sofrimento
quando alguma dor parte teu coração.
Posso porém chorar contigo e recolher os pedaços
para o recompor de novo.
Não posso dizer-te quem és,
nem quem deverias ser.
Somente posso, amar-te como és
e ser teu amigo.
Por estes dias pensei nos meus amigos e amigas.
Não estavas nem acima, nem em abaixo da média.
Não abrias, nem fechavas a lista
Não eras o número um, nem o número final.
Dormir feliz, trocar vibrações de amor.
Saber que estamos próximos.
Melhorar as relações, .aproveitar as oportunidades.
Escutar o coração. Acreditar na vida.
E tampouco tenho a pretensão de
Ser o primeiro,
o segundo, ou o terceiro
da tua lista.
Basta que me aceites como amigo.
Obrigada por o seres.

Jorge Luís Borges Acevedo nasceu em Buenos Aires, em 24 de Agosto de 1899 e faleceu em Genebra, ( onde está sepultado), em 14 de Junho de 1986. Foi um escritor, poeta, tradutor, crítico e ensaísta, mundialmente conhecido pelos seus contos e histórias curtas.
Fala-se que o seu bisavô Francisco, seria um português, nascido em 1770, que teria vivido em Moncorvo e depois emigrado para a Argentina, onde casou e veio a morreu
A partir da década de 80, afectado por uma cegueira progressiva passou a dedicar-se mais à poesia.
Estas, são umas brevíssimas notas biográficas do autor do belo poema que apresentamos acima, numa tradução livre do espanhol. Melhor será lê-lo na língua original.
Possivelmente, um dia, aqui falaremos de J.L.Borges mais pormenorizadamente.
M.A.